POESIAS DE FILIPE MEDON
Muito prazer
(Campeão do Concurso Nacional de Poesia 2010)
(Campeão do Concurso Nacional de Poesia 2010)
Eu sou aquele que chora de alegria
Componho versos em plena melancolia
Venço os meus maiores medos
Despejo no papel os meus segredos
Faço sentir melhor os sofredores
Uno com palavras grandes amores
Tenho fé no futuro das nossas crianças
Sou um sonhador, vivo de esperanças
Tenho sede de provar o meu valor
De bradar a todos sobre o meu amor
Meu coração acelera perto da mulher amada
Sorrio até quando não se pode dar risada
Acredito na vinda de novos tempos
Aproveito a vida em todos os seus momentos
Sou ladrão de ventos, já roubei a tempestade
Colho sorrisos, plantando felicidade
Faço da pedra bruta nascer uma flor
Protagonizo a minha vida, sou um ator
Acredito na beleza do amor verdadeiro
Não sou o último, nem o primeiro
Eis a minha identidade nada secreta:
Muito prazer, eu sou poeta.
Nobre arte de amar
(Campeão do II Concurso de Poesia Amor Demais 2010)
(Campeão do II Concurso de Poesia Amor Demais 2010)
Novo começo, nova regra na poesia
É hora de cantar a minha alegria
Bradar sobre o sentimento mais profundo
Capaz de transformar o mundo
Mas como vivê-lo tão intensamente?
Para amar, não há regras, é inconsciente
Não basta ser amor, tem que ser paixão
Há que incendiar e açoitar o coração
Ser bruto em carinhos de cortesia
Ganhar beijos sussurrando poesia
Abrasar no peito a mulher amada
Sorrir até quando não se puder dar risada.
No corpo nu, beijar todos os espaços
Ser carinhoso tomando-a nos braços
Viver numa dúvida inconstante
Ser amigo ou apenas amante?
É preciso muita vontade e pouco juízo
Entregar-se ao amor, morada do paraíso
Fazer versos sem nenhuma decência
Esperar a amada com toda paciência
Poetizar nos momentos de intermitência
Despir as pétalas inebriantes da rosa
Confortá-la quando chorar copiosa
Num breve olhar compreender sua aflição
E num beijo de amor ganhar seu coração.
Sou filho deste chão
(Campeão do Concurso de Poesia da Bauernfest 2011)
(Campeão do Concurso de Poesia da Bauernfest 2011)
Cruzando os mares da aventura
Ergueram nossa história com bravura
Na força bruta da lida de cada dia
Inspiraram os versos de minha poesia
Homens destemidos se dispuseram a lutar
Mulheres de fibra impuseram seu lugar
E hoje nos recordamos com felicidade
Daqueles que construíram a nossa cidade
No papel aro a terra de outrora
O lápis é a enxada de agora
Para brindar a realização da façanha
De um povo destemido vindo da Alemanha
Conquisto a cada dia com meus versos
Um mundo novo, escrevendo universos
Na sinceridade da palavra, a emoção
De vencer na vida com um poema na mão
Deixo de lado a espada e a lança
Minha arma se chama esperança
Inspirado por esse espírito vencedor
Contagio a todos com meu amor
E hoje venho apenas agradecer
A vitória do colono alemão
Que a cada dia me faz crer
No orgulho de ser filho deste chão.
Morrer de tanto amar
(Campeão do III Concurso de Poesia Amor Demais 2011)
Um barco à espera de um cais
Ancoraria num porto seguro
Se não fossem as dores do amor demais
A quebrar suas ondas no escuro.
Recluso em si mesmo, vive numa prisão
Teme os monstros que existem no mar
Está preso nas armadilhas da solidão
Por não ter aprendido a amar.
Sua tripulação carrega o Vício e o Medo
Que num motim, tomaram o comando
Mas foram destituídos em segredo
Deixando o barco à deriva, naufragando.
Eis que abarca um novo e destemido comandante
Que decide parar na ilha do sentimento
Navega por milhas e milhas até o instante
Em que não existe mais ressentimento.
Atracado numa ilha sem temeridade
Finalmente encontra a sua primavera
Na mais perfeita idealização da realidade
A mulher amada está à sua espera.
Decide, então, navegar pelas linhas de seu corpo
Agora, sem medo de naufragar
Pois mesmo que ali, enfim, morresse
Teria sido de tanto amar.
Geração 90
Conectados, plugados, desesperados
Somos a geração dos anos noventa
Nossos braços ainda estão cruzados
Enquanto um novo herói não se inventa
Por que não nos unimos agora?
Por que preferimos só cerrar os dentes?
Por que preferimos só cerrar os dentes?
Há corrupção, impunidade e selvageria lá fora
E nós, inertes, nos fazemos de ausentes
Somos a geração que constrói o futuro
Mesmo assim, estamos presos no passado
Pois ainda prevalece a inscrição no muro
Do velho herói que já está aposentado
Falta-nos a coragem dos caras pintadas
E até mesmo a bravura das uniões estudantis
Somos a era das redes sociais conectadas
Mas não promovemos a mudança em nosso país
Temos que criar uma identidade,
Um motivo que nos faça lutar
A união faz a força, é verdade
Mas para isso temos que começar.
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