sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pedro Maia e Cunha


POEMAS DO PEDRO


Tecido dos mestres pernambucanos...

Tecido e sido o pão
do rio pra ter choro
Baden, Rabello....

É Pernambuco a perna 
pula pula numa só
sem ela um tombo
rombo a tornar oco
toda música do mundo...

Da boca 
de dentro, fundo
num outro tudo do brejo
saiu cantiga um tanto verso
não na de rima ou ima do belo
a que um tanto divino e de vir limpo
na de dentes são mestres 
volto a boca, e riem.....

Mas Meira: Baden, Rabello...
são teus filhos florões do rio...
e de um canhoto 
sim da para-í-ba ao mundo
também prole pernambuca...

João Teixeira 
não te amolo facão
pois graúna certeira 
da mão ao ninho  de jatobá 
tombada em petrolândia maior...

Tecido dos mestres pernambucanos!



Mantra pão com mortadela

Pão com mortadela
nossa alma desliza!
Todo veludo acaricia
num mastigado molhado...

A língua levou saliva;
O corpo cuspiu suor...

Pão com mortadela...

cheio ao são carnudo...
era dela e agora morta no estômago...

Após moída
o mundo dos dentes gargalha...

Pão com mortadela...
Mim meu deu uma de diabo
e amassou (pobrezinho, já dormindo)

Igual nossa pátria massa
esperando mãos divinas
digitais desesperam e não existiriam...

Naquele pote (Ode-lá de cá das vênta) recaí-me cansado
esperando conectar pão com mortadela e toda a noite
que é uma...

A noite uma indefesa
toma-lhe pão com mortadela..
Vá sem fé!!!!




leia o verso: verso:  ao verso: o verso

leia o verso
como que a ler uma bula
mas sem querê-lo remédio
pois dela
só te recomendará 
com receita poesia

leia o verso 
lentamente
nunca de arranque
e assim do avesso
sai-lhe versamente versado

leia do verso
aspectos pintados;se passivo;
ouça seus espirros 
ou da maneira de reclamar-se

leia o verso
feito fartura em tacho
pé-de-moleque,cocada,pamonha
empanturra pança,lambuzada da na fala
adocica a alma

leia ao verso
"o que não mata engorda"
histórias de pescador
doses dotes do dom política

leia verso,e
disponha a biblioteca 
numa linha entendimento
tudo é tudo e todo.

leia meu verso
do tamanho a expesso
de nevoeiro ou russo
masmorra em esfolar sentido



Rabello de anjo 

Amarrado no peso de Rafael..
se de Deus a escrita torta de um 7 cordas
a gente aprende dos dedos um sol
nesse dedilho conforme o dia!!!

Até nessa madeira(mais de deus ou sou a besta?) tem bar.....
me serve o de sempre camará (e no meio da marra, dedos)
mas nunca  sempre (pois sou homem livre das amarras)
só moedinhas de troco (para o dia a dia do corpo)
e o tombo já espreita o colo do não(pois o repouso é cio)

ruei ruei ruei
até ser rei da rua cheia

rua nova não se faz 
pois quando pisa míngua o chão

ruas ruam rumo ruminado
pelo tempo 
pelo passo
passo
tempo.

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