sexta-feira, 19 de abril de 2013

Beijo

E tantos falaram do dia do beijo que este ato de contato físico sempre saboroso, se acordado entre duas partes, passou a ser inspiração para muitos poemas de nossa Confraria da Poesia Informal.
Quantos beijos, dados,  desejados, até mesmo negados, povoam a vida de todos nós!

Para o grande público, os beijos mais poéticos de que somos capazes!

Beijemo-nos!!!






O beijo

Teu beijo é viagem, destino impreciso
Meu pouco juízo me leva a embarcar.
Fechando os meus olhos, nem me localizo,
frisson tão imenso teu beijo no ar.

Momento de pura loucura, paisagem
que nenhuma dosagem sabe bem definir.
Teu beijo é delírio, overdose, miragem
Turbilhão de luz neon a me engolir.

É língua, passeio voraz pelo instinto,
a ânsia mais louca, é fome de ar...
Teu beijo é prazer... que vontade! Não minto,
absinto selvagem a me embriagar.

É presente que dou a mim mesma, sentido,
é som de gemido, é imaginação.
Fagulhas ardentes, arrepio no ouvido,
Língua que desvirtua qualquer direção.

Catarina Maul
Petrópolis/RJ
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O nosso beijo evitado
No imaginário suspenso
Tem o sabor mais intenso
Do que qualquer outro dado
Alquimia de poesia
Numa poção de pecado.

Catarina Maul
Petrópolis/RJ
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Um beijo bom

Um beijo bem dado
Ou mesmo roubado
Daqueles que deixam
O corpo assanhado

Um beijo gostoso
Vibrante de gozo
Que do chão nos tira
Nos leva pra lua

E a gente suspira
Com beijo beijado

Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Um beijo à antiga

A avó ali presente todo dia,
porém o lampião – vento bendito!
Apagou-se e foi aquele agito,
para mim a maior das alegrias.

Não sei se eu mais beijava ou se eu mais ria,
da velha num sufoco até bonito.
Cuidava do capim ou do cabrito?
Depois sentei com toda galhardia.

Um novo lampião se fez presente.
Eu, na cadeira, bem sossegadinho.
Um jovem educado bem decente.

Mas o meu terno estava em desalinho...
Como explicar um fato impertinente,
a marca de batom no colarinho?

Gilson Faustino Maia
Petrópolis/RJ
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Tudo me parecia turvo, confuso
Me levando a lugares que pensei não mais visitar
Mas, vem de dentro do meu ser um amparo
Abrigo esse de tesouros imensuráveis
Sinto no beijo, o amor, o carinho
Redoma formada, ao útero voltam
Percebo que ali sou inteira
Mãe, alma vivente, pulsante
De três sou uma, una
Coberta de amor puro, nobre sentimento
Flui sobre mim a voz do silêncio
Que no oculto sussurra palavras
Mãe, única e preciosa!

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes/RJ
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Um Beijo

O encaixe perfeito , de dois lábios
sedentos por um beijo .
Línguas se entrelaçam dançando
embaladas pela melodia do beijo .
Um beijo pode despertar
um amor adormecido
ou iniciar uma tórrida paixão,
beijos balançam o coração
alcançam a alma, nos tiram do chão ...

Daniela Valadares Aleixo
Petrópolis/RJ
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Previsão

Um beijo imaginado
há muito guardado
tenho aqui pra você

Um beijo fantasiado
ousado, molhado...
E ficará à minha mercê!

Excitante, indecente,
sedutor, "mui caliente"
Sem escape, é clichê...

Ah, o beijo não dado
Como ele é esperado!
Depois? Será um fuzuê!

Elciana Goedert
Curitiba/PR
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>>Teu Beijo<<

Só de beijar tua boca,
Meu corpo incendeia,
Aquece o desejo no meio do beijo,
Com os olhos fechados,
E os lábios colados,
Não estou enganado,
Estou apaixonado...
Nossos corpos suados,
Sabor de pecado,
Como é bom estar ao seu lado,
Até o coração bate acelerado,
Tudo que mais quero é ser seu namorado...
Viver o presente e esquecer o passado,
Fazer o que é certo sem medo do errado...
Amor...
A hora é essa,
Não diga que é cedo não,
Não aguento mais,
Guardar em segredo,
O que está em meu peito,
Sei que está no seu também,
Então vem...
Entaõ vem meu bem,
Pois longe de ti,
Pra mim não convém...
Ê lá... Laia... Ê lá... Laia... Ê lá, laia...

Felipe Quirino
Rio de Janeiro/RJ
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BEIJOS

O beijo é o destino
Das bocas escancaradas
As línguas em desatino
No céu fazem morada.

Engalfinhando-se, ágeis
As línguas se enamoram
Se rendem quando frágeis
Tão juntas, comemoram.

O néctar em saliva
Do gosto de cada foz
Mantém a paixão viva
Acende o tesão em nós.

Os beijos então roubados
Arrebatam ou causam ira
Deixam alguns encabulados
Noutros a mão logo mira.

Há alguns estalados
Outros só respeitosos
Nas bochechas são selados
São beijos: gloriosos!

Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis/RJ
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O beijo

E para selar o amor,
fazê-lo pleno e faceiro.
Não há o que se questionar,
nada como um bom e doce beijo.

E para deixar a saudade,
fazê-la doer bem aqui.
Nada como o beijo de ontem,
lembrado de como vivi.

O beijo nos traz coisas boas,
nos faz viver o amor.
É ele semente,esperança...
Final da possível dor.

Mas quando o coração sobressalta,
olhares se cruzam ao luar.
Não há outra coisa a fazer...
Melhor chegar perto e BEIJAR!

Fernanda Foster
Petrópolis/RJ
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Toques de beijos

Pedi à garota um rock
respondeu com um beijo
não cismei com seu arranjo
logo compreendi seu toque.

De lábios lubrificados
a beijos de diversos ritmos
tudo o que dançamos
se parece até nos fados.

Garota que divulga-os
tons já declarados deste solo
tudo que ouço quando me calo
seus instrumentos dos beijos

Guilherme Monteiro
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Lábios de veludo

Seus lábios de veludo
Acariciam-me de forma especial
Deixa lambuzado corpo e coração
Torna inesquecível, a leve distração
De visualizar a perfeição
Desses belos lábios.

Seus lábios de veludo
Confortam o que era são
Abraça o perigo do desejo.
Nesses aconchegantes beijos
Transforma em concreta
A abstrata emoção.

Ditos lábios de veludo
Que em si comporta todo meu querer,
Tenha piedade desse pobre sujeito
Que sempre há de em seu gracejo
Sustentar a alegria de viver.

Leila Maria
Cruz da Almas/BA
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"O seu beijo faceiro, paraíso
Quando desarma essa alma com sorriso."

Leila Maria
Cruz da Almas/BA
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Beijo

Língua nos lábios
Veneno...
Cura!

Luiz Fernando Villas Bôas
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Beijo roubado
Beijo pedido
Beijo molhado
Beijo proibido
Beijo caliente
Beijo...
Beijo que marca para sempre.

Luiz Santos
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Tangendo lábios

Sorvia os dias
Como a um sorvete
Com a afoiteza de derreterem-se.

Mário Arrais
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Antecipar

Aquele gesto distante
Navegante,
Cortando ondas,
Ganhando milhas,
Vencendo espaço...
Querendo o beijo
Mais que o abraço...

É o gesto
Do agora, do imediato
Do necessário por se viver...
Não há mais tempo
Nem indecisão
Te ter agora?
É fazer o sonho
S o b r e v i v e r.

Paulo Roberto Cunha
Petrópolis/RJ
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Aquele beijo

Está preso lá dentro
no âmago do ser
guardado entre as lembranças
querendo eclodir com emoção.

Pronto a qualquer momento para sair
vem e vai timidamente
cala na alegria do momento
nas horas de tristeza se fecha.

Seria ele forte como um furacão
ou suave como a brisa da tarde,
seria ele um marco na vida
ou a vida teria nele seu marco.

Guardado a sete chaves
na esperança de um dia especial
será único...
sem precedentes na história.

Meu ser se entregará totalmente
marcado pelo meu desejo
buscando a gênesis maioral
quando eu sentir aquele beijo.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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Beijo

Em dia de dor alivia
com o seu suave sabor
buscando o carinho seu
guardado no lábio meu.

Na alegria só faz o bem
alvejando o coração
de glórias a mais de mil
fazendo-se bem servil

É canção sem melodia
para sempre se amar
e agir sem covardia

No jardim te quero sim
ao som de um puro solfejo
que virá num puro beijo.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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COLHEITA

Tanto fazer! Tanto caminhar!
Desde o primeiro raio da manhã,
desde o primeiro pássaro,
desde a primeira onda.
Teu peito é uma quadra de trigo
por colher,
e teu olhar, solo fértil
para reproduzir o mundo!
Tua semente lança raízes profundas
por teu corpo:
quem te poderia arrancar o fruto
da árvore de tua vida?
Tornaste-te forte, robusto, frondoso,
e abrigas em teus braços
muito mais do que as folhas dos dias,
do que as sombras das tardes,
do que as lágrimas das estrelas:
abrigas um sonho:
um sonho de milho:
de espigas de milho
explodindo no verão vermelho
dos teus lábios em flor:
quando aquela que cultiva,
nos campos da tua boca,
pomares de beijos,
à noite virá colhê-los
e comê-los no pé.

João Antonio Pereira
Porto Alegre/RS
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Flor-candura

Todos os sentidos
Trago em estado de alerta
... E em meus campos eriçados
Desliza a fina flor que me desperta...

Bebe do suor de minha tortura
Esta rosada umedecida
Flor candura...

Loucura!

Faz pulsar todo meu corpo em seu leito,
Eu me deleito e me esparramo
No vigor dos beijos ardentes...

Então com os dentes,
Eu liberto tua fenda...
(Angustia-prisão) que o fora antes
Da tal
Renda.

Paulo Roberto Cunha
Petrópolis/RJ
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Eu beijo sim, e daí?
Eu beijo muito, e dai?
Assim vou vivendo.
Tem gente que nunca me beijou,
mas, está querendo...
 
Rogéria Reis
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Teus Beijos!

Desde o primeiro dia em que tu disseste,
Seria a tua amada, esse Sol raiou,
Aquecendo o meu peito, assim gritou:
É ele, não tem jeito, vai fundo, investe!

Não há nada no mundo em mais valia,
Podem vir trovões, raios e tempestade...
Nunca haveria amor maior, de verdade,
Que esse meu amor por ti, então diria!

Hoje, percebi, no nosso encontro,
E sempre fomos feitos um pro outro,
Em teus braços, teu calor me afagou!

Doce hortelã é o sabor de teus beijos,
Olhar profundo, trouxe-me desejos,
Querendo-te amanhã... Amor me pegou!
 

SOL Figueiredo
Campos dos Goytacazes/RJ
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O Beijo

O beijo
_E não um beijo_
Em primeira e única instancia
É adesão
Adesão de espírito a espírito
No encontro sublime de corpos e almas
Para a criação de um mundo.

Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro/RJ
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Realejo

Olhos fechados,
moça sonhando?
Só pode ser com um beijo.
É paixão?
É amor ? É desejo?
Diz minha sorte
ó, realejo!
Se a sina é boa
Sorrindo à toa,
Feliz festejo.
Sei que logo, logo te vejo.
Mas se a sorte é má,
me ponho a orar
além de espantar, a ave agourenta,
um altivo carcará.
Feito isso, novamente, em sonhos
volto a te beijar, te amar, te beijar.

Rogéria Reis
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Sabor de um beijo

Caminho sobre as nuvens,
voô sobre as montanhas,
atravesso oceanos...
A procura do seu beijo.
Adormeço ao som de uma canção,
que acalma meu coração.
sonhando realizar meu desejo,
vim de tão longe e não te vejo.
Volto ão ponto de partida,
sucumbindo minha emoção...
Continuarei a minha vida,
com o sabor do seu beijo
guardado no meu coração.

Veronica de Mello
Petrópolis/RJ
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Beijo sem batom magoa
 

Divido a boca com a sua sim,
Mas foto sem batom, nunca!
Leitura rápida e superficial...
São toques pequenos que temperam, como o sal.

Iniciativa feminina quando bocas abrem a introspecção...
Quem percebe a vida tendo os olhos fechados?
E, para isso, permite ressaltar:
Beijos sem detalhes soam falsos e corrompem o coração!

Foto sem batom jamais!
Gesto apressado...
Não deixa medir a vaidade do beijo seu...
E, se não deixar marca, significa que não valeu!

“Um beijo sem a intenção destoa...”
Avaliado, exprimindo, necessário, ocasionalmente.
Necessidade de agradar simplesmente...
Beijo sem batom magoa!
 
Roma Magela - Carmem Teresa Elias
São Paulo/SP - Rio de Janeiro/RJ
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Beijo a mão

Esvaziado de sentido...
Fui buscar espanto na curiosidade.
Moderação, ela disse.
Deve-se seguir a verdade.

Dos olhos dela, a fina flor...
Poesia leve e sincopada.
Beleza, capricho da palavra!
Da emoção suavizada...

Curvo-me a distinção que o amor faz de mim,
Quando harmoniza que havia colocando meu olhar no chão...
Da vida, nessa sensação aflita: beija-mão...
E mantém assim.

Montanhas ergueram-se nos mares quando a terra é só uma ilusão.
Buscando teu amor, esvaziado de sentido...
Verifico que a saudade, de nós é a que mais fala,
Em sua dissimulação, arranca do peito o meu coração!

Roma Magela - Carmem Teresa Elias
São Paulo/SP - Rio de Janeiro/RJ
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Beijo doce

Uma bala toffer
Com gosto de caramelo queimado.
Cabelo penteado...
Parece um menino.

Boca da mulher,
E o desdém.
Se ela me beija.
Beijo também.

Será que o meu beijo tem gosto?!
Afagaria aquele rosto...?
Coração de chocolate
Também bate...?!

Não sou mais um menino.
Escadas incomodam, coração fica apressado.
Mas te beijaria com uma boca doce,
Beijo apressado, caramelo queimado.
 

Roma Magela
São Paulo/SP

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Brasil

Dia 22 de abril de 1500. Pedro Álvares Cabral aportou por estas terras e fez a grande descoberta. Assim nasceu o Brasil, terra mãe onde dizem, tudo o que se planta, dá.
Não temos propriedade nos campos da agricultura, mas versos sabemos que nascem em penca da imaginação dos poetas.
Por isso, em homenagem a essa grande terra que nos abriga ou aos nossos sonhos poéticos (pois a Confraria tem alguns membros que não moram em nosso país), versamos a pátria mãe  verde e amarela.


 Será utopia?

Ouviram do Ipiranga neste instante,
De gente que tem sede de verdade,
Um grito por justiça e lealdade
Do polo intitulado governante

O povo se cansou de tão constante
Descaso contra nossa sociedade
E impede, pois, que tanta impunidade
Triunfe nessa Terra exuberante

Que o sol da liberdade brilhe agora
E os raios da esperança que em outrora
Resplandecia um céu claro e risonho

E que a tal da igualdade conquistada
Por essa nossa Pátria idolatrada
Não sejam para sempre um mero sonho!


Luciana Cunha
Petrópolis/RJ

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Saudando o Brasil

Para saudar o Brasil
nos seus festejos de abril,
peço aos grandes da nação,
não presentes, nem favores,
melhor visão dos valores,
justiça, organização.

Como um bom cabra da peste,
vou me embrenhar no Nordeste,
cantar o grande Sertão.
Procurar seguir a trilha,
tentar salvar as novilhas,
rezar a minha oração.

Vendo já bem seco o açude,
pedir que Jesus ajude,
venha a sede saciar.
E à noite, em alguma rede,
buscar regar minha sede
com prantos do meu olhar.

Tocador, pega a viola,
não para pedir esmola,
pois nosso imenso país
é rico por natureza,
porém o roubo, a esperteza,
faz o seu povo infeliz.

Tô chegando, coronel,
pra pedir, com meu cordel,
mais respeito no Sertão.
Para quê juntar dinheiro,
ajude o povo, primeiro,
não explore o cidadão.

E, quando a chuva voltar...
E, quando o verde brotar...
Manda vir da capital,
recurso pra todo o povo
para que possa, de novo,
plantar o seu milharal.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis/RJ
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Dizem que nesta Terra,
todos querem se dar bem.
Mas acho que ainda impera
muita gente que é do bem.

Políticos incompetentes,
sem nada a acrescentar.
Há gente mais responsável,
querendo tudo mudar.

Brasil ,terra tão linda!
Aqui,se plantando dá.
Mas com tanta abundância,
ainda há muito a faltar.

Falta médico lá no posto
e professor na educação.
Falta criança sem fome,
falta paz nesta nação!

Acabar com a injustiça...
também com a impunidade,
dar um fim à violência,
chega de tanta maldade!

Um país maravilhoso
que acolhe o estrangeiro.
Quem vem aqui pra viver,
já se torna um brasileiro.

Precisa mesmo de amor ,
chega de motivo vil.
Sonho com tal mudança
pátria de todos,BRASIL!!!!

Fernanda Foster
Petrópolis/RJ
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O patriota não é idiota,
nessa terra tão garrida...
Solo fértil, ameniza,
traz mais flores e amores,
no peito dessa gente tão sofrida...
Traz o arroz e o feijão,
o trigo do pão de cada dia...
Vá embora corrupção,
impostores dos impostos,
impostos pelos autores dessa lei,
nessa terra sem lei,
que corrói e destrói tantas vidas...
E o sol sem liberdade,
a tal liberdade,
esquecida, adormecida...
Mas o sonho intenso, o raio vívido,
de amor e de esperança ainda existe,
pois o brado retumbante
pertence a esse povo tão heroico,
povo brasileiro...
Que nunca desiste!


Felipe Quirino
Petrópolis/RJ

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Lugar diferente


Meu refúgio, meu recanto
um lugar onde o sol brilha
pessoas vão pra lá, pra cá
e vivem como uma ilha.

Seu lema de vida é a paz
as árvores são mais verdes
sua gente bem diferente
e nas praças mais amores.

Teus rios têm águas claras
lindos trens e maquinistas
amendoeiras, rapadura
canas a perder de vista.

Tem até prédios bem altos
e bonde como condução
teu povo é acolhedor
e cheio de amor no coração.

Admirando você daqui
vejo como é servil
parece um mundo novo
todos te usam meu “Brasil”.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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Canção da Terra Mãe: Brasil

A Pátria não é sua sua
Se também não a cultivar no seu céu
A terra não é sua 
Se não a tiver em sua alma
Uma terra não é de ninguém
Se a ela não se guardar com a força do coração

A Pátria
É mulher de todos os tempos
A esposa amazona da eternidade
É a mãe sabiá de suas idades
É o canto lento dos rios
É o canto corrido dos pássaros

A Terra são todos os pés de seu povo - com seus calos sertanejos
O suor das peles - com as rugas dos cerrados
E o pranto das crianças - com a felicidade 
É o pó atávico , cívico
Do qual surgem todos os vivos
E o vento que carrega as cinzas dos mortos

Terra Pátria é seu corpo e sua alma
Você é a Terra, em espírito e matéria ! 
São homens e mulheres, filhos do amor!
É Deus!
E tudo mais que jamais se esvai ...

Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro/RJ
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Injúria

O grito do Ipiranga está ficando abafado,
O povo heroico dando a vez ao difamador,
Que diariamente calunia o solo protetor
Tornando o céu antes límpido, nublado

O Gigante, é cada vez mais diminuído,
Insultado, ridicularizado, humilhado
À ele, todo grau de corrupção é atribuído
Como se fosse o único e real culpado

O corrupto, o infame, o vil
É o "político de brincadeira"
Que torna esta a sua carreira

Faz do seu mandato uma roubalheira
Desvia verbas, recheia a carteira
E nunca, nunca o meu amado Brasil!

Elciana Goedert
Curitiba/PR
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TERRA À VISTA
(Letra e música: Johnny Boy)

Cravo firme minha âncora em tuas costas,
arranho tua pele de areia - e como gostas!
Puxo-te os cabelos de amazonas - e te refrescas,
sufoco teus suspiros, desbravo tuas encostas.

Mas não me digas que estou a sonhar-te,
e se tal estou, é pelo tanto de amar-te.

Descubro tuas florestas, revelo teus segredos,
ergo-te cidades, deixo-te em pêlo.
Rio Grande, as Gerais, Bahia, Rio de Janeiro:
Timoneiro! Terra à vista! Avisai aos marinheiros!

Cinco séculos e alguns anos, e cá estou -
'inda a descobrir-te, do alto de meu navio.

Tuas matas de soja, teus campos de gado,
tuas cidades de aço, teu povo feito escravo.
Tuas raízes cortadas, teu caule podre e ôco,
tua história inventada, teu futuro sem rosto.

Mas não me digas que estou cá por nada,
chama teus marujos, prepara tua armada!

Brasil: 500 e alguns anos de uma história varonil.
Brasil: 500 e alguns anos: quem te vê e quem te viu.
Brasil: és um Mundo Novo para quem te descobriu.
Brasil!

João Antonio Pereira
Porto Alegre/RS
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Brasil,
Ordem é Progresso!

Ordenar tudo
lá do início,
parece absurdo
mas não é difícil...

Reconstrói sua História
não foge da luta,
obtenha vitória
e nunca desista.

Fala-se muito
e nada se faz...
Mostre ao mundo
do que é capaz.

Esqueça o ontem
passado é regresso,
Brasil pense bem...
Ordem é progresso.

Verônica de Mello
Petrópolis/RJ
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RODA DE SAMBA


Não tem país mais
Famoso e conhecido
Mundialmente que
O nosso Brasil.
Pelo seu ritmo tão
Maravilhoso que é
O samba que não
Tem ninguém que
Não goste.
E graças a esse ritmo
Podemos admirar
As belas mulatas
Sambando nos bares.
Que podemos está
Com a cabeça cheia
De problemas.
Só basta passar
Em frente a um
Bar que tem uma
Roda de samba
Com aquelas belas
Mulatas sambando
Que ate caímos no
Samba também.


ALAN BASTOS LIMA
Petrópolis/RJ
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Pra frente Brasil

Os homens estão te marginalizando
massacrando teus verdes pastos
descobrindo a bomba atômica
só pensando no próprio futuro

O teu céu já não é tão azul
a corrupção se instalou
a democracia ficou guardada
talvez no turbante dos marajás

Sonhos de liberdade de ontem e hoje
ficaram no canto do sabiá
o futuro está guardado
na floresta pulmão do mundo

Desindexação como nasce devedor
pobre lugar ontem lindas palmeiras
que até criou a arte do futebol
hoje importa jogador

Teus gritos atravessam fronteiras
e chegam a lugar nenhum
teu povo tão sofrido
não vive, vegeta agora

Vamos mostre que é o maior
vamos ver-te céu cor de anil
viver do nosso trabalho
pra frente Brasil.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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Brasil, de amor e poesia
 
Amo este país com o coração repleto
de um amor transbordante de euforia.
Meu Brasil, triunfante, meu afeto,
é misto do teu sangue e de intelecto
ao ver teu povo misturar samba e poesia
com a dor e o sorriso, dia-a-dia.

Amo demais, de um demais quase infinito,
que me impulsiona a te querer sempre melhor.
Esse Brasil da minha juventude
que faz e acontece, entre emoção e atitude,
é razão, é causa, e sei de cor
o mantra em minha vida,“ Brasil maior”.

Amo tanto essa Pátria de esperança
que nada fere o total idealismo
de vê-la a crescer, uma criança,
entre tombos e arranhões, perseverança,
conduzindo-se à maturidade com otimismo.
Ouro-verde, cor do meu patriotismo.

E este amor, hei de multiplicar por onde eu passe,
hei de ensinar a todos, a uma multidão,
numa corrente, elos e enlace.
Que esse Brasil eu leve em minha face
colorida de esperanças... e a emoção
seja reflexo do amor que trago por essa Nação.
 
Catarina Maul
Petrópolis/RJ

domingo, 7 de abril de 2013

Índio também é cidadão brasileiro


No último fim de semana o Rio foi cenário de mais uma brutal, violenta, injusta, discriminatória e desrespeitosa cena de ataque à comunidade indígena. Parece que nada mudou em nossos 500 anos de História. Impõe-se a vontade de uns sobre minorias com força e covardia. As cenas estão na mídia. Compartilho uma das muitas manifestações que estão ocorrendo pela rede e sugiro que nós, poetas, possamos exercer nossa função social na defesa de tratamento digno a essa etnia que, por direito de Natureza é o verdadeiro dono dessa terra chamada Brasil. Que com nossos textos, por mais singelos que sejam, possamos contribuir para uma conscientização crítica da população, o que tanto falta em nossa sociedade... 


Carmem Teresa Elias


Desafio: O índio também é cidadão brasileiro!

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Silêncio sem cor 

O cheiro da terra
Impresso na tez .
A marca da guerra
Que nunca se encerra
O sangue no barro
A barra tamanha
O canto de dor...

Emudece
Não há pajelança
Nem prece
Só há violência e o fuzil.

Assim, as autoridades
Com suas arbitrariedades
Dizimam o Brasil. 

Catarina Maul
Petrópolis/RJ
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Falando de índio

Sou um indiozinho que passeia tranquilo pela beira da praia, meu quintal. 
Inteligente, sei que de tudo disponho para ser feliz.
Mas sinto que, à espreita, me observavam de longe.
Um dia, no entanto, aconteceu... Conheci alguns homens diferentes cobertos de panos. 
Com curiosidade normal de toda criança fui me aproximando timidamente e me encantando com as novidades.
Mal sabia que aí começaria minha escravidão... E no meio da rejeição conheci uma arma diferente. Arma de homem covarde pois no corpo a corpo não guerreava. 
De longe causava seu estrago que, da tocaia, o covarde homem atirava. 
Não adiantava gritar : - Nós não precisamos de nada já temos tudo e queremos nossa paz!
Outra língua eles falavam...
Foi-me imposta religião, costumes e tradições.
Foi dizimado o meu viver... 
Via pouco a pouco meu povo morrer, e me perguntava: - O que será de nós agora?
O silêncio ...
E lá ao longe na mata uma ave solidária, com seu canto me respondia.
E a dor que mais me doía se fazia ser ouvida...

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes/RJ
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TUPÃ

Tupã
Wayaná
Kaimbé
Guajá
Caiapó
Ajurú
Tupi
Pataxó
Javaé
Marubo

Deus!

Naus
Cabral
Portugueses
Catequese
Anchieta
Corte Real
Capitania
Extrativismo!!!!!

Independência????

Marriot
Windsor
Uncle Sam
Empire
Globalization
Abroad
Delete!
Oh, my GOD!!!!!!!!

Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro/RJ
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Pássaro que não é pássaro

O canto era longo, melodioso
Na harmonia da floresta
O colorido ornamento de penas e plumas 
Continha amarelos, verdes, azuis...

Com eles, havia as cores de Brasil
Havia a música das florestas do Brasil

Mas seu canto ficou raro
Tão raro 
Quanto o canto do Uirapuru...

Pássaro que não é pássaro

A floresta silencia
Os índios estão quase extintos!
O Brasil não aprendeu a viver com tamanho encanto!!!

Carmem Teresa Elias e Beatriz Ribeiro
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Nossos Direitos...

Não sou bicho
Eu sou gente
Muitos de vocês
De mim vem

Da terra eu sou nativo
O que sei
Não aprendi com ninguém

Minha gente tem história
Muito tem para ensinar
E me vem o homem branco
Querendo tomar meu lugar

Vocês não sabiam nada
Nem plantar e nem arar
A caça, nós ensinamos,
E também ensinamos pescar

Agora, são maioria,
E nos acham obsoletos
Como se a cultura do povo
Fosse só de monumentos

Nos deem espaço, na terra,
Temos direito ao lugar
E verão que à vocês
Ainda temos o que ensinar
Pois somente o que queremos
É um lugar para habitar

Cleide Jean
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Donos da terra 

Usurparam sua cultura 
costumes e tradições .
Apossaram-se de suas 
terras , seu verde devastou .
O índio andava nu , uma livre 
inocência , foi injetado em suas
mentes inverdades sobre moralidade 
cegaram a sua pureza ...
513 anos depois , O índio 
ainda tem que guerrear , por uma 
terra que sempre foi sua ,
provar que este é seu lugar .
A força do índio vem de um querer , 
provar que esta terra vasta não é 
" terra de ninguém " . 
Esta terra sempre teve donos , 
tinha e ainda tem ... ÍNDIOS .


Daniela Valadares Aleixo
Petrópolis/RJ

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A TERRA É DE TODOS

Alguns me chamam de selvagem
"Ser civilizado", seja franco
não é ter em minha bagagem
a cultura do homem branco

Silvículas, uma outra designação
Como se a selva fosse nosso lugar
Somos pessoas, com alma e coração
com direito de "ir e vir", sem lutar. 

Sou indígena com muito orgulho
Aqui meus ancestrais reinaram
E agora fazem todo este barulho
Acreditando que nos domaram

Homem branco quer respeito?
Homem branco seja perspicaz.
Índio não quer preconceito.
Índio quer viver em paz!

Elciana Goedert
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CIVILIZAÇÃO

Declararam-me guerra.
Levaram-me as flechas.
Tiraram-me a terra.
Cortaram-me as mãos.
Ataram-me as pernas...

E aos restos da tribo
chamou o inimigo
de Arte Moderna.


Edweine Loureiro
Japão

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Um Kayapó - João Não Sei De Que

Índio quer apito
Se não der pau vai comer
Eu, cacique, repito:
Homem branco vai ver

Uga, uga, urra, urra
Homem branco, coitado
Tem mente burra
Eu, índio, sou “ecologizado”

Índio tem Sony Vaio
E Câmera Nikon
Na Rio + 20 eu saio
De iPhone, tá bom?

Cobro para tirar fotos na Rio + 20
Sou uma peça de museu a céu aberto
Me visto com todo requinte
Quando a mídia está por perto

Sou cacique, quero oca
Sou pagé, quero cobertura
Não admito fofoca
Índio quer casa segura

Meu arco e flecha sumiu
Minha lança está guardada
Minha raiz sucumbiu
Não me resta mais nada

Só falo com microfone
Hoje eu sou pop
Sou um índio insone
Na Globo eu quero IBOPE

Sou o dono dessa terra
Sou o dono dessa floresta
Depois de tanta guerra
O que ainda me resta?

Era o dono dessa lama
Era o dono dessa caos
Hoje perdi a fama
Para esses homens maus

Do Rio eu fui excurraçado
Perdi até meu Museu
Logo ali do lado
Tem verba desviada... Dinheiro seu!

Exijo respeito para as tradições
Quero profetizar meu culto
Não existem religiões
Nem segredo oculto

Sou filho de Tupã e Ogum
Minha mãe é Maria
Rezo no Olodum
Quem diria?

Ainda sou índio? Não sei
Tenho cultura? Onde está?
Cansei
O que há?

Não tenho direitos
Apenas deveres
Para todos os efeitos
Sou chefe da tribo sem poderes

Tudo começou com a nau
Que ancorou na minha praia
Maldito seja o nome Cabral!
Sempre se metendo com a minha raia

Perdi a minha identidade
Sou apenas um cine privê
Quer saber da verdade?
Sou apenas um Kayapó-João Não Sei De Que.


Filipe Medon
Petrópolis/RJ

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A história continua...

E chegou lá na praia gente estranha
com armas, objetos, com perfumes.
Desrespeitaram, então, todos costumes
do povo que ,assustado, se emaranha
nas matas ao rigor dessa façanha.
E o estrangeiro os engana, diz ter fé...
Um ritual que até mesmo o Pajé
nunca havia pensado que existia.
Dos de fora, também, a maioria
não dobrava o joelho, estava em pé.

A ambição desenhada em cada olhar...
Era, assim, começada a nova vida,
o adeus à liberdade conhecida.
Não vieram na paz, mas explorar
as riquezas que havia no lugar.
Dali pra frente, estupros, saques, mortes.
Era o nativo entregue à própria sorte,
o terreno sagrado, violado,
pelos covardes fortemente armados.
Humilhação dos fracos pelos fortes.

Agora é a vez de nova caravana
aos festejos do Rio de Janeiro,
pagando hotéis, trazendo um bom dinheiro;
uma turma de lordes, de bacanas.
O índio ainda é Zé Mané, banana.
É preciso varrer, fazer bonito...
O índio enfeia todo aquele agito.
A cena se repete, com porrete,
vai o pobre pra baixo do tapete.
Ninguém soube evitar esse conflito.


Gilson Faustino Maia
Petrópolis/RJ

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ESSE POVO MORENO QUE FALA GUARANI...

Muito prazer, eu sou o Brasil, tenho a pele morena que é uma das muitas heranças dos meus antepassados que se miscigenaram a outras raças que por aqui chegaram depois, e muitas vezes me esqueço que essa terra tem seu nome em homenagem a uma planta somente conhecida pelos os índios, mas despertou a cobiça dos europeus, o Pau-Brasil (um corante vermelho muito usado naquela época), inclusive é o único pais do mundo com o nome de uma planta. Sou aquele que muitas vezes é chamado de inculto, por não falar o corretamente francês ou o inglês, mas que no meu dia a dia, falo palavras com raízes tupis com a eloquência dos mais sábios eruditos. Aqui no Rio de Janeiro eu sou chamado de Carioca, um nome que indica a minha origem mestiça (Cari = Branco + Oca = Casa, nome feito com duas palavras em bom e sonoro Tupi Guarani). Carrego em cidades e bairros a prova dessa mistura, e tenho em meus domínios diversos exemplos disso, seja em Acari (Sagüi de cara branca), Itaguaí (pedra do rio pequeno) Muriqui (macaco de cara preta), Itaocara (cidade de pedra), Mangaratiba (pássaro de asa amarela), Piraí (peixe pequeno) Japeri, Paracambi, Guapimirim e Macaé alem de estados como Maranhão, Pará, Paraná, Piauí e Tocantins. Gosto das praias de Itaipu, Ipanema, Paquetá, Piratininga, Ibitinga, Itacolumi, Iguaba ou Maricá, todas tão belas, e com nomes indígenas (a praia do Peró, em Cabo Frio deve seu nome aos índios que chamavam assim aos portugueses). Tais nomes deveriam marcar a memória do branco colonizador, que chamavam os verdadeiros donos dessa terra de indolentes, enquanto comiam Mandioca, Inhame, Cará, e Banana, tomando um suco de Caju ou de Mangaba deitados em uma rede a sombra de um belo pé de Cajá enquanto que ao longe um sapo Cururu coaxava a procura de Maruins e Muriçocas. Gosto do canto do Curió, do Sabiá, do Godero, Uirapuru e do Tiziu, do grito da Arara, da fala do Papagaio, sou aquele quem admira a Maritaca e o Maracanã em seu vôo sobre a mata, aonde o Maracajá (gato do mato) a Capivara e o Quati tinha sua morada em outros tempos... Por aqui eu pesco a Piaba, Piavuçu, Pirambóia, Piraju e Pirajica, ainda vejo às vezes nessas águas poluídas pelo branco invasor que veio e continuam vindos de outros continentes, os Carapicus e as Carapebas, as Cocorocas e as Pilombetas (Lá no pantanal tem Tambaqui, Pacu, Pirapitinga, Piraputanga, Piau e outros tantos). Meu nome pode ser Jaci (Lua), ou Ubiraci (força da Lua), mas poderia ser Iara, Ubiratã, Ubirajara, Iraci, Urubatã, Ceci ou Peri, ou outros tantos desse língua pátria e esquecida.. Veja que Guarani, Tupi, Tamoios, Goitacás, Araguaína, Bangu, Murici, Potiguar, Mossoró ou Baraúnas antes de serem nomes de clubes, eram nações indígenas, cada uma com sua estrutura e organização próprias, com características ecológicas, muito antes de o civilizado homem branco pensar na preservação da natureza, pois sabiam que desmatar e destruir não são sinais de progresso. Foram essas mesmas nações indígenas usadas pelos portugueses de antigamente, como por exemplo, através do Chefe dos Tupiniquins, Araribóia (Cobra Colorida em sua tradução literal) a expulsar os franceses que se aliaram aos Tupinambás, no século 15, ganhando o direito a habitar pacificamente as terras de Yperói (antigo nome indígena de Niterói), do outro lado da baia de Guanabara (outro nome indígena). Mas hoje o nosso povo de pele morena, prefere um Hot-Dog ou um Cheese Burguer, tentando se americanizar, mas em casa come o Angu, Sagu e Fubá, usa a farinha de Mandioca, a pimenta Malagueta, e o Colorau (Urucum) sem sequer lembrar-se de suas origens Cafuzas (mistura de branco com índio), ou Caboclas (negros miscigenados aos índios). Veja a influencia tamanha desse povo tão mal compreendido, que habitava desde o Atlântico até os Andes e contribuiu com muito mais do que o milho verde que faz a Pamonha e o Curau ou dos temperos nativos tão apreciados na gastronomia (quem nunca provou um mel de Jataí ou de Uruçu não sabe o que está perdendo). Portanto amigo leitor, morador dessa nação muitas vezes chamada de pátria Tupiniquim (uma discreta homenagem aos povos locais), ao falar quais são os seus idiomas, inclua o Tupi-Guarani, e quem sabe assim você poderá ser chamado de Chirú (Chê = meu, Irú = Amigo) sem se ofender...

Luizão Bernardo
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Tupi, quem é o inimigo?
-Tapuias são nossos aliados,
Não come gente
Quem come a gente é o capital
Quem come a gente é o consumismo
Quem me fode é o homem branco.

Amarrou meus braços e pernas
Confiscou arcos e flechas
Destruiu minha casa
E poluiu meu lago.

Me fodeu de frente
Pra ver as lágrimas em meu rosto,
Matou meu deus
Acreditando ter topado com o paraíso.

Pisou em meu peito nu
Com força e voracidade,
Em bonecos de cera de um museu
Reduziu minha sociedade.

Leila Maria
Cruz da Almas/Ba
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“Brancas mãos”

E o índio seguirá 
Para sempre sua história...
E marcará em nós (mesmo que incompreendida) 
Sua memória.

Seus cantos e costumes,
Seus prantos...
Batizaram Pindorama
Terra das palmeiras 
E de infinitos encantos...

Em cada rio, cada mata
Em cada ponto distante...
Sua presença marcante (inda que ausente)
Porém, altiva e imposta 
Pelo espírito de liberdade.

E o índio seguirá...
Incompreendido, puro, inocente...
E em nossas “brancas mãos”
Um rubro sangue a nos manchar
Eternamente.

Paulo Roberto Cunha
Petrópolis/RJ
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ALDEIA MARACANà

Desde a época 
Que o Brasil foi
Descoberto por
Álvares Cabral
Começou o tormento
Do povo Indígena 
Que foi expulso
Da sua Própria 
Terra. 
Até que chegou no 
Século XX e surgiu 
Um homem branco 
Com uma alma boa 
Chamado Darcy 
Ribeiro 
Que inventou um 
Tipo de um museu 
Chamado aldeia 
Maracanã 
Que mudou a vida 
Dos nossos irmãos 
Índios para ajudar 
E defender como se 
Fosse um sindicato.


ALAN BASTOS LIMA
Petrópolis/RJ
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Salve Aldeia maracanã...

Brasil nasceu em berço índigena,
o mérito foi seu!
Cresceu forte virou Patria
pelos frutos que colheu.
Indio irmão de sangue e terra,
que crime cometeu?
Pra não ter direito a nada,
lutando pelo que perdeu.
Hoje essa Pátria ingrata,
venda os olhos diante da estigma
desse povo que te acolheu.
Irmão registro aqui agora,
Para aqueles que te ignora
que teu sonho não morreu.

Verônica de Mello
Petrópolis/RJ
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O futuro do índio

Mas e agora, Brasil, o eleitorado
quer saber o que vai acontecer.
A pergunta não cala, e o que dizer?
O nosso índio será recompensado
por já ter sido tão prejudicado?
No passado ele andava livremente...
Preservando e mantendo sua gente,
só caçava o que iria consumir.
Morto, agora, não tem onde cair!
Não seja o caos um fato permanente.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis/RJ
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Romeu e Julieta tupiniquim

A história que vem de longe
e aqui procurou seu abrigo
Kaiapó e Kalapalo inimigos
tem como busca serem amigos.

Capitão ele é de futebol
guerreiro forte e muito audaz
ela é líder busca no pai
a benção para a doce paz.

O líder da maracanã
em seu posto foi mediador
tentando unir todo o seu clã.

Para não haver a guerra
não existe espaço melhor,
que por ironia do futebol...vai por terra?

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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