domingo, 17 de agosto de 2014

III CONCURSO DE POESIA “SERRA SERATA” – 2014

III CONCURSO DE POESIA “SERRA SERATA” – 2014
Festa Italiana de Petrópolis

REALIZAÇÃO:
PREFEITURA DE PETRÓPOLIS
FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
CASA D’IITALIA ANITA GARIBALDI DE PETRÓPOLIS
ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIA - CASA DE RAUL DE LEONI


                                                                                                                
ORGANIZAÇÃO:
CATARINA MAUL


REGULAMENTO:

Em homenagem à realização da Festa Italiana de Petrópolis e para motivar a pesquisa e o registro literário, será realizado o III Concurso de Poesia “Serra Serata”, que pretende incentivar poetas de todas as idades a refletirem sobre o valor e a presença do povo italiano na construção das características de nossa cidade, já que um terço de nossos munícipes descendem de italianos.
As marcas podem ser observadas na alegria, no espírito empreendedor e arrojado, além da paixão contextualizada nos gestos largos e efusivos, marca registrada em tais indivíduos.
O tema escolhido para o ano de 2014 é “Che bello!” (Que belo!), para que todos possam enaltecer as suas admirações pessoais acerca daquilo que lhes comove.

1.     Tema: “Che bello” (não é necessário utilizar a palavra, mas manter fidelidade ao tema)

2.     Categorias:
Infantil (até 12 anos), Juvenil (de 13 aos 18 anos), Adulto e Adultos-Outras Cidades

3.     Inscrições realizadas através da entrega do trabalho: aos cuidados de Catarina Maul na Secretaria de Educação – Divisão de Atividades Culturais e Artísticas (Casa de Educação Visconde de Mauá – Rua Barão do Rio Branco, 03.  Para os poetas de outras cidades, pelo endereço postal:  Catarina Maul - caixa postal 91714 – Agência Cidade Imperial – CEP 25620972 ou pelo e-mail concursosliterariospetropolis@gmail.com

4.     Prazo de inscrição: até o dia 29 de agosto de 2014.

5.     Apresentação dos trabalhos: As poesias deverão ser apresentadas em 5 (cinco) vias, com o máximo de 30 versos e identificação, contendo nome completo, telefone, endereço completo com CPF, e-mail, categoria e, tratando-se de categorias escolares, ainda idade, nome da escola e dados do professor responsável. Somente serão aceitas inscrições por e-mail dos poetas adultos de outras cidades ou com prévia autorização da coordenação.

6.     Seleção: Serão selecionados 10 (dez) trabalhos das categorias infantil, juvenil e adulto, para serem apresentados ao júri na noite da premiação. Os 3 vencedores da categoria “adultos de outras cidades” serão apresentados durante o evento de entrega da premiação.

7.     Premiação: Serão premiados com troféus os 3 (três) primeiros colocados e os melhores intérpretes de cada categoria, salvo os poetas adultos-outras cidades, que não disputam o referido troféu. A premiação acontecerá em data e local a ser informado, futuramente, dentro da Festa Italiana de Petrópolis, Serra Serata.  

8.     Maiores detalhes poderão ser esclarecidos com a professora e poetisa Catarina Maul, através do e-mail  concursosliterariospetropolis@gmail.com

domingo, 10 de agosto de 2014

Varal: Abro a janela do meu peito

O desafio da vez é a construção de poemas que vão compor o varal do sarau da CPI em setembro, cujo tema será: ABRO A JANELA DO MEU PEITO


Em derradeiro estardalhaço, a janela estava cerrada. 
Aos cadeados, trancavam 7 chaves.

Porém, entre as claves, clavava um som tímido. 
Seu deslumbre de sombra fresca, que fugia do sol fervente.

Este tímido semblante de marcha fúnebre.
Alegre e destruidor.

Para que nasçamos a morte se faz, 
Mesmo que tal seja da própria morte.

Rasga a farrapa de meu peito... esta janela quebrada.
O vidro corta-me a pele, mas o sangue que dela jorra 
Alimenta a vontade de ser vida.

Sangra a morte da morte. Faz-se vida em meu peito. 
Novamente ao derradeiro, e a janela não mais cerrada.
-Lua .

Beatriz Lima
São José dos Campos/SP
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Luminescência

Abro a janela do meu peito
Para a minha alma arejar
O coração fica satisfeito
Pois fica livre pra sonhar

Sentimentos bons me inundam
Invadem cada canto de meu ser
Criam raízes, se aprofundam
Para ali sempre permanecer

O amor tornou-se força motriz
Dando ao meu mundo amplitude
Permitindo-me então ser feliz

Para mudar bastou uma atitude
A vida encontrou uma diretriz
Enfim, encontrei a plenitude.

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba/PR
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Esquece a timidez

A culpa é minha, eu não abri meu peito...
Eu não falei do amor que acontecia
no meu interior, que tanto ardia.
Valorizei demais os preconceitos.

Eu não abri, fiquei daquele jeito,
a murmurar, chorei na poesia.
Perdi aquela chance de alegria,
eu não pensei, eu não pensei direito.

Hoje ao menor sinal do teu agrado,
eu não repetirei o mesmo engano.
Tranquilo eu ficarei sempre ao teu lado,

meu novo amor, em nosso caso arcano.
Manda um sinal, envia o teu recado,
esquece a timidez, amar é humano.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis/RJ
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Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro/RJ
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Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Janela do meu peito

Abro a janela do meu peito
e por ela vejo o amor chegar.
De mansinho e meio sem jeito,
avisa-me que é hora de amar.

Se achegue nobre sentimento,
a janela foi aberta para você.
Acompanharei seu crescimento,
nesse peito que está à sua mercê.

Por essa janela você já entrou,
e um cantinho escolheu para ficar.
Não interessa por onde perambulou,
pois daqui, você nunca mais sairá.

Evolua, cresça e se torne visível,
não tenha medo de aparecer.
Mostre que tudo é possível,
basta o coração te conhecer.

Luiz Santos
Rio de Janeiro/RJ
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Abro a janela do meu peito

E ajeito para os lados a cortina azul de minh’alma
Abro a janela do meu peito como se fosse manhã
Raios de mim brilham um fulgor que bate palma
E de dentro para fora um cheiro e gosto de maçã.

E o mundo me olha, pois abri a minha profundeza
Percebe que os meus cabelos são felizes ao vento
Que os meus olhos apesar de lágrimas tem leveza
E nos meus braços o abraço de confiança é alento.

E abro a janela do meu peito, quero estar exposta
Quero que todos vejam o que possuo na essência
Esse amor tão grande que nutre minha existência.

Abrir a janela do peito, me abrir é essa a proposta
É que tudo o que eu sinto e não digo, fica perdido
_ Te gosto todo tanto; dito: não perderá o sentido.

Raquel Ordones
Uberlândia/MG
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Permissão para abrir

Céu azul, maravilhosa manhã 
na direção do sol o caminho é perfeito 
a luz que surge no alto infinito 
tem brilho, tem forma emoldura com jeito.

Tudo é real humildade, simplicidade... 
mistura perfeita de sabores 
entre tudo que acontece agora
o encontro, verdadeiro, dos amores.

Amor de pais, no carinho sutil, 
amor de amigo, no abraço apertado, 
amor ao outro no simples aceno, 
amor de amantes no beijo calado.

É festa de dons no baile da vida, 
balé sem igual com sincronia impecável 
sentindo a brisa gostosa na pele 
a união entre os povos é utopia estável.

Meu peito explode querendo só vida 
ao sentir tudo junto sem choro nem vela 
tudo acontece diante de mim 
se permito, de dentro, abrir a janela.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Saudade


Os temas subjetivos são os preferidos da maioria dos poetas. Dessa vez a SAUDADE é o desafio e inspira a CPI.




Um olhar além 
Me leva a observar:
... Nesse mundo 
Há o que se apagar

E o meu olhar além, fita
Uma ausência crua e nua
Numa estrada sem chão
Me levando a um nada
Com passos bêbados,
Mãos trêmulas
A avistar um vazio

E nele construo
Sem queixumes
O que a mim mais interessa
Posto que o que em mim fica
É o silêncio
De onde grita
Toda essa minha
Saudade

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes/RJ
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Saudade

Por vezes
Bate saudade
Da pandorga
E do pião
Das bolitas
Dos dias longos
Do vento
Da estrada de chão
De um tempo
Que trago aqui
Nos dedos 
Ainda marcados
No peito 
Ainda ofegante
Nos olhos 
Ainda encantados

Carlos Eugenio Vilarinho Fortes
Palmeira das Missões/RS
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Saudade

Nas asas do amor
Que o tempo levou
Sem esperança de voltar
A minha saudade sai voando...

Carlos Maia
Santa Bárbara do Leste / MG
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A cor da Saudade

Dentre portas invisíveis 
que poderia abrir
escolhi a porta negra 
que me impediu de sorrir.

Emergi de um sonho brusco
onde estava a te abraçar 
um sonho preto e branco 
que padeço ao recordar

Que cor estranha é essa? 
que afastou o vermelho da paixão
restando somente a desilusão
que afastou o prateado como amor,
salientou ainda mais a dor.

É um cinza adormecido
abandonado pela felicidade 
E a saudade que restou 
apagando a vivacidade

Daniela Valadares Aleixo.
Petrópolis/RJ
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Sentimento dolorido

Dizem que saudade não tem idade
Eu, pra dizer a verdade
Com ela nunca me senti à vontade
Nem desejo ter familiaridade

Seu sinônimo é melancolia
Ainda mais se vem da nostalgia
De observar uma fotografia
Ou num papel, ver certa caligrafia
A dor se transforma em agonia...

Uma força age em minhas entranhas
Trazendo à tona lembranças ocultas
Pressiona o coração, que fica em chagas
Aperta meus olhos, que inundam com lágrimas

Por um momento visualizo um rosto
Sinto o cheiro, ou mesmo um gosto
E uma alegria torna-se o oposto...

Do meu passado começo a lembrar:
Lugares, pessoas, me fazem suspirar 
Momentos que jamais irão retornar

Há quem goste de tal sentimento?
Não me agrada este sofrimento
Preferiria o eterno adiamento
De toda forma de afastamento

Mas na vida nada é infindável
Uma despedida será inevitável
Todo o nosso entorno é mutável
E a saudade vem... Implacável!

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba/PR
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Dor da Saudade

Essa lança que me perfura
Longinus amargo, tão cruel
Que torna o cárdio músculo
Alvo de temporadas de caça
E a memória obriga a repetir
Grito de um refém rebelado:
"Saudade, saudade
Não esqueço o quanto dói
Recordar a despedida
Então se foi, virou ferida".

Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis/RJ.
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Lembrando de você

Olho o céu, não vejo a lua,
meu horizonte é sem fim...
Você tão longe de mim,
silêncio na minha rua.

A minh’alma toda nua,
não vejo a flor no jardim.
Não sou mais seu querubim?
Por que não me diz: Sou tua?

Veio a noite, o tempo passa,
só não passa essa saudade.
Eu como o fruto sem graça

do pomar da soledade.
Minha paz virou fumaça,
Senhora Felicidade.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Saudade 

Eu aceitei o desafio!
Saudade move moinho,
vento trás saudade,
no mar da nostalgia!

Eu acato a saudade nesta hora!
Vendo as estrelas cintilantes lá fora!
No piscar dos olhos da alma!
Rio abaixo indo ao saudoso mar!

Que as palavras que falo,
sejam vistas como agonia!
Na hora do adeus da partida!

Que a minha loucura,
Invisível e silenciosa,
Faça-me em lembrança em seu coração desafio!

Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes/RJ
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Poema pra ti pra mim

Se eu te fizer um poema
não tema
responsabilidades
Se te escrever um poema de saudades
ele no fundo será pra mim
penalizado
por carregar o fado
da tua falta sem fim
Agudo aperto 
nesse meu peito de ti deserto
a buscar o oásis
dos teus dons capazes
de injetar prazer
no meu frugal viver

Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro/RJ
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Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Soneto de saudade

Se acaso tu sentires a saudade
O teu peito apertar e machucar
Escutes minha voz a sussurrar
Dizendo que me amas de verdade

Estejas, pois entao, bem à vontade
E venhas tão depressa me encontrar
A ti eu não irei me recusar
Teus beijos são pra mim necessidade

Mas anda, não demores, vem agora
O meu amor só cresce a cada hora
Fazendo cada noite parecer

que nunca mais verei o amanhecer
Então vem como um dia sem aviso
e traz, junto com o sol, o meu sorriso

Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Saudade 

Sombras em todos os espaços vazios
se são lágrimas, formam-se rios.

Silenciar a saudade num olhar decaído
o meu corpo a sente, todo consumido.

Laços rompidos no trajeto da vida
emoções ressentidas ao olhar a partida.

O que os olhos já não irão ver
crava no peito a vontade do renascer.

Fica no tempo um desejo dissipado
o que se viveu foi profundo, por hora, inanimado.

Os ventos varrem as folhas secas do inverno
nem a saudade, nem o amor, nada é eterno.

Luís Antônio Santos 
São João del Rei/MG
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Sem nostalgia

Gostaria de rever a rua
da minha infância,
esburacada e sem calçamento
(barro molhado pela chuva),
onde brincava de esculpir,
com os meus amigos,
potes,bichos e bonecos
(muitos bonecos).
Temo não encontrar mais
a linha do trem,
talvez desativada,
o muro da vizinha
que eu tanto pulava,
as árvores dos quintais
onde trepava pra colher frutos.
Não, prefiro ficar com meus
companheiros de infância
na lembrança.
A vida tem vários nunca mais.
Tristes daqueles que não têm saudades
de um tempo que ficou pra traz

Maria do Carmo Bomfim
Rio de Janeiro/RJ
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Saudade é coisa boa

E quando eu estou sozinha, a saudade me faz companhia
Reapresenta o passado ao meu presente, o espalha enfim.
É como se um videoclipe automático se ligasse em magia
Talvez não tenho a saudade, é que a saudade tem a mim.

É tão nítida que até tem cheiro, tem cores e tem um gosto
Imersa, nela me torno outra, ancorada no presente, viajando.
Tem voz tão suave que me chama por um caminho oposto
É uma canoa carregada de flores no qual estou navegando.

Arfa para uma imagem, de repente outra imagem me vem
Em uma sequência que de vez em quando se torna aleatória
E são fragmentos lindos sacados da alma da minha história.

_E os quilômetros? Coitados! Meu sentimento não detém
Saudade é coisa tão boa, que você para mim, ela transporta
Mesmo ausente me enche de rimas e me abre a sua porta.

Raquel Ordones
Uberlândia/MG
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Saudade

Aparece do nada com tudo 
revive lembranças como agora 
buscando o elo perdido 
daquele papo que nunca termina.

É gosto de fruta no pé 
que só não se consegue comer 
na esperança do impulso farrista
que fica o sorriso da lembrança.

Latente machuca sem dor 
esta alegria consciente e amiga 
que ora é fera na defesa do outro 
mais nunca é ferida , logo vai voltar.

É fato real da vida de hoje 
fica na mente pois é de verdade 
momentos bons sempre teremos, 
juntos, para poder viver a saudade.

Rodolfo Andrade
Petrópolis/RJ
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Saudade desmedida! 

Sinto saudade dos tempos de calmaria
onde não existia essa impetuosa ventania
que me remete à saudade incontida
de sentimentos que tenho que esconder

De um tempo que não precisava me conter
por um amor que reluto em um não querer 
não absorvo esse sentimento, que negação!
que de longe aplaude o sofrimento
esquecendo tão lindo sentimento!

Metricamente, solicitude da minha parte
fica sem preenchimento, sinto-me vazia
te vejo e te sinto em todos os momentos
em todos os arredores, minha própria vida

Agora como lidar com isso?!
Senti amor de tão perto, quando ressoou 
um cantar diretamente em minha direção
já era o amor em mim em conclusão!

Hoje me desespero em ter que abandonar
todo seu jeito que tanto me fez te amar
do pensamento que vai até ti sem querer
agora mesmo aqui redigindo, visualizo-o!

Por que tem que ser assim?!
Por que se priva desse sentimento?!
É loucura desmedida, sem permitir
não se deixar amar?!

Vá, segue teu rumo e deixa-me buscar a paz
mas ante a isso, leva a saudade que causou
quando instituiu tal amor, porém fugaz
simplesmente porque nunca amou.

Fica essa saudade desmedida,
porém, especialmente a mim concedida!

Silvana Gomes
Campos dos Goytacazes/RJ
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Por quem espero

Sentir aqui em mim quem tanto quero,
Explode essa saudade, dor imensa...
Meu verso chora a lágrima mais densa,
Por cada novo tempo que eu espero...

Nos braços deste amor, a recompensa,
Dos beijos, um licor que já venero,
No toque mais sutil que eu me tempero,
A vida me tornando menos tensa...

Desejos tantos feitos dos carinhos,
Dos cabelos desfeitos, desalinhos...
Vontade de querer cada vez mais:

Ser feliz eternamente contigo!
És quem mais desejei: amante e amigo,
És tudo! És a minha alma em paz! ...

Sol Figueiredo
Campos dos Goytacazes/RJ
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Palavras

Elas são a musa em mais um desafio da CPI. Com elas os poetas versam sobre elas:

Palavras


Ressurreição
Para Maria Rita Dionisio


Fiz a autópsia de seu corpus

Para reencontrá-la,
Mas encontrei apenas palavras.

Os sistemas metafóricos dentro dela

Já não respiravam o mundo,
Não havia mais sua doce circulação de sentidos.

Os vários aglomerados de símbolos 
Que antes brincavam, alegres, movidos por sua voz e vontade,
Formavam, naquele momento, apenas tecidos sem vida...

Mensagens mortas, esperando ressurreição.


Fechei o corpus dela com todo o respeito

De quem fecha o corpo mais sagrado que existe,
E sussurrei, humanamente, à minha mais linda criação:

Talita cumi...


Meus fonemas atravessaram o universo

E ela - que me ouviu, não sei bem de onde -,
Talvez com pena de nossa separação,

Sorriu para mim seu sorriso de milagre


Baron André De Castro de Sealand

Resende/RJ


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]

Palavras

Palavras verdadeiras 
São sementes do bem
Que devem ser semeadas
Em todos os jardins dos corações
E cultivadas pelos jardineiros do amor

Carlos Maia

Santa Bárbara do Leste /MG
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Minhas palavras

As minhas palavras dançam
De acordo com o teu tema
Às vezes te faço canção,
outras te escrevo poema.

Noutras ainda, aos gritos
Em momentos mais aflitos
Perco a minha compostura.
Minhas palavras dançam
E com ódio elas te lançam
Os dardos de minha loucura.

Minhas palavras dançam
De acordo com teu tema
Minhas palavras dançam
E os passos viram poema.

Catarina Maul
Petrópolis/RJ
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Palavras
Me dizem
Letras
Me marcam
Frases 
Me fazem

Nas linhas
Entrelinhas 
Me encontro

A cada ponto
Um recomeço
A cada verso
Um novo Universo

Palavras
Em reflexão
Palavras
Minha conexão.

Contessa Cavalcante
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Forma madura de amar

Toquei o chão do silêncio,
quebrei o vento
com palavras duras, 
percorri longas ruas.
Adentrei pelo tempo
encontrei meu rosto
sorrindo
chorando
mas, esperançoso
brilhando de entusiasmo
palavras cruas e nuas
esse e o toque peculiar, 
é a forma madura de amar

Daniela Valadares Aleixo 
Petrópolis-RJ
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Parodiando Quintana

Entre minha casa e a tua
há uma ponte cibernética
Uma ponte de palavras.

----Ciça---- (Elciana Goedert)
Curitiba/PR
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Eu não me vejo sem elas 
corro por labirintos de pensamentos 
recorro por meios inconsequentes
eu dependo delas para me salvar do caos 
tento nos cálculos, nas estatísticas, nos números
tento nos mapas, nos sons, nos sinais,
mas são elas que me aquecem a alma 
são elas que me dão a clareza do fato
que me permitem acertar o alvo
que me devolvem o chão
uso e abuso das palavras vãs
das palavras nuas e cruas carregadas de poder 
as que arrastam a verdade e que cortam a carne 
fazendo sangrar a alma
sou encantada por aquelas que traduzem os sentimentos intraduzíveis 
que choram a dor dos inocentes e gritam a injustiça social
sou seduzida pelas palavras românticas, as mais perigosas
que nos encantam e nos deixam no chão quando o amor chega ao fim
mas são elas que me salvam sempre 
me trazem o recomeço e a certeza que ainda estou viva 
e tenho nelas o grande poder de recomeçar!!!!

Fernanda Forster
Petrópolis/RJ
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Palavras 

Dessas letras tão aguadas
Cartas que nem são escritas
Se perdem nas madrugadas
Como loucos em frases ditas
Ainda que sejam mastigadas
Se ódio - desditas
Se amor - rogadas
Palavras infinitas.

Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis/RJ.
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Palavras insensatas

Eu não direi mais nada sobre o caso,
pois já falei demais do meu amor.
Viverei no meu canto, sonhador,
e jogarei a culpa no acaso.

Não há mais tempo pra tirar o atraso,
palavras no momento é céu sem cor,
é manjar sem tempero, sem sabor,
é sol desfalecendo lá no ocaso.

Eu não direi palavras insensatas,
cantarei minha dor em serenatas,
acreditem, assim é meu destino.

Sei cantar a tristeza, e a poesia
transformar no meu pão de cada dia.
Engolir a saudade e o desatino.

Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Sem palavras, por favor!

Palavras suas
Palavras nuas
Palavras cruas
Sentido de vida!
Tantas palavras
Versos secretos
Rimas sem dente
Metáfora na hora
Palavras consumidas
Palavras comidas
Palavras sem saída,
Falando de amor!
Agora silêncio!
Sem palavras, por favor!

Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes/RJ
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Palavras 
Palavra imã...
Olhar rima!
Assanha acima,
a alma no clima!

Palavras simples demais...
Estamos na Confraria!
Onde tudo é belo em poesia!
Até versos sem rima!

Palavras parte do corpo...
Vive em movimento!
Em prosa e versos em tom sem lamento!

Quando tudo é proibido, assim mesmo falamos!
Seja na hora do amor, seja no momento da dor!
Certas palavras tem o poder e podem ser ditas!

Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes/RJ
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Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro/RJ
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Preciso escrever
  
Eu preciso escrever
preciso dessa pena
que me liberta
preciso chorar nos versos
derramar lágrimas de letras
escrever
pra não enlouquecer.

Preciso encontrar uma metáfora perfeita
aquela que me defina perfeitamente
(assim, tautologicamente)
como um límpido espelho
refletindo minha alma

Sim, eu preciso
preciso que as palavras me transbordem
que elas escorram e se espalhem
e que eu,
transbordando, me escorrendo e me espalhando
me encontre em algum lugar

Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Palavra

Palavra, às vezes impiedosa
Às vezes mentirosa
Às vezes tão real
que agride e despedaça

Palavra que fere
Palavra que mata
Palavra que chora e grita
E às vezes não fala

Toda palavra é crueldade?

Palavra, às vezes tão doce
Tão afinada e calma
Às vezes tão bela
Que jubila e eleva a alma

Palavra que exalta
Palavra que é vida
Que grita em silêncio
Palavra reprimida

Toda palavra é crueldade?

Luciana Cunha
Petrópolis/RJ
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Palavras?

Para que palavras... se há ocasiões que o melhor é calá-las para falarmos a linguagem dos corpos? 
Para que palavras... se os mais puros sentimentos são ditos com o silêncio de um olhar?
Para que palavras... se um choro fala da minha alegria ou da minha dor?
Para que palavras... se consigo com um sorriso dizer que amo?
Para que palavras... se posso demonstrar todo meu carinho com um abraço?
Para que palavras... se nossas peles podem dizer-nos o quanto nos desejamos?
Para que palavras... se nossas ofegantes respirações dizem o quanto foi bom o nosso amor?
Para que palavras... se nossos corpos estão a falar por nós?
Para que palavras... no máximo um sussurro.

Luiz Santos
Rio de Janeiro-RJ
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Bela como uma flor...
Doce feito mel...
Num olhar terno...
Que  encanta-me...
Deixa-me sem palavras...
Para descrever...
Todo o meu amor ...

Mary_Mariana de Oliveira
Petrópolis/RJ
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Voar na própria mente
Plantar e colher aquela semente
Subir até encontrar algum cometa
Através de cada traço dado pela caneta

Revelações antes nunca conhecidas
Surpresas até então escondidas
Presas em um mausoléu
Expostas em rabiscos no papel

Tempestades ocultas do próprio ser
Sentimento mais forte do que pode parecer
Viagem nas profundezas do que agride
Descobertas na ponta do grafite

Palavras até então caladas
Transbordando a cada minuto paradas
Ninguém sabendo o que acontecia
Até terem acesso a essa magia

Oberdan de Lima Cunha
Petrópolis/RJ
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-Palavras-

Escrever
sonhos 
sentimentos 
alegrias 
tristezas 
momentos.

Intuito 
sonhado
hoje 
marcado 
é real 
consagrado.

Feliz 
viver
ver 
alegria 
amar
escrever.

Rodolfo Andrade
Petópolis/RJ
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Palavras?!

Seria tão simples expressar 
em palavras todo o meu sentir
metrifiquei, esbocei meu amar
em seu coração, vim transmitir

Pensei que isso fosse bem fácil 
Que nada! Deixei-me emudecer
por esse olhar assim tão dócil
não consigo sequer esquecer!

Não há palavras para expressar
tudo que até agora aconteceu
mágico instante fez ultrapassar
todos entendimentos do amar

Palavras?! Desnecessárias então
marcados estamos nesse íntimo
de cumplicidades em comunhão
desse amor assim tão legítimo!

Silvana Gomes
Campos dos Goytacazes/ RJ
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Palavras

Palavras são palavras
Elas causam alegrias
Mas também causam a dor
Podem vir como magia
Mas podem mostrar desamor.
As palavras quando ditas
São ouvidas e absorvidas
Dependendo das palavras
Causam danos e estragos
Nunca mais são esquecidas
Elas acabam com o amor
Elas acabam com a paixão
Elas acabam com o respeito
E com qualquer sentimento bom
E ai não tem mais jeito
Fica dentro do peito
Dói, corrói e vira estresse!
Vira tudo o que não deve
E se transforma em mágoas, 
Desalento e solidão
Não! Não diga o que não quer ouvir
Pois quando você fala o que não deve
Só escuta o que não quer
E ai o que acontece!
Acaba tudo... 
E até se esquece
De todas as juras de amor.
Por isso meça as palavras
Pare pra pensar
Antes de falar
Não atire pedras
Não levante falso
Não acuse o outro
Pare pra pensar!
Use a cabeça
Use o diálogo
Use o bom senso
Seja amigo!
Meça as palavras
Não se esqueça!
Palavras quando ditas
São ouvidas e absorvidas
E às vezes machucam a gente!
Meça as palavras
Ou então se cale!

Yolanda Soares
Rio de Janeiro/RJ
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