POEMAS DE ANA LUCIA CRUZ
Me cale com seu beijo
Me cale com seu beijo…
Não desanime ou desacelere diante dessa empreitada
Necessidade vital é a essência,
A menos que o medo habite a sua alma.
Você que namora há morte todo tempo
Porque achar que a condição pra viver é morrer?
Mas você já entendeu que a morte é vida.
Se entregue e libere a sua dor.
Difícil é estar em contato com suas entranhas
Com esse ódio insalubre
Com o solitário negro da noite da alma que se faz presente.
Irrompa e traga tudo
Deixe brotar, deixe subir
Revolva o limo.
Sei da necessidade de fusionar sua alma a outro ser
Portanto venha.
Ninguém suporta a tortura da alma com sede de amor.
Anda,
Me cale com seu beijo...
Transmutar
Num manto tecido de estrelas,
Gotas de orvalho,
Luz de Lua
Sozinha num ritmo alucinado...
Saúdo a força, o poder, o mistério, a vida...
A cura brota, o amor invade...
Explosão de Luz.
Vejo-me imensa, invadida,
Rodo, rodopio, danço...
Giro, giro, giro...
Caem perolas que estavam suspensas
Esqueço o tempo.
Apagam-se os sonhos
Longínquos!?
Outras forças, outros poderes, outros amores.
Mutação
Energia estranha, misteriosa.
A Luz do dia mudou e a noite se alterou.
Tendência borbulhante, expectativa
Sem manifestações repentinas.
Estou à beira da mudança
A beira de um precipício imaginando...
Agarro-me a vida que sei?
Ou me liberto?
Nem me parece atraente...
Afinal o que tem alem?
O paraíso,
Ou pedras infincadas pontiagudas?
Mas ao final do dia
Sou apenas eu
Sozinha ao longo do tempo
Atravessando o espaço e a vida.
Energia inegavelmente forte
Mudança iminente
Quebro o casulo
Me liberto.
Mente
A mente
Enquanto sente
Inutilmente
Vaga mente.
Divaga mente!
Devagar mente
Devaneia mente
Voa, voa, voa...
Como é bom esse mentir mente!
Como é bom não se dominar, mente!
Inquieta mente
Aquieta-se mente
Só mente!
Dicotomia
É um sentir truncado entre a dor e o prazer
É uma vontade submersa entre o ter e o não ter
Luz e sombra,
Pra que?
Coexisto, insisto...
Gostar é querer?
Querer o que?
Sofrer?
Luz e sombra porque ser?
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