terça-feira, 29 de novembro de 2011

SARAU TROPICAL

(PERDOEM OS MAIS SÉRIOS, MAS ESSA POSTAGEM NÃO É SÉRIA! ALIÁS, ACHO QUE NÓS TAMBÉM NÃO SOMOS SÉRIOS!!!!)


Para nossa Confraria tudo é motivo para poesia. A prova disso é essa diversa salada de frutas que se instala, partindo de uma narrativa um tanto quanto curiosa.
Não poderemos dar detalhes  do fato, mas adiantamos que tudo se deu a partir de uma fome noturna  (poetas também sentem fome e em momentos inusitados) sentida pelas nossas poetisas, e que só pode ser resolvida com o furto de umas bananas.
Banana para lá, banana, para cá, risos e brincadeiras, versos e rimas, a Confraria toda se envolveu no inquérito aberto e as frutas foram tomando conta de vários diálogos por vários dias.
O resultado? Poesia!


Investidas numa madrugada faminta...
Perplexos, percalços, sem calços...
Móveis bambeados, pés descalços, empretados...
As migalhas caíam à mesa,
... De repente, uma diz:
"-Como é que liga isso?
- Ah! Apertando!"
...Então, aperta!... (!)
(Luana Lagreca)


Investidas numa madrugada faminta (Parte 2)
Um cacho, um tacho no espaço...
O breu comeu...
Comeu breu?
Luzes fluorescentes, pensamentos intermitentes...
Fome incandescente...
E se lançaram em busca do seu sacio... (!)
(Ana Lucia Cruz)

Investidas numa madrugada faminta (Parte 3)
Rápidos e sorrateiros,
Buscando o esconderijo perfeito...
" - É o alarme?"
" - Não... É uma bomba!
Apertados num canto insaciáveis...
A cobra fumou...
E se afogou... (!)
 (Felipe Quirino)
 

E com esse conjunto de frutas naturais, sucos de frutas, saladas e drinques, planejamos nosso próximo sarau a ser realizado em dezembro, o último do ano.

Vem ai o SARAU TROPICAL!!!






Fruta no pé

Perfeito
mundo
beijo
profundo.
Gosto
sentido
forte
dividido.
Sabor
magistral
sentido
ali.
Festa
marcada
grande
salada.
Palavras
frutas
sarau
poesia.
Marcando
momentos
amizade
valor.
Falar
dolorido
amor
sentido.
Rodar
rodei
falar
falei.
Fruta
tema
presa
no pé...

(Rodolfo Andrade)



f R u t  o 
f u R to
um Errê te soca
e o outro de adoça.
R
(Matheus José Mineiro)


 
Banana Intensa

Parte I

Quirino meu amigo
... Ofereceu sua banana
Boba que nada
''Pode ficar'' - respondeu Ana!

Parte II

Papo vai, papo foi
Bobo que nada
Quirino desconversou
E para trás a banana deixou.

Parte III

Ana, que de boba não tem nada
Pegou a tal banana abandonada
E a guardou com toda paixão
Isso que eu chamo de deixar a banana na mão.

(Guilherme Sant'Anna)




CHORO DA BANANA

Chega de preconceito! Assim dizia
a banana no cacho, coitadinha!
Só preferem maçã, que sorte a minha,
mesmo assim importada. É covardia!
Isso deixa em meu cerne uma agonia...
Quando eu vejo essa turma, aqui na feira,
procurando-me só por brincadeira,
fico triste, pois tenho vitaminas,
mas eles não entendem patavinas
e ficam me gozando a vida inteira.

(Gilson Faustino Maia)


Banana insana

Banana-prata
Banana-d’água
Banana-maçã
Banana-da-terra
Banana Banana

Banana verde
Banana amarela
Banana Brasil
Banana samba
Cerveja de banana

Banana corcunda
Banana imunda
Banana podre
Banana pobre
Pobre banana

Banana unida
Banana família
Banana amizade
Banana alegria
Cacho de banana

Banana intensa
Banana imensa
(Deus me livre)
Banana bacana
Banana sacana
Vitamina de banana

(Roberto Henrique)



Jabuti - Cabra no pé...

Jabuti no pé,
colhendo flor de amora...
O Jabuti, cabra de fé!
E caba, a Cabra, Jabuti naAmora...

Caba - jabuti!
Jabuticaba madura...
Amora, fruta do pé.
E a jabuticaba, Zé?
Madura, naAmora!

A banana, fica pruma outra, ora!
  
...E a Cabra?
Caba!
Já se foi embora!

(Luana Lagreca)



Abacaxi de Marataízes

Vamos lá freguesa
Vamos aproveitando
É o abacaxi de Marataízes
Que está chegando


Venha Dona Maria
Tem abacaxi pra toda sua família
E pra senhora Dona Conceição
Aqui é abacaxi de montão.

Essa abacaxi é uma doçura
Cura qualquer amargura
Ele é uma beleza
Pra acabar com sua tristeza

Traz o amor perdido
Cura unha encravada
Esse abacaxi é da pesada

Calma, calma não precisa empurrar
É abacaxi a rodo... Não vai se acabar
Vamos freguesa
Coma abacaxi de sobremesa
Vai lá Terezina
Busca o Jurandir no bar da esquina
Pede ele dez reais
Leva três abacaxis e nada mais
Mas se ele tiver duro
Nem vem que eu não penduro

É abacaxi fresquinho de Marataízes
Vamos freguesa
Vamos aproveitar
Que o moço já vai se embora
E o abacaxi acabar

(Roberto Henrique)





Estrela, estrelada
Cinco pontas suculentas
Agridoce, dourada 
Quero te sentir, arrebenta.
Ora bolas,
Carambolas!
Não me amoles,
Me chupe, se embole...

(Ana Lucia Cruz)




Maracujá e Poesia

Prepare-me um drinque
Já é sexta-feira
Maracujá e poesia
Cachaça boa mineira...

Misture e me sirva
Serve com gelo e adoçante,
Façamos um brinde
para esse único instante!

Enfeite com uma cereja.
Será que disfarça o cansaço?
Será que disfarça o desânimo?
Dê-me um drinque... me refaço!

Maracujá e poesia
Linha, verso, rima, emoção
Maracujá – Confraria...
Overdose de inspiração!

(Catarina Maul)


CAJU PIAUIENSE

Esta fruta tão nordestina!
Dos sertões do Piauí
E da Capital Teresina
Encanta com sua cajuína...
Um caju tão piauiense!
Este caju tão Grande!

Como é bom apreciar seu gosto!
Que fruto tão saboroso!
É o nosso caju piauiense.

(Antonio Félix)

A maçã

E este rubor...
Este rubor que sobrepõe tua palidez
Por vezes causa em mim tropeços...
Timidez.

Porém,  tua forma,
O toque em tua pele, teu perfume...
Fazem de ti essência do desejo
Talvez, pecado...  E em mim ciúme.

Mas, este rubor...
Este rubor que sobrepõe tua palidez
Em minha boca louca, é doce massa aflita,
Exausta a desaguar toda avidez.

(Paulo Roberto Cunha)



Chic na salada


Pêssego é fruta
de amor com sabor
marcada de rosa
com sensações furta cor.

Aveludada, ao toque arrepia
mordida sofre de amor,
colhida vem doce
jorrando o que se quer de valor.

A paixão, que brota na pele
tem sentido de tato profundo
com sabor meio azedo
na leveza do vento de verão.

Fruta gostosa sem igual
alimento de puro odor
leve em seu estilo
pesado de digerir.

Contudo chic,
vai com tudo
na caipirinha, na salada...
sem preconceito...

É real realeza
vive de alegria
amassa daqui e dali
e entra na confraria.

(Rodolfo Andrade)




JAMBO

Amargo sabor da vida
em tua polpa encontrou abrigo.
Que fazer com você depois de partida,
envergonhar-me por te olhar despida?

Tua forma engana os olhos sedentos
pois de seiva nada possuis.
Só tua cor ilude os incautos
que desejam provar teus pedaços nus.

Não esperem aromas doces
de quem só produz amargor
nem abelhas tentarão coletar
o seu néctar encharcado de dor.

(Fátima Kneipp)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Roberto Henrique




Soneto da oração.

Jesus, Meu Deus e Meu Senhor, 
Seja pra mim como um barbeiro,
Cubra-me com teu manto o corpo inteiro,
E com a tua bondade me doa teu amor. 

Ponha as tuas mãos sobre a minha cabeça, 
Corte dela o mau pensamento, 
Pinte todo esse branco imenso, 
Para que teu ensinamento eu nunca esqueça. 

Jesus, Meu Deus e Meu Senhor, 
Cuida bem dos barbeiros, na verdade, 
Olha por toda humanidade. 

Olha por este povo trabalhador, 
E pelos vagabundos também, 
Peço-te de coração, amém!


A um amiguinho 

Ei moça, olha só esse bichinho,
Não quer dinheiro, só quer carinho.
Ele não tem preocupação,
É só amor no seu coração.

Ôh rapaz, como pode maltratar o pobrezinho?
Não vê que é você o animal? Tadinho!

Dona, ele não tem ambição,
Só pensa em brincadeira e ração.

Minha senhora,
Ele me adora,
Pensa que sou um rei...
Não sei!

Menina, veja esse olhar,
É tão carente de cativar.

Se toca perua,
Ele não liga pra sua roupa,
Pode ficar nua,
Sei lá, me poupa!

Você intelectual,
Ele é mais inteligente,
É simples e natural,
Não é como a gente.

E você garotinho,
Não sabe de quem eu digo?
Do seu amigo,
O cachorrinho. 



Dona Clotilde 


Lá vem Dona Clotilde, 
Tão inteligente e humilde. 

Bom dia Dona Clotilde, como vai? 
Uma dorzinha aqui e ali, 
Nada de mais, fora isso... 
-Vou bem meu filho, graças a Deus! 

Conte Dona Clotilde 
Alguma história 
Dessa trajetória 
De realidade. 

Será que era bonitona? 
Bem antes de ser uma Dona... 
Quantos corações partiu 
E quantos partiram o seu? 
Diga Dona Clotilde, o que viveu? 

Quais eram as cores 
Do tempo do preto e branco? 
Quais foram as dores 
Que te levaram ao pranto? 

E o céu tinha mais iluminação 
Com menos luzes aqui no chão? 

...

Qual é o segredo 
Pra manter o humor aceso 
E depois de ter vivido tanto 
Ficar na fila do banco 
Pegar ônibus e fazer feira, 
Cuidar da neta arteira, 
Acordar cedo pra ver a missa, 
Será que não sente preguiça? 

Dona Clotilde, velhinha guerreira! 
-Ai minha artrite e essa ladeira. 



Festa das Flores 

Festa das flores, 
Tem festa tem amores. 

A festa das flores 
Com Deus na produção 
Encarregou o céu da iluminação. 

Para a festa das flores 
Todas enfeitadas 
Com pétalas de cores 
Variadas. 

Da festa das flores 
A Rosa saiu chorando, 
Ao ver o Cravo 
Como um escravo 
De um pé de Tango. 

Estiveram presente 
Flox e Copo de Leite 
Na festa das flores, 
Também a Estrelícia 
Com a Hortência 
Visando novos amores. 

E foi nessa festa 
Que o romântico Goivo, 
De Margarida ficou noivo, 
Para a grande emoção 
Do pai, Monsenhor Macarrão, 
Do Girassol, o tio 
E do seu amigo o Lírio. 

O que chamou a atenção 
Do astuto Boca de Leão 
Foi o estilo “fashion” 
De Protea Pin Cushion 
Que só tinha olhos para o sorriso 
Do amarelo Narciso. 

Mas nem tudo foi amor 
Nem tudo teve paixão, 
Afinal as flores também tem decepção, 
E no que se tinha tanta esperança 
Não passou de uma única dança. 

Pobre Palma, 
Caiu na conversa 
De um Tritoma 
Esperto a beça. 

Já se foi a festa das flores 
Foram também os amores 
Com fim da primavera. 

Mas vamos ficar na espera 
Da próxima edição 
Ano que vem, na mesma estação. 

Muito mais festa das flores 
Muito mais flores, mais festa, mais amores. 



Pobre Humano 



A elegância é deselegante com os mais humildes
A simplicidade podia contagiar a humanidade
Um mundo mais fácil, sem decoro, sem etiqueta
Nem muita maquiagem, terno e gravata

Nada melhor que churrasco, samba e cachaça
Depois da mulher com toda sua graça
Pra uma festa assim vou vestido a rigor
Bermuda e chinelo, refrescando o calor

Não seria bem legal
Se o ano todo fosse carnaval?
Essa contagiante alegria
Dos cinco dias de folia

Se a vida tivesse mais fantasia
Menos maldade nas pessoas
Mais amor ao próximo
Menos ambição
Mais políticos
Menos corrupção
Mais cientistas 
Menos doenças
Mais artistas
Menos violência
Mais boas notícias
Menos desgraças
Mais arvores
Menos fumaças
Mais fé e esperança
Menos descrença de mudança
Mais sorrisos de crianças
Menos falsidade
Mais comida
Menos desigualdade
Mais respeito 
Menos preconceito
Mais piadas 
Menos brigas
Mais risadas 
Do que intrigas...

Deixa de se preocupar com coisas fúteis
No fim da vida elas são inúteis
E lembra bem desse ditado:
“O que te parece certo pode estar errado...” 

sábado, 26 de novembro de 2011

Confraria da Poesia Informal no Bem Cultural

 
No dia 24 de novembro de 2011, membros da Confraria estiveram no programa de TV Bem Cultural, apresentado por Catarina Maul na TV Vila Imperial, falando sobre poesia, sobre a Confraria e suas inspirações.
Na entrevista, Ana Lucia Cruz, Felipe Quirino, Rodolfo Andrade e Guilherme Sant'Anna.
Também participaram da entrevista a fotógrafa Maria Hennies e o músico blueseiro Marcelo Buddy.

(fotos de Maria Hennies)








II Sarau da Confraria da Poesia Informal - 24 de novembro de 2011

Nosso II Sarau, agendado para dia 24 de novembro de 2011, na Praça D. Pedro, em Petrópolis - RJ, teve que ser transferido de local por conta das influências climáticas. Um Pedro mais poderoso, o São Pedro, andou mostrando sua força aqui pela cidade e deixou o outro Pedro, o Imperador, sem um espetáculo que ele adora assistir, calmamente, sentado em seu trono situado na Praça.
Agradecemos ao Centro de Cultura Raul de Leoni por ter acolhido nosso evento tão carinhosamente produzido, através da boa vontade de seu gerente, Marco Aureh.
Ainda agradecemos à  Fundação de Cultura e Turismo e à  Secretaria de Educação pelo apoio, ao Hostel da Fazenda Samambaia que hospedou graciosamente nossos poetas do Rio e à Casa D'Angelo que forneceu o jantar aos que vieram de fora.
Foram momentos lindos, unindo muitas expressões poéticas: música (Metal Four, Marcelo Buddy, Pedro Maia e Cunha e Leonardo Cesar da Rosa), fotografias (Maria Hennies, SOPEF), artes plásticas (Sunk One), Hip Hop (Nação Hip Hop e Sétimo Grau), além de muitossssss poetas da Confraria declamando.

Teve pipa no ar e liberdade em nosso coração.

O restante, as fotos e vídeos mostram para vocês.

Mal esperamos o próximo!

(as fotos são de Maria Hennies)


Nohann, da Metal Four, passando som



 Danny, da Metal Four, passando som


 Tem pipa no ar - organização: Guilherme Sant'Anna


 Mantivemos a parceria da SOPEF, nas fotografias


Metal Four antes do inicio(Nohann e Armandinho)



Ainda Metal Four

Linda captura da Maria Hennies para o olhar atento de nosso público


 Agradecimentos da Confraria à Kitty, que cuida do blog comigo

Pedro Maia e Cunha


Ana Lucia Cruz


 Guilherme Sant'Anna

 Rodolfo Andrade


Luana Lagreca


 Roberto Henrique

 Vitor de Paiva

 Alan Bastos


 Lindo banner que traduz nossa informalidade

 Catarina Maul

 Sétimo grau e Coxinha



Leonardo Cesar da Rosa