segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2012!!!!

QUE ESTE NOVO ANO QUE SE APROXIMA NOS TRAGA
INSPIRAÇÃO
AMOR
GRATIDÃO
AMIGOS
REALIZAÇÕES
SAÚDE
UM POUQUINHO DE DINHEIRO
E MUITA FELICIDADE!!!!

...............

Em Frente
Vem o Ano Novo pela frente,
E dessa vez será tudo diferente,
Não quero fazer promessas,
E sim realizá-las às pressas,
Pois entra ano, sai ano,
E continua esse cotidiano,
E as tais mudanças,
Parecem sonhos de crianças...
Mas dessa vez será diferente,
Vou seguir em frente,
Afinal uma criança com o sonho realizado,
Leva a vida de bom grado...
Contente...
Com certeza será melhor daqui pra frente!

Felipe Quirino

.....................

2012!

Lá vem ele!
Ouço o aproximar festivo e barulhento
Trazendo os sons do mar e do vento
Embrulhados em um celofane vermelho.

Percebo!
De longe vejo a luz que o adorna
E a aura reluzente que o contorna
Vaidoso, só se mira em seu espelho.

Não parece com mais nenhum, é todo
Promessa, contrato, absolutamente intenso
Me toma na esperança de seu colo imenso
E me leva, eu o sigo... sem pes-ta-ne-jar.

É dele o poder de me embalar
E de conduzir o meu destino.
Esse ano que me chega, tão menino,
Tem o poder total de libertar!

Então fecho meus olhos tão sensatos
E esqueço as rédeas, os fatos.
Novo ano, abre os braços
que vou me entregar!

Catarina Maul

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FELIZ ANO DE NOVO

ano novo vida velha
renovado no mesmo comercial
de interesse tão comercial
com emoção de maravalha
velha balela anual

ano novo, vida velha
sorrisos em todos os rostos
esperança parece a postos
é flor de um dia que espelha
uma alma de desgostos

ano novo vida velha
esperança que é pouca
pura pólvora que espoca
cachorrada que se espalha
ressaca no céu da boca

Renato de Mattos Motta

....................

Ta chegando

Vem dali logo ali
mostrando seu potencial
marcado de vida nova
para mais um carnaval.

Desta vez vem diferente
vai chegar sem pretensão
promete ser companheiro,
dinheiro, só pra viver...

Nas praças será presença
marcante a todo momento,
nos papos sempre em forma
tudo o terá sem lamento...

Os momentos amorosos,
aquele pileque da noite,
não serão como este ano
terão um gosto diferente.

Como em um som sem som
tudo terá sua magia
vai ser diferente
quem vai imperar é a poesia.

(Rodolfo Andrade)








Feliz ano novo?



Os fogos ainda modestos

Já anunciam o ano novo.

Vida nova,

Novas esperanças...



E a cada rojão

Como um cão, estremeço...

Um misto de medo

Um quê de incertezas.



Deixo-me levar...



Entrego essa carga,

Todo esse peso

Que é a minha esperança

Ao dia primeiro.



Deixo-me levar...



Faço uma aposta,

Compro outro bilhete,

Pulo três ondas,

Visto branco...



Dia 31.

Corram! Corram!

Os fogos já anunciam o ano novo!

Hoje, é um novo dia...

E eu, me pergunto:

Amanhã,

Ainda serei eu mesmo?



Feliz ano novo!

Feliz ano novo?

Feliz?


Paulo Roberto Cunha






“Transitus”

Mais um ano se passa
E o podes dizer que ficou?
Alguma pessoa inesperada...
Aquele sonho que se realizou...
A felicidade antes abstrata,
Que por mérito teu, se concretizou...

Chame esse ano de passado
Mas não o que nele se construiu
Só ponha fim no que fez de errado
Continue cada bem que iniciou
E saiba que cada buraco no caminho
Foi para alguma lição que precisou

Mais um ano que se passa...
E quantas pessoas conheceu?
De todas elas, até esse dia
De quantas já se esqueceu?
Com quantas sempre se encontra?
E quantas já ouviram da sua boca
a palavra “amor”?
Para quantas foi verdadeiro?
Ou alguma se enganou?

Passa o ano e só deixe que com ele passe
O que realmente não foi importante
E não deixe que fiquem mágoas,
como fotos na estante...
Que te lembrem a todo o momento
o que em um dia aconteceu
O que é bom de verdade,
fica gravado no peito
O que não for, diga que apodreceu,
se decompôs, não sobrou nada
Não cabe no coração teu

Passa o ano, passa o vento
Novos tempos virão...
Fortaleça tua alma,
ou a transforme se for preciso
Se em algum momento
teve um ombro a seu lado
Seja tu o ombro amigo
Reconheça teus erros,
e descobrirão tuas virtudes
Adote o altruísmo,
Seja firme em tua fé
Pois novos obstáculos
em teu caminho aparecerão
mas com deus ao teu lado
com toda certeza chegarás
Prepare-se para um novo ano
E um vencedor será

Quincas de Azevedo



Pé na bunda
Ano velho
Louco, maquiavélico
Inesperado, embriagado
Contente, incoveniente

Uma triste despedida
Nova visão de vida
Um novo cardápio
Uma nova rotina

Uma nova canção
Um novo caminho
Nova esperança então
Não sigo sozinho

Sigo com Deus
Família e amigos meus

Sem mais, desejo a todos
UM FELIZ ANO NOVO!



2012: Uma Nova Odisseia

A folhinha do calendário
Marca o dia primeiro
De um novo janeiro;
Enquanto o veleiro
Continua a singrar
O Grande Mar da Vida…

(Que maravilhas
Desconhecidas
Haveremos de encontrar?)

Edweine Loureiro

domingo, 25 de dezembro de 2011

COM CHEIRO DE INFÂNCIA



Hoje, no entardecer do Natal, uma chuva caiu sobre Petrópolis fazendo com que entrasse por minha janela um cheiro forte de terra molhada. Na hora eu fui transportada às chuvas de minha infância e aos medos do barulho causado por elas,  sempre acalmados por minha mãe numa repetida explicação. Virou poesia!
Depois dos comentários dos amigos confrades, fiz um convite geral. E agora a Confraria faz poemas COM CHEIRO DE INFÂNCIA.Um viva para nossas memórias!

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Cheiro de terra, cheiro de vida
A chuva que anuncia o verão...
Quando eu era pequenina
Olhava pro céu desabando
E não entendia
de onde caia
Tanta água para o chão.
Minha mãe, com calma, explicava
Que São Pedro lavava
Os quintais do céu
E eu acreditava...

Via até sabão na chuva que avistava
Do lado de fora da janela
Chuva bonita, missão tão bela
De tornar mais perfumado
O endereço dos anjinhos...
Esses eu também via
Saltitantes, brincando na lavação
Via a mangueira do céu
Em plena atividade,
junto da esfregação.

Imaginava São Pedro
Muito autoritário
Dando ordens pra equipe da faxina:
- Quero esse canto sem lodo, menino!
- Quero essa nuvem branquinha, menina!

E quando a chuva cessava
Com uma sensação tão boa eu ficava
Sentia a libertação.
O cheiro de terra molhada
Pela chuva entornada
da arrumação do céu
era para mim ORAÇÃO!

(Catarina Maul)


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A Chácara
 
...e aquela Menina  vivia num mundo à parte do mundo  em partes...
Criava e recriava em cima do seu recreio.Viver para Ela era um absurdo qualquer entre uma realidade que Ela não acreditava e a fantasia que era seu mundo real.
A chácara ... Seu parque  de diversão  onde insetos, árvores, frutas e bichos se transformavam na mais  enlouquecida estória de conto de fadas ...E Ela era soberana que a tudo transformava e fazia com que entrasse em seu mundo de partes .
Cantava e encantava ..
Sem mensuras, sem limites  o seu próprio mundo em partes lhe particionava...
Era cantora, atriz, rainha...nunca vassala.
Quando cantora o palco era enorme e a plateia a aplaudia de pé
Quando atriz, se fazia uma fazendeira que sorvia da Terra sua seiva, sua vida...
Quando Rainha não se abalava com nada...inatingível.
E nesse seu mundo ela vivia repartindo o que colhia...
Na sua mais etérea imaginação...

(Ana Lucia Cruz)

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O quintal da minha infância
tinha balanço e gangorra,
tinha  a Nica e o Biguá,
bananeira, goiaba no pé,
goiabeira, flamboyant, figueiras,
nos domingos, churrasqueira
um cágado, que sempre
sumia por meses,
e muito cocô de cachorro.

(Renato de Mattos Motta)

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Lembranças...

Virando as páginas da vida,
revivendo a minha infância.
Alegrias, tristezas, molecagens,
doenças , cenários variados.
Ar livre, pés no chão e brincadeiras,
corridas de marimbondos
e manhãs de pescarias.
Longas jornadas pra escola,
calça curta e tamanquinhos.
Saudades da amiga professora
Dona Aristotelina Aguiar.
Caçadas de passarinhos,
farofa feita na mata
e quanta frieira nos pés.
Vida sem nenhum conforto
porém quanto amor de mãe.

Gilson Faustino Maia


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Que Saudade

Cheiro de infância,
Perfume de Pitanga,
Pé de carambola,
Pés descalços atrás da bola,
Sangue pelo chão...
Arranquei o tampão...
Do dedão...
 Num chute forte sem precisão...
Curativo da titia,
Bolo de Fubá da vovó Maria...
Pique esconde, pique bandeira,
Queimado...
Xixi na cama por brincar de fogueira...
Normal naquela idade,
Travessuras por toda a parte,
Quem nunca caiu de bicicleta?
Quem nunca tirou meleca?
Eca... Mas a criança nunca peca...
E não tá nem aí pros dizeres da ciência...
Aí que saudade...
De uma infância sem maldade...
Que saudade da minha inocência...

(Felipe Quirino)

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Os cheiros tristes da Infância

Devia ter uns cinco anos
Quando uma questão passou a me intrigar:
Onde estaria Maria Izabel
Por que não voltou pra brincar?

Todos as manhãs ela chegava
Acompanhada por sua tia Terezinha
E das bonecas a gente cuidava
Panelas, talheres, comidinha.

Apesar de não sabermos ver as horas
Elas não significavam nenhuma preocupação
Tínhamos tempo de sobra
A fome determinava a interrupção.

Mas um dia ela não veio...
Olhei da janela e  caía um temporal
Mesmo assim minha família saia, cabisbaixa,
Olhares de tristeza, um pesar sem igual.

Mas cadê Maria Izabel?  Eu perguntava.
Por que ela não veio para brincar?
Cada um, do seu jeito, desconversava
E ninguém parava para me explicar.

Fui costurando comentários e tirando conclusões
Embora não entendesse de cemitérios e caixões
E desconhecesse esse parque, essa pracinha
Que guardou para sempre aos sete anos
Sem nenhuma despedida, nem um plano
Os vestígios de minha primeira amiguinha.

(Catarina Maul)

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Cheiro quase inodoro

Menino moleque de pé no chão
curtia um bodoque, pulava fogueira
era feliz a sua maneira
vivia alegre buscando a vida.

Brincadeiras inventava
do nada às criava
sorrindo da dor
bobo da corte.

Corria na rua,
pulava muro
não sonhava só vivia
sentindo o presente.

Um dia sem espera
o menino calou,
sua luz se apagou
e o mundo chorou.

Não poderia ser assim
tanta alegria ter fim
em um jaz
num simples passar.

O moleque voltou
como o sol que sempre vem
sem sonhos como sempre
sendo feliz no minuto presente.

(Rodolfo Andrade)

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TEMPOS ATRÁSHá tempos me perco em sonhos de um passado
São mais lembranças do que sonhos... Mas são tão distantes.

... Não consolam, não fazem feliz
Apertam meu peito e me partem sem dó

São sorrisos de uns tempos de pureza
São os escritos no caderno, os rabiscos na mesa

As broncas, as tias, os beijos, bochechas, caretas
As horas pra voltar!

As brincadeiras, correrias, tapetes
Os copos de vidro e pedidos de cuidado para não quebrar.

Até as brigas sem motivação
Hoje são presentes em forma de lembrança, recordação
De sentimento que bate; e é tão...

Tão forte não poder viver... De novo.
Tão forte a impotencia de não ser... Como era antes.

Há tempos, fazem-me falta os sorrisos
Momentos ingênuos sem atritos, os carinhos sem motivo
Os olhares, a inocência, as músicas e os apelidos

E em tempo me vejo agora...
Soluçando, chorando baixinho, jogando essa falta fora

Pra lembrar, dos tempos que eu fui mais feliz
Pra lembrar, que todo fruto ruim algum dia já foi raiz...

Foi puro... foi só sonhos... foi orgulho.
(Henrique Fernandes)


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Doces Lembranças


Na Rua João Caetano
Existia uma vila encantada...
Onde o tempo pra mim parava
Não pensava mais em nada.

Mãeeee! Que dia é hoje?
É sexta-feira Paulinho!
Então amanhã vou pra tia Leda?
Só se ficar bonzinho!

No sofá quietinho pensava:
Será que vai fazer sol?
Quero amanhã jogar bola
Cortar pipas com cerol.

Brincar de pique - esconde,
Andar de bicicleta com Marcelo, Marco e Tôzinho
Montar o autorama, jogar ludo na varanda,
E também brincar de carrinho.

À noite: Forte Apache no chão
Comida farta,
Sobremesa e colchão.
Silêncio quebrado...

Boa noite tia Leda! – Boa noite Paulinho!
Boa noite tio Heitor! – Boa noite Paulinho!
Gargalhadas... Guerra de travesseiros.
Na Rua João Caetano
Existia uma vila encantada!

(Paulo Roberto Cunha)


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INFÂNCIA

AH, QUE SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA
AH QUE SAUDADES DO ENCANTO, QUE ERA MINHA VIDA
TEMPOS QUE SE FORAM, SONHOS QUE NÃO VOLTARÃO
TEMPOS LONGÍNQUOS, PARECE TUDO EM VÃO.
AINDA SINTO... O FORTE CHEIRO ÁRDUO,
                                                    MELANCÓLICO, TÃO VERDADEIRO.
AH QUE SAUDADES DO AFETO DO FAMILIA, DOS  SORRISOS INESGOTAVÉIS.
                                                                    DO AMOR DE MÃE INSACIÁVEL.
AH QUE SAUDADES DAS BRINCADEIRAS, DAS FANTASIAS, DA INTENSA MAGIA
                             SAUDADES DA INOCÊNCIA... E DE TU, OH RARA, HARMONIA.
DOS MOMENTOS DE ABANDONO, SAUDADES DA MINHA GRATIDÃO.
SAUDADES DA IDEOLOGIA,
DOS MALES QUE NÃO VIA
                                           DA AUSÊNCIA DO PATERNO CORAÇÃO.
LEMBRANÇAS INFANTIS...
                                           QUE JAMAIS SE APAGARÃO!
 (MANUELA GASTARDELLI)

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Seja doce
Não responda
Abaixe a cabeça
Coma tudo
Não arrote depois de comer
Não destrate as visitas
Não brigue com seu irmão
Não fale palavrão
Faça o que eu digo
Mas não faça o que eu faço
Seja um boneco
Para me adorar
Nunca duvide do que passa na teve
Nem das embalagens
Seja magra
Seja bonita
Fique a vontade
Namore
Case
Tenha filhos
E morra
Siga o ciclo desta masmorra universal
Não discorde
Não se oponha
Seja o que querem que você seja
Nunca diga não
Pro que já te controla a tanto tempo
Seja o que querem
Não deixe sua marca
Morra feliz
Como manda o padrão
Seja igual a todos
Beleza padronizada
Nessa masmorra universal
Não se oponha
Obedeça
Não se esqueça
Essas são as regras da masmorra universal
Seja somente mais um chacal
Nesse purgatório universal

(Esther da Silva Santos)
 






Que tempo bom!!!



Que saudade tenho da minha infância

quando vivo a lembrança,

a lembrança dos amigos!

Que tempo bom! Não volta mais!



Naquele tempo não havia maldade na cabeça

e nem no coração.

Podiamos brincar de tudo:

Três cortes, pique bandeira, pique cola,

pular corda, salada mista e de casinha.



Brincávamos de tudo,

sem preconceito de nada.

O mais importante era estar na companhia dos amigos.



O tempo bom não volta.

A única coisa que ficou foi a lembrança boa

do meu tempo de criança.



Alan bastos

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

QUASE 20...


Por ocasião de seu aniversário, Henrique Fernandes escreveu esse poema na Confraria. Depois de lermos, resolvemos procurar os vestigios de nossos quase 20 anos... os já feitos, os ainda por fazer.
Resultado: saudade, lembrança, esperança.
QUASE VINTE
(Passou muito rápido desde que escrevi essa poesia com meus 18 anos... rssss, Agora oficialmente SÃO VINTE, e o desespero por incrível que pareça anda batendo com menos frequência, mas continuo sem saber de muitas coisas! hehe)

Quase vinte a mil por hora e ainda não sei pra onde vou
Bateu um desespero de repente e percebi que o tempo não parou

... E as esquinas não me dizem mais nada,
Não vejo as pedras falarem de amor.

Minhas meninas estão diferentes,
e todas elas querem mais do que eu sou,
merecem mais do que eu sou.

É que tudo que eu tenho, hoje é o que tenho pra dizer
E umas medalhas na parede, tintas, letras de amor
Fotos, retratos, rabiscos, momentos, sorrisos, de tempos que eu queria poder lembrar bem mais...

Quase vinte a mil por hora e ainda não sei pra onde vou
Bateu um desespero de repente e percebi que o tempo não parou

A paisagem muda pouco, mesmo céu e o mesmo mar
Prédios, casas, ruas, cristo redentor, meu lar...

Mesmos barulhos da sacada, mesma árvore da sorte
Mesmo brinde em família que ainda me lembra a morte.

E o tempo não parou, e o tempo não parou...
E o tempo não parou por aqui...

É que tudo que eu tenho, hoje é o que eu tenho pra dizer
E cicatrizes pelo rosto, brigas, lágrimas e um olhar fosco
De quem sempre quis um pouco mais, sonhou um pouco mais.

Olhares, lugares, meus sons preferidos, ruídos, vultos entorpecidos, meus velhos óculos escuros...

E o tempo não parou, e o tempo não parou...
E o tempo não parou por aqui...

É que tudo que eu tenho, hoje é o que eu tenho pra dizer
E isso nem me faz sentir melhor...
(Henrique Fernandes)




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Ter 20 anos ou 40 e uns tanto faz, o importante é ter a consciência que o tempo não para e a única coisa que temos de nosso é o minuto presente, porque num jaz tudo passa...

Por isto levo meu lema de vida:

“É brincando que eu levo a vida a sério”

Rodolfo Andrade







Olhem, vejam que tragédia!
É dura a realidade!
Quem foi rei (isso é comédia!)
Onde guarda a majestade?

Gilson Faustino Maia



19, quase 20, faz 33.

Renato de Mattos Motta

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Poemas de Luz e Sombra


A proposta é da Ana Lucia Souza Cruz:

"Em conversas aqui na Nossa Confraria , num comentário do Alexandre Tavares sobre um poema da Luana Lagreca, em que ele falou que faria um "Loki" para o "Thor" da Luana , me surgiu uma ideia( q acho ótima) de escrevermos sobre Luz e Sombra.Que tal Poetas?"

Abaixo, os resultados de mais este desafio literário:



Thor.

Tens os raios de uma magia transcendente, que elucida os dias...
Estremeceste as minhas certezas... encandeceste as minhas rimas.
Raios de uma força suprema, tornado louco e apressado... trovão!
Toque suave, sorriso de luz... lábios que incendeiam os meus olhos azuis. Tormenta!
Diamante! ...Dominante... dominado?... Apressado, incontido, calado.
Menino quando sorri; homem quando ao meu lado...
Força delicada que dilacera. Que cura, que regenera! Que me deixa a espera... de mais um...
Não entregar-se a ti, isso sim é um pecado... imperdoável!
Pegada indecente, incandescente, confusa e incoerente... irresistível, envolvente!
Sedução, poesia... sorriso, olhar de menino encantado.

...E na inocência daquilo que não se esperava...
Roupas esparramadas pelo caminho...
Jogados (as) no assoalho! No asfalto, num galho de florezinhas delicadas, vermelhas... um raio!
...poeira de estrelas, romance latente, latejante... trovão!
Dois demônios nus em um porão... e é o mesmo que dois anjos nus na imensidão.

Os raios de sol adentraram levemente pela minha janela, acordei.
Confesso, achei que era sonho, mas constatei que um trovão
abaixou-me delicadamente num chão cheio de estrelas e acordou nu ao meu lado!

Por Luana Lagreca



tao


negro e branco
em constante movimento
pura luz alegre
mais triste treva

opostos que se perseguem
que se tentam envolver
onde o olho do frio
é embrião de calor
e no prório corpo do fogo
gela semente de gelo

princípios em oposição
nunca em negação
pois da morte vem a vida
e a vida leva à morte

universo é movimento
movimento, mutação
molde mutante movente
expansão e contração
invólucro envolvido
moto perpétuo

treva triste mais
alegre luz pura
movimento constante
branco e negro

Renato de Mattos Motta




Duo.

Puro reflexo do meu ser
É a você que vejo em cada instante
É a você que esmurro numa luta do não querer.
O Ser esse maldito-bendito
O Santo -profano
O Profano-santo.
Essa simbiose performática
Que na luta se faz Uno...
Que inebria em seu belo bailar
Num jogo eterno do co-habitar.
Tentei viver sem ti minha mágica sombra
Mas enfim entendi...
Que sem Ser você não sou o Não Ser.

Ana Lucia Souza Cruz



Peleja ambulante

Vem sem pretensão
a luz que ofusca os olhos
clareia a vida sem cor
fazendo com que a dor se vá.

Compassado vem adiras...
sua ausência...
dilatando a pupila,
aumentando a visão.

O belo se faz lindo,
a noite se faz dia,
o sonho se faz magia,
sem fronteiras aqui.

Barragem, parada,
a voz embargada,
sem medo de nada
que corria é podada.

Duelo sem fim
travado desde sempre
Mefistófeles da gente
ora dia, ora noite vida real.

Rodolfo Andrade




Metade! Avesso de mim.
Dois lados me seduz...
...Flor ambígua. Jasmim...
Metade! Escuridão e luz!

Lua sem sombra. Sol é treva!
Metade que grita: Emoção...
E de novo eu travei uma guerra
entre Ela e a calada Razão.

De mim, oposto fardo.
Olhar é serpente...
Calmamente apressado...
E mudo de repente, já mudei de lado!

Razão indolente.
Emoção sem freio.
Emoção inconsequente.
Razão que me corta ao meio.

Em mim mora outra metade,
que e o oposto da uma...
Lado de densa racionalidade,
outro de ardente loucura.

Grita em mim e duela...
...Nessa arena, novo e velho...
Duas titãs, uma bela...
Brigando em frente ao espelho!

Luana Lagreca

domingo, 18 de dezembro de 2011

QUANDO UM BEIJO É POESIA

ISSO SE EM ALGUMA VEZ, POR ACASO,  NÃO FOR!!!!
Inspirada  por um poema publicado por Renato de Mattos Motta, a Confraria volta seus olhos para dentro do céu da boca e localiza as sensações mais intensas, insanas, bonitas, diversas, provocadas por um beijo. E o beijo vira poesia!!!



Para dizer beijando

*(recado só pra você que é moça: leia este poema em voz alta, pronunciando suavemente as palavras e preste muita atenção nos movimentos de língua e lábios)

beijo
com gosto de ti;

beijo
de tato,
pele com pele;

beijo de lábio,
beijo de língua,
sabor saliva,
suco da tua fruta;

beijo
maduro
que sabe
a beijo
de descoberta.

sabe,
nunca beijei ninguém
do jeito como
eu te beijo,

porque o jeito
que eu te beijo
é um jeito
que é bem do jeito
que tu
me beijas!


*(sentiu? meu poema beijou você)

xilogravura em cores: O Beijo de Edvard Münch

Renato de Mattos Motta



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Um Beijo
(Olavo Bilac)


Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....


................


Nao desanime ou desacelere diante dessa empreitada
Necessidade vital é a essência,
A menos que o medo habite a sua alma.
Você que namora a morte todo tempo
Porque achar que a condição pra viver é morrer?

Mas você já entendeu que a morte é vida.

Entregue-se e libere a sua dor.
Dificil é estar em contato com suas entranhas
Com esse ódio insalubre
Com o solitãrio negro da noite da alma que se faz presente.

Irrompa e traga tudo
Deixe brotar , deixe subir
Revolva o limo.

Sei da necessidade de fusionar sua alma a outro ser
Portanto venha.
Ninguem suporta a tortura da alma com sede de amor.

Anda,
Me cale com seu beijo...

Ana Lucia Cruz


......


(Constantin Brancusi - 1909 - BEIJO)


O BEIJO

Teu beijo é viagem, destino impreciso,
meu pouco juízo me leva a embarcar.
Fechando os meus olhos, nem me localizo,
frisson tão imenso teu beijo me dá.

Momento de pura loucura, paisagem
que nenhuma dosagem sabe bem definir.
Teu beijo é delírio, overdose, miragem
Turbilhão de luz neon a me engolir.

Sedução, calmaria, profana poesia,
momento que a gente custa a absorver.
Vontade que o tempo estacione um dia,
vontade que o beijo possa ser, ser, ser, ser...

É boca, passeio voraz pelo instinto,
a ânsia mais louca, é fome de ar...
Teu beijo é prazer... Que vontade! Não minto.
Absinto selvagem a me embriagar.

É presente que dou a mim mesma, sentido,
é som de gemido, é imaginação.
Fagulhas ardentes, arrepio no ouvido,
Língua que desvirtua qualquer direção.

(Catarina Maul)


..........


EM SEGREDO

Entre o chão da língua e o céu da boca
a saliva das palavras
secreta poesia.

(Renato de Mattos Motta)


.......................



NOVA CHANCE
 
Não quero um beijo teu por gentileza,
nem por favor, tampouco por bondade.
Não seja brincadeira ou caridade,
não seja um beijo dado com frieza.
 
O sol já está no ocaso, eis a certeza!
Na tua decisão, agilidade.
Quero sentir o fim dessa saudade
que ainda ao peito meu traz a tristeza.
 
Eu quero aquele beijo do passado,
que a cortina do tempo não cobriu.
Aquele, na memória, registrado
 
que, infelizmente, a boca não sentiu.
A timidez, amor, deixa de lado
e vem buscar a chance que surgiu.
 
(Gilson Faustino Maia)

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Aquele beijo

Esta preso lá dentro
no âmago do ser
guardado entre as lembranças
querendo eclodir com emoção.

Pronto a qualquer momento para sair
vem e vai timidamente
cala na alegria do momento
nas horas de tristeza se fecha.

Seria ele forte como um furacão
ou suave como a brisa da tarde,
seria ele um marco na vida
ou a vida teria nele seu marco.

Guardado a sete chaves
na esperança de um dia especial
será único...
sem precedentes na história.

Meu ser se entregará totalmente
marcado pelo meu desejo
buscando a gênesis maioral
quando eu sentir aquele beijo.

(Rodolfo Andrade)


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Beijos

De todos os sabores
Qualquer intensidade
De curtição, de amores
Tem que ser de verdade

Lábios, bocas, beijos
Batom, gosto e sabor
Dois seres com desejos
Dois seres – um amor

Olhos bem fechados
Arrepios no pescoço
Com os lábios selados
É difícil largar o osso!

Amor, beijo, paixão
Rapidinho ou demorado
Tem que ser de coração
Para ser um bom namorado

Troca completa de sensações
Delírios em poucos segundos
Interpretação de emoções
Beijos demorados e profundos.

Filipe Medon






Seu beijo...
Doce refúgio,
Meu vilarejo,
Meu submundo
De amor e desejo...
Sentimento mútuo,
Eu te cortejo,
E me deslumbro,
No seu molejo,
Meu tudo...
Seu beijo!

Felipe Quirino