ENFADO
Ta tudo tão parado.
Tão quieto...
Tudo no mesmo lugar...
tudo quanto é tipo de nada...
Sem a graça dos contos de fada
que mamãe costumava contar.
Sinceramente...eu não me entendo,
essa minha ...personalidade peculiar.
Esse meu comportamento... que é ao mesmo tempo
rebelde e exemplar.
Esse negócio de detestar o tédio e a agitação.
Essa coisa..."sem sal nem açucar",
"nem arroz nem feijão".
Mas hoje...é diferente...
É ainda mais evidente
o vazio em meu olhar.
Observando esse "tal tudo"sem nada pra atrapalhar.
Continuo aqui sozinho.
Precisando de um gole de vinho.
Brincando com o pulverizador.
Não sei se preciso de frio ou se prefiro o calor.
Só sei que não quero estar na hora
em que esse meu tédio de agora
se converter em eterna dor.
Rhangel Ribeiro
OBSCURA NOSTALGIA
Que penumbra nostalgia!
Sem rumo, sem trajeto, sem sentido.
Um pungente pudor, recato.
Uma repugnância de melancolia, asco.
Ah, que saudades! Que noites sombrias!
Que obscura esta Nostalgia!
Numa imundície repugnante de dor.
E num pântano lasso
Parece até que vou morrer.
Ressalva o vulnerável vilão
Chamado Escuridão...
Inesperadamente vejo os clarões
E escondo-me novamente na imensidão.
Perambulando nos meus sonhos,
Numa voluptuosa nostalgia.
Antonio Félix
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