sábado, 12 de novembro de 2011

Rhangel Ribeiro


POEMAS DE RHANGEL RIBEIRO


Não entendeu: Deixe (o bobo na casca do ovo 2.0)
                                                             
" Para beber: leite.  
Para comer: peixe.
Para dormir: deite.

Se não é de seu deleite,
Dê um jeito e se ajeite.
Casca quebra (avisei-te)
E você frita no  azeite."


        

                                       
Sobre conversar com o vento
   
"Nos dias em que não papeio
com senhores (e) ou senhoras.
Eu jogo palavras ao vento
e a conversa vai embora.

Por isso te recomendo:
proseie com o vento agora,
não jogue fora todo tempo
que você pode ganhar
jogando conversa fora.

Para isso esteja atento,
o vento não marca hora,
seu som só vem com o silêncio
que muita gente ignora.

O vento não exige cumprimento,
sorrisos, assunto e muito menos cobra.
Dizem que Deus com um sopro de vento
criou toda a fauna e a flora,
e todo o invento sagrado
que hoje o cimento devora.

Dizem que o vento não tem sentimentos
mas acredite...o vento chora,
e quanto mais a cidade corre
muito mais o vento demora

O vento não pede agradecimento
e não exige multa ou mora,
o  vento só pede um momento
pra ser sentido noite adentro
e quem sabe alma afora."
                                                 




Passo

"Passo a vida no liquido escuro
 das garrafas de café passado.
 Passei o negro passado impuro,
 passo  puro , presente errado.

 Espero passar meu futuro,
 passo tudo assim assado.
 No próximo passo imaturo
 se errar passo calado.

 Passarei por cima do muro.
 Passarei o amarrotado.
 Passarei por cima de tudo.
 Passarei o necessário.

 Não sei se meu passo é seguro
 mas passo pela vida de gado.
 Passarei mais um apuro
 e quando acabar serei passado. "                                     




Das coisas entre o céu e a terra

"Entre o céu e a terra partículas
De oxigênio compunham o ar
Pilares humanos de terras longínquas
Constroem a arte a cantar...

Entre o céu e a terra
A vastidão dos oceanos
que fazem querer ser peixes
os pobres seres humanos.

Entre o céu e a terra
 Fagulhas, poeiras de sonhos...
 E a natureza chora rasteira
 “Vivendo” em pleno abandono.

 Entre o céu e a terra
 um silêncio e uma brisa pouca
 como aquele silêncio no espaço
 entre o nariz e a boca."

De Rhangel Ribeiro e Luana Lagreca





Olga e a Alga

"Olga viu o mar e entrou na água,
 resolveu tomar um banho.
 Olga viu uma alga
 e na alga viu algo de estranho,
 Olga nunca tinha visto
 uma alga daquele tamanho.

 Olga viu algo na água:
 eram algas de montão,
 e algo escondido nas algas
 chamou a sua atenção.

 Olga então se viu fascinada
 e embrenhou-se na floresta de algas,
 sonhava ser a sereia 
 que ouvira nos contos de fada
 Sua mãe a esperava na areia
 E as algas já lhe cobriam a nalga.

 Então Olga no meio das algas
 viu uma porta quadrada.
 Olga entrou nessa porta
 e por ali não tinha nada.
 A porta não mais se abriu
 e Olga morreu afogada."



2 comentários:

becoprado disse...

Legal ver o talentoso poeta do Paraná em um blog de poesia de Petrópolis, cidade que adotou o meu irmão, Douglas Prado.
Vida longa e sucesso!

Anônimo disse...

desde que conheci rhangel e suas poesias pelo cotidiana agonia venho acompanhando suas atualizações! algumas das selecionadas acima são as que eu mais gosto :) continue assim poeta, aqui no acre não existe tanta influencia cultural assim como em curitiba. bejos s2