Lançado na Praça D. Pedro, Petrópolis – RJ, em 20 de outubro (Dia do Poeta), ano de 2011, no Sarau da Confraria da Poesia Informal.
Organização/diagramação: Catarina Maul
Edição 1 – outubro/2011
“Hoje vou me despir de toda formalidade,
ficar à vontade
e ser só poesia!”
(Catarina Maul)
Por que a vida é assim
Feita de Imagens e Palavras
E acima de tudo Sentimentos
Transformados em Palavras ou Imagens.
(Claudio Partes)
Esse 100-ti-mento
de menta
esse 100-ti-mento ta lélé da cuca
antes estava leve, agora ele batuca
(Matheus José Mineiro)
Poeta
Sou um poeta qualquer
Meu nome nunca será citado
Meus poemas nunca serão lembrados
Meu rosto não será fotografado
Viverei no beco da escuridão
Sustentarei minha ideias famintas
E alimentarei meus sentimentos verdadeiros.
Porque meu corpo
É mera criação
Mas minha alma
Ah, essa sim
Não viverá em vão.
(Guilherme Sant'Anna)
Sobre a música do Baden:
"Três Temas da Fé Afro-Brasileira
(Pai - Filho - Espírito)"
pai
pa i
pa longe
pa descê(r)
e cê(r) di paz
pai é
par de filho
até
num fio
partido pa vida
pa vida,oiá
filho di vim du pai
de cê minino
diz papai
pa pai do cê(r)
espírito
espírito
rir rito despido
pa ir papai e meni-nú
pa ir oiá
axé....
(Pedro Maia e Cunha)
AOS MEUS AMIGOS DE GOTAM...UM DESABAFO..
Me lavei com a minha saliva
Eu ando com saudade dos meus bens
Imateriais
Se é que isso existe nos dias de agora
Quero sim amá-los sem esse papo de reciprocidade
Se rolar eu saio ganhando
Saudade dos meus poetas das noites frias e fedidas
Dos dias chatos e cheios de vontade
Eu gostava mesmo é de vocês
Meus morcegos
Dessa cidade lotada de altos muros coloridos
Rezo nos meus dias, hoje cheios, para que jamais percamos esse calor que escorrem lágrimas frias de insegurança.
E os cachorros? Que eles sempre nos acompanhem.
(Larissa Christi Silveira )
Horas, a percorrer cada ponteiro
em sua direção, rotação contínua.
Marcação de tempo,
a cada minuto,
uma nova vida, um novo renascer,
ou uma morte prematura,
anos bem vividos, envelhecer,
fluxo contínuo.
"Tic tac, tic tac".
Horários... a correia de cada dia,
em cada movimento, andanças rotineiras.
Movimentos contínuos, percorrer cada momento,
em cada lugar do mundo,
pessoas a seguir em direções opostas,
indo e vindo, correria, nada pára,
mover, se mover além de tudo.
"Tic tac, tic tac".
As horas passam,
horários a cumprir,
a vida segue,
o mundo gira,
vidas renascem
e morrem a cada dia...
(Arthur Hendrix)
Mulheres
Um universo cheio de mistérios,
São tão difíceis se somos fáceis,
Incríveis nos acham frágeis...
Se não notamos suas qualidades,
Despertamos sua curiosidade...
Mulheres..
De faces, de luas, de tensões,
No fundo só querem proteger seus corações....
Mulheres de garra, de mimos e vaidades,
Mulheres que buscam um homem de verdade...
Querem pegadas, desejam carinho...
Sem compreendê-las segue-se sozinho...
Odeiam mentiras, reconhecem verdades...
Um buquê de flores guarda sua felicidade!
(Felipe Quirino)
CERTO OLHAR
Nada diz tanto, como o brilho do teu olhar
Fala por si, reflete tanto sentimento...
Antes mesmo de tentar escondê-lo, Inútil disfarçar...
Pouco se pode esconder de outro olhar atento.
Quantas vezes me fiz impassível?
Outras tantas fingi não ver, assim, pareciam intermináveis
Os segundos dos meus olhos estáticos, frente aos teus belos olhos admiráveis....
Donos incontestáveis de um olhar mais que doce... Sensível.
Quanto de ti carrego comigo agora?
Ou, quanto de mim compreendeu tal engenho?
Pois, são para mim teus olhos, muito..., Do pouco que te tenho.
Porém, enquanto os meus olhos vagarem à procura dos teus,
Ou das tantas formas em que te vejo,
Atento e louco esperarei, por realizar tamanho desejo...
(Paulo Roberto Cunha – 1º lugar do Concurso Amor Demais - 2011)
Arremesso do garrafão (versão 1.0)
Na garrafa de guaraná
Havia um sapato
Mas não era de cristal
Embora muito Cinderelo
Era um all-star sujo e velho
Com gaz para subir até o gargalo...
É um abalo! Um estouro nuclear gazozo!!!
(Henrique Verleun e Luana Lagreca)
Arremesso do garrafão (versão 2.0)
Na garrafa de guaraná
Havia um sapato
Mas não era de cristal
Embora muito Cinderelo
Era um all-star sujo e velho
Com gaz para subir até o gargalo...
...E um abalo! Um estouro nuclear gazozo!!!
E o sapato salta com graça no óvulo da atmosfera.
(Henrique Verleun e Luana Lagreca)
Na garrafa de guaraná (versão 3.0)
Havia um sapato
Mas não era de cristal
Embora muito cinderelo
Era um all-star sujo e velho
Com gás para subir até o gargalo...
...E um abalo! Um estouro nuclear gazozo!!!
E o sapato salta com graça no óvulo da atmosfera
confiando que o acaso o levará ao seu par,
par que a essa hora também anceia,
enquanto enfrenta os labirintos da existência
sonhando silenciosamente o milagroso encontro,
encontro que revelará a origem de toda essa dança,
fazendo dos sapatos guardiões de seus passos,
guardiões dessa dança cósmica!
E assim, juntos e somente juntos,
colocados aos pés do universo,
possam pela primeira vez testemunhar a totalidade,
a totalidade de um motivo até então desconhecido,
um motivo que teimava em alimentar sua discreta fé!
...E um abalo! Um estouro nuclear gazozo!!!
O nascimento da eternidade...
(Leonardo Cesar da Rosa)
Rostos vazios vagam sem dizer nada
Vago sozinho nesta cidade,
na catedral vagam vagabundas e androgenia
Carros caros vagueiam, mas nas calçadas de uma padaria
Sem pão dorme ao chão o vagueador de avançada idade.
Vaga sozinha a brisa que o faz tossir
E a insônia de pedra dura que não o deixa dormir
Sobre o jornal mais quente que seus trapos
Onde lê intrépido aos fatos
Mais gelados que sua tremente pele cansada.
Sem moedas para a quente cachaça
Que sozinha aquece a morte fria
Perdida pela hipocrisia pacata
De uma sociedade que não conhece hipotermia
E ao vago alvorecer branco
Não acordo em pranto
Mas prontoPra partir desta vida ingrata e sem cria.
(Fernanda Lyra)
SUICÍDIO
Teu cheiro me faz não querer sair da cama
e o jeito, o efeito de tudo que veio antes, durante, e depois... Tonteia!
Faz com que eu durma e acorde nessa teia
faz com que eu queira sempre mais de você na veia.
Sim, sem opção
viciado, perdido ou achado
ainda penso: vou melhor assim
pro olho do furacão
pro drop kamikaze em mares de outra dimensão
pro sono de rei na cama de tatame
e batizei meus ultimos suspiros com seu nome.
Quis mais que pude, pus bem mais que posso
fui além pro além me receber.
fui sem medo pelo amor que Deus me deu
com você na veia, com você pela ultima vez.
(Henrique Fernandez)
Olhava tudo
Com olhos de telescópio
O mínimo era ser super-homem
Hoje contento-me em ser bom
Homem
Tudo através da diáfana
Bolha de sabom
Bom
Bombom...
O mundo foi meu.
(Cipriano)
ALÇADO POSTERIOR DA ÁGUA
E começou a chover
gota atrás da outra
no tecto solteiro a orquestra
o asfalto a renascer
na sanzala porém é reza
para o tecto não ceder
(Gociante Patissa, Benguela, 19 Outubro 2010)
Vida
Ah, essa vida veloz
É mais que qualquer teoria
Me causa um desejo atroz
Que não traduzo em poesia.
Ah, essa vida de instantes
Não cabe nos teoremas
Não tem passos tão constantes
Nem cabe em velhos esquemas...
A vida, de emoções brilhantes
Não serve em regras pequenas.
Ah, se eu deixo passar essa vida,
Essa única, essa toda, essa minha
Levarei para a eternidade
Uma bagagem vazia.
Quero a vida sempre intensa
Feita de luz e poesia!
(Catarina Maul)
Porque te amar!
Por ver teus olhos e não conseguir olhar além deles
Por ver teus cabelos dourados e não saber que direção tomar
Por sentir teu cheiro e me embriagar com ele
Por ter de te ver e muitas das vezes ter de me despedir
Por pegar em tuas mãos e sentir o universo ao meu lado
Por ver como todos os dias, me surpreendo com você
Por saber que quanto mais dou de mi a ti, tu retribuis em dobro a mim.
(Jorge Augusto Goettnauer)
Morrer de tanto amar
Um barco à espera de um cais
Ancoraria num porto seguro
Se não fossem as dores do amor demais
A quebrar suas ondas no escuro
Recluso em si mesmo, vive numa prisão
Teme os monstros que existem no mar
Está preso nas armadilhas da solidão
Por não ter aprendido a amar
Eis que abarca um novo comandante
Que decide parar na ilha do sentimento
Navega milhas e milhas até o instante
Em que não existe mais ressentimento
Atracado numa ilha sem temeridade
Finalmente encontra sua primavera
Na mais perfeita idealização da realidade
A mulher amada está à sua espera
Decide navegar pelas linhas de seu corpo
Agora, sem medo de naufragar
Pois mesmo que ali, enfim, morresse
Teria sido de tanto amar.
Amor-perfeito
Queria esquecer a realidade/ As diferenças
- Principalmente a indiferença.
Queria acreditar / Na santificação do sofrimento
Ingenuidade.
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
Mas eu não sou o amor/ Sou homem.
Sou carne/ Falho
O Amor é pleno/ E eu.../ Finito
Em um ser onde tudo é relativo
Não há lugar para o absolutoNa terra do Joio e do trigo
Não floresce o amor-perfeito.
(André Vianna)
Meia idade
E de subir, cansei
Andarei
Feijão apimentado
Mas frio, frio
Deglutido o frango
Ao bater asas para subir.
E de subir cansei
Apimentado andarei.
Chegar em casa após trabalhar
Me deitar, descansar.
Não me cuidar.
E de sorrir, cansei
Tristemente andarei.
Um cigarro acender
Acender – Ascender – Arder – Chover.
Oração dos fiéis:
HALLELUJAH! HALLELUJAH!
(Vítor de Paiva)
"Lembrando de um esquecido"
Ponha a corda no pescoço para recomeçar,
prevendo o paraíso... O inferno não era aqui???
(Redson Vitorino)
Eclipse Estelar
O meu olhar no Coliseu
junto do olhar teu, fogo a flamejar!...
Quero olhos como os teus
juto aos olhos meus
para um eclipse começar...
Mas a luz dos olhos meus,
resistem aos olhos teus,
só pra instigar teus abraços...
E a luz dos teus olhos, Zeus,
é um imã a puxar os olhos meus ao espaço...
O fogo nasce do teu olhar!
Olhos de um deus,
que quando encontra os olhos meus
é impossível controlar!
... Centelha de fogo, apogeu, um eclipse estelar!
Que calor dá o encontro do nosso olhar!
Cola teus olhos nos meus,
e me leva a flutuar...
...num cometa sem adeus...
Pela luz dos olhos teus deixo-me guiar!...
Chama de paz e amar, o nosso olhar...
Sol que seduz... Chama dos sonhos meus!
Encontro de Sol e Luar, uma explosão no ar!
...A luz dos olhos meus na luz dos olhos teus
quando resolvem se encontrar!
(Luana Lagreca)
Lançado na Praça D. Pedro, Petrópolis – RJ, em 20 de outubro (Dia do Poeta), ano de 2011, no Sarau da Confraria da Poesia Informal.
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