domingo, 21 de julho de 2013

Gentileza


Real Sentido da Vida


Tão mais leves são 
O amor, o bem, a gentileza
Que a austeridade e aspereza
Ou a agressão.

Tão mais fáceis os caminhos
De quem semeia flores
Respeitando a estação. 
Quem carrega farpas
Faz sangrar a própria mão.

São tão mais felizes
Os que somam, os que agregam
Sem competição.
Portões sempre abertos
São destinos certos
Para a emoção. 

Que mesmo no convívio
De seres tão mesquinhos
Sem evolução
Eu jamais esqueça
Da nobre lição: 
Tão mais fácil ser gentil
A esse mundo ser servil
Sendo partícula essencial na Imensidão.


Catarina Maul
Petrópolis - RJ
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Conscientização


- Ó criança porque choras?
Que posso fazer por você?
- Ô moça estou com fome
E não tenho o que comer!

- E onde está tua mãe
Que a tua fome não mata?
Por acaso te deixou,
Sozinho nesta vida ingrata?

- Moça não fala assim
Minha mãe é uma santa
Ela procura, pra mim
Alguma coisa pra janta

- Meu pai, largou-nos, foi embora
E minha mãe na luta está
Enquanto não acha emprego
Nós temos que mendigar

- É chato, mas preferimos
Pedir a ter que roubar
A senhora tem comida
Pra minha fome matar?

- Minha mãe sempre me diz
Que somos todos irmãos
Então porque as pessoas
Nos olham com rejeição?

- Será que ela mente
Só pra me ver mais feliz?
Ou será que as pessoas
Não sabem o que ela me diz?

- Vem comigo, meu menino
Tenho comida a te dar
Depois levar-te-ei para casa
Pra junto da tua mãe ficar

- Tua mãe está certíssima
Pois somos todos irmãos
Pois perante nosso Pai
Nos devemos dar as mãos.


Cleide Jean
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Sorriso, gesto amigo, olhar de consolação
Boa música, nostalgia e muita declamação
Ser gentil aqui é fácil, todos querem aqui estar
Sarau desta Confraria, é só gentileza no ar

Delícia ouvir poesias, cantores apaixonantes
Ser gentil com um confrade, algo mais que emocionante
Adoro esse momento mágico, esse espasmo de amor
Fazer parte desse grupo, é motivo de louvor

Aplaudir o sentimento, desabafo do poeta
Todos ficam encantados, em busca da mesma meta
Carinho, aplausos, risos, a vida com mais beleza
O sarau da CPI reina a paz e a GENTILEZA.


Fernanda Foster
Petrópolis - RJ
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Gene gentileza


Era tão gentil
Era tão gentio
O povo Brasil
Cheio de brio!

"Muito obrigado"
"Com licença"
"Tenha cuidado"
Fazem toda diferença.

"Por favor"
"Perdão"
"Sente-se, senhor"
Devem ser de coração!

"Me desculpe"
"Tenha um bom dia"
"Não se culpe"
Aos ouvidos, melodia.

"Posso ajudar?"
"Estou ao seu lado"
"Não quero incomodar"
Alegram o mal humorado.

Se gentileza é um gene
O gene da boa vontade
Que ele seja perene
Inteiro - nunca metade.


Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis- RJ.
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Meu desejo
Soneto apresentado no 15° sarau da Confraria


Que seja o meu país grande nação!
Que o poeta prossiga nesse tema.
Não encontre na vida um só problema
que enfraqueça a modesta inspiração.

Que o povo tenha sempre a permissão
de mostrar para o mundo que o seu lema
é paz e amor nos braços do poema,
é viajar nas asas da canção.

Que não haja nos lares a tristeza;
que nosso berço seja de alegria;
nossa existência inteira de nobreza,

buscando o nosso pão de cada dia.
Em cada esquina o irmão, a gentileza;
em cada olhar a luz da poesia.


Gilson Faustino Maia
Petrópolis – RJ
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Onde está você agora?


Sai e encontrei o padeiro,
Lhe agradeci o pão divino!
Andei peguei o ônibus, sorri para o motorista, 
e ele sorriu com a saudação da paz, eram 5 horas da manhã!

Caminhei encontrei o jornaleiro,
Lhe dei um abraço de Corintiano!
Estava entrando no prédio para trabalhar,
Quando ouvi duas vozes me chamando de amigo, era o porteiro e o zelador!

Quanta gentileza, como isso gera amor!
Logo vi a ascensorista grávida, lhe dei boas vindas, ela chorou!
Cheguei ao andar encontro os parceiros de trabalho orando!
Cumprimentei cada um com um abraço, cheio de laços fraternos!

Hoje me realizo poetizando a gentileza do Sr. Gentileza!
Saudade de você que mudou o coração da gente!


Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes - RJ
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Gentileza geral gentileza para aqueles que tem a gentileza dentro da alma...

Mary_Mariana de Oliveira
Petrópolis - RJ
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Tenho medo da vida...


Não tenho medo da morte 
Tenho medo da vida
A morte é certa
A vida é incerta
Incerteza gera medo
São tantas certezas e incertezas
A amedrontar aqueles de pouca fé
Tenha fé na vida, coloque a certeza que está fazendo tudo certo
A certeza que está dando o melhor
E no caminho certo, deixando as incertezas de lado
Viva, porque a única certeza que você tem
É que gentilmente a morte virá te buscar
E gentilmente você irá ao encontro dela
Na certeza que fez tudo certo nesta vida incerta


Mary_Mariana de Oliveira
Petropolis - RJ
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Tempos Antigos


Ali estava nossa família
reunida a volta da mesa
e o melhor prato do dia
era mesmo a gentileza

de esperar pela minha mãe
sempre atarefada ao fogão
tomar seu lugar na cadeira
esperar o avô contar causos
sempre em tom de brincadeira

o pai cansado e sentado
sempre na cabeceira
a chegada da irmã mais velha
atrapalhada com a cabeleira

vovó então nem se fala
a velhinha toda tesa
fazia o melhor da festa
a oração e a sobremesa

hoje eu sinto saudades
de ter tanta gente na mesa
um almoço de domingo
cercado da tal gentileza


Luizão Bernardo
Seropédica - RJ
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Esperança


Quero seguir caminhos
Na certeza do brilho
Que há em tudo.

Quero esquecer
Mesmo que por um minuto,
Todo esse absurdo bruto.

Talvez assim,
Suporte minh'alma
A dor de tanto abandono!

Quero manter-me firme
Num fiel amor ao próximo,
Ser incansável eu quero
Em compartilhar gentilezas.

Quero abastecer-me 
Deste ar que é a esperança...
Quero, poder acreditar que um dia
Criança, voltará a ser
A criança.


Paulo Roberto Cunha
Petrópolis - RJ
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Gentileza gera...


Fato 
foto 
fita 
esperteza. 

Filho 
brilho 
sorriso 
clareza 

Verdade 
maldade 
saudade 
realeza 

Processo 
gesto 
manifesto 
grandeza 

Vida 
força 
contida 
certeza

Carinho 
beijo 
abraço 
gentileza.


Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Versinhos para um cavalo xucro


Gentileza gera gentileza, duvida?,
no Rio de Janeiro ou redondeza
e quem não tem delicadeza nessa vida,
é cavalo xucro, com certeza.

Mas eu mantenho a calma
e não derrubo nenhuma mesa,
com essa gente sem alma
que só sabe lidar com aspereza.

Mas isso não tem importância,
Deus é minha fortaleza.
E seja em qual for a estância
vou praticar gentileza.

Era só uma questão
e se questionar não ofende?,
então qual a razão da agressão,
quando se quer o bem, somente?

Deve ser minha cara de ovo,
como disse o Marcos Prado. 
Que culpa tenho se ao nascer,
fui virada de avesso lado?


Rogéria Reis 
Rio de Janeiro - RJ
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Agradeço


Poderíamos nunca ter sabido da existência...
Poderíamos ter vivido em tempos distintos
Sem ter ao menos sonhado
Um encontro assim.

Queria poder agradecer os olhos, mãos e braços!
Queria poder entender porque nada acontece por acaso
E acontecendo, nos faz produzir, criar crescer, caminhar,
Sem ter medo de nossos passos.

A fonte da minha alegria é a tua calma.
A voz tranquila...
Tamanha gentileza que um simples olhar nos olhos
Faz tanto acontecer.

Como nunca posso tudo isso dizer,
Agradeço a mãe natureza,
Que nos fez barro. Que nos fez vento. Que nos dá o alento
De amar e sofrer.


Carmem Teresa Elias e Roma Magela
Rio de Janeiro - RJ e São Paulo - SP

Desafio

O desafio agora é ele mesmo:

Desafio



Palavras me vêm soltas
Pensamentos me vêm em versos...
Ah, essas barreiras!
Crio e me neutralizam
Esse frio estranho que sinto, me denuncia
Quero abalar o meu desânimo
Desafios, sempre, me pondo à prova!
Medos me cutucam
Não me entregarei!
Hei de tocar o céu!
Anseio que o momento não oscile
Que o pensamento não queime
Que a fumaça que nebula, se dissolva
Que os fantasmas se mostrem
Para que as saídas sejam vistas
E que eu me cuide para não cair


Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes - RJ
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Desafio 


Desafio 
Ao poder destrutivo, entreguei minha Criação
Diante de sua força, entreguei minha fraqueza,
Ao medo, mostrei o enfrentamento,
Ao preconceito, mostrei suas duas faces
Para as distorções, havia dito verdades
Perante egos disfarçados, assinei e concordei...

Fizeram de minha vida e de minhas palavras mais um jogo de antíteses
Mas foi assim mesmo que aconteceu
A realidade dos fatos:
Aos que fizeram de mim anonimato, eu fiz o desafio da vitória.

(a Nelson Mandela e todos que lutam pela dignidade da vida) 


Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro - RJ
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Me desafia a vida a cada passo
Que dou em direção ao meu destino
A cada curva que no caminho faço
Desviando do trajeto o desatino. 

Me desafia a vida a cada dia
Que o calendário em meu corpo projeta
A transpor toda barreira fria
A fugir de ser alvo dessa seta.

Me desafia a vida a não temer a guerra
A vencer o medo, ter serenidade
A remover o susto que o sonho encerra
E defender com brio a minha verdade.

Me desafia a vida a não fincar raíz.
Me desafia a vida a ser... só feliz!

Catarina Maul
Petrópolis - RJ
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Desafio

Desafio todos a fazerem uma revolução 
Vamos esquecer a razão, escrever com emoção 
Sem medo de ser feliz 
Te desafio a viver o inimaginável 
Procurar no impossível um cavalo alado 
Pegar suas asas emprestadas e voar...
Voar para o infinito das palavras, usa-las
como a ferramenta do bem 
Te desafio a acreditar que seu maior sonho 
pode se realizar, não no futuro distante, sim 
neste mesmo instante ...


Daniela Valadares Aleixo 
Petrópolis -RJ
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Quem consegue?

Pra você, meu amigo
qual o maior desafio?
Enxergar além do seu umbigo?
Levantar cedo quando está frio?

Talvez dominar um vício
Diminuir a bebida, o cigarro...
Ficar a beira de um precipício
Andar a pé, esquecer do carro...

Viver sem música, televisão?
Participar de uma maratona?
Diminuir os gastos no cartão?
Viajar o mundo de carona?

Sentar na cadeira do dentista?
Matar uma aranha, ou barata?
No mercado, se limitar a uma lista?
Se contentar com uma vida pacata?

Passar a noite num cemitério?
Enfrentar situações de perigo?
Crer que existe político sério?
Perdoar seu maior inimigo?

Continuar seguindo a dieta?
Sair da vida sedentária?
Tirar seus planos da gaveta?
Ser otimista na vida diária?

Estes são desafios verdadeiros
Mas é uma ironia, vejam vocês...
O maior desafio dos brasileiros
É ter dinheiro no fim do mês!!

Ciça

Elciana Goedert
Curitiba - PR
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O que nos desafia

Aprecio superar os limites
Ciente dos erros e perigos
Sabor de vitória - acredites:
Obstáculos são nossos amigos!

Tortura-me pensar na apatia
Na falta de aventura, ocaso
Do desânimo eu tenho antipatia
O desafio é evitar o atraso.

Ainda que há um maior desafio
Não está na perda, na partida
No amor ou nadar contra o rio
Está em vivermos nossa vida!


Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis - RJ
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A vida é desafio

Aguenta, coração, esta jornada!
A vida é desafio para os fortes,
pois tem, o mundo, que enfrentar a morte,
nas muitas cruzes pela longa estrada.

Se o céu é lindo, a noite enluarada,
nem sempre existe a paz, assim é a sorte.
A gente vive procurando o norte,
mas não há setas nas encruzilhadas.

Aguenta o desafio, ó peito meu!
O amor existe, ainda não morreu,
eu sei, penetrará na eternidade.

Nasceu daquele olhar cheio de luz,
e foi, no meu caminho, a linda cruz
transportada nos ombros da saudade.


Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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O que mais te desafia?

Não sofrer por amor!
Viver sem aflição!
Amar, por favor!
Sentir saudade sem dor!

Fazer amor com pressa!
Beijar sem vontade!
Correr risco pela metade!
Buscar desafio na relação a dois!

Ver o mar em calmaria todo dia!
Respirar CO² em plena Nova York!
Ver o vento sem esperança!

O mundo sem egoísmo e sem ganância!
Igualdade sem xenofobia e bullying!
Todo mundo vivendo em harmonia pela paz!

# Jorge Guima – 19/5/2013 – 7:00


Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes - RJ
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O desafio
do indivíduo
de manter o ócio
sem perder o ofício
- banhando a alma no rio-
em seu curto pavio.


Guilherme Monteiro
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Desafios diários


Abri meus olhos e vi o mar imenso
fui inundado pelo verde fresco e brilhante
a imensidão de suas águas frias e salgadas
me senti desafiado a nadar como um peixe
de atravessar mares e oceanos
entre cardumes de botos e sereias
as algas me prendem a praia
como poderosas algemas vegetais
o desafio ficou preso ente as pedras

Olho para o céu azul e límpido
vi pássaros praticando voo livre
andorinhas planadoras e pardais baldios
sanhaços fugidios, coleiros tristonhos
periquitos falastrões passam em bando
enquanto o quero-quero lamenta no pasto
a intromissão que faço a seu lado
tanta beleza e tantos sons me tonteiam
o desafio do voo se perde nos sonhos

Poderia eu me considerar derrotado?
por ter assim dois sonhos perdido?
por ter de certa forma desistido ?
não, pois cada um destes me levou
a novos limites a vencer
outros caminhos percorrer
fazem parte de minha lenda de vida
dessa minha grande luta diária
de voar com os pés no chão
e nadar nas palavras da poesia


Luizão Bernardo
Campos dos Goytacazes - RJ
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Dourado desafio

Diante de imagem
Tão bela, tão lasciva
E a minha espera
Entrego-me.

Entrego-me
A um dourado desafio
Prendo-me às tuas tramas
E aos teus cabelos.

O beijo de canto,
O arrepio...
Eu sorrio!

Cravo-lhe os dedos
Pondo todos teus pelos
Em alerta!

Sobre teu corpo dourado
Tatuado deste meu sol
Te cubro, te “maltrato”

Mato-me,
Mato-me de tanto prazer
Para dele renascer e ser
Feliz.


Paulo Roberto Cunha
Petrópolis – RJ
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Desafio a morte a calar o tempo
Esconder os argumentos
De quem se perpetuou
Desafio a vida a olhar de frente
Encarar a gente como quem ganhou

Firma firme o teu passo
E segue frio no teu fio
O mar do mundo é um riacho
Eu rio do teu desafio.


Nivio Gaspar
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Sobreviver ao DESAFIO

Paro e não mais penso, 
o sol não é mais tão alegre, 
o dia agora é tenso 
mesmo que por ações eu negue.

Sua ausência sem razão 
existe inexplicavelmente 
presente você no coração 
sem lógica mas docemente. 

Busco um certo rumo torto 
sempre alegre e com medo 
dos gestos absorto 
buscando nosso segredo.

Queria sem fronteiras te amar 
sentir tudo ao mesmo tempo 
ver sua serenidade no ar
que vaga ao bailar do vento.

No jogo da vida joguei 
somente sobrou o epitáfio: 
perdi em quase tudo, sonhei, 
mas nunca desisti de um desafio. 


Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Meus Desafios

Grande desafio e desejado
é ter um milhão de bons amigos.
É ou não é um sonho atrevido?
Vem, te convido a sonhar comigo.

De sonho em sonho encontrarei,
meus bons amigos da confraria,
o desafio então, eu cumprirei,
bebendo água com poesia.

Será mais um sarau de amizade
subir a serra - que felicidade!
Amigos, versos vivos e frio,

em Petrópolis bela cidade.
Lindas paisagens, hospitalidade
e estar lá é outro desafio.


Rogéria Reis
Rio de Janeiro - RJ 
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Desafio

Sei que minha voz é um sussurro
Dizendo-lhe do quanto já te amei.
Que um amor pode se esconder, se conter...
Ah! Como sei.

Sei que sem você,
Tudo isso, não tem o menor significado,
Como num movimento bobo e sem volta
De um relógio quebrado.

Sei que meu amor não funciona deste jeito:
Ignorando o que lhe acontece.
Revoltando-se na distância e,
Com lágrimas quase esquece.

Sei que nestas horas...
Há verdades difíceis de digerir.
Mas, também sei que me ama...
E que mesmo nesse desafio, você pode me ouvir.


Roma Magela
São Paulo - SP
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Cedo desfiou o fio da vida.
Com a vida por um fio, foi-se.
Com a vida por um fio, fiquei.
Dia a dia 
Fio a fio
Afio a fé.
Desafio a saudade
Para cumprir outro desafio diário:
O de viver sem você!


Tina Maria Figueiredo
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Viver (um belo desafio)


Nascer, crescer e viver
um belo desafio,
viver entre amor e ódio
desafio constante,
entre o bem e o mal
desafiar os limites
fazer do mal um bem.
Criar expectativas futuras
viver o presente
esquecer o passado
desafio eminente.
Conquistar muita gente
seguir em frente
sonhando, lutando
andando e realizando
tudo é um belo desafio.
Amar sem ser amado
gritar sem ser escutado
ganhar para ser elogiado
e assim vou vivendo
e aprendendo
que na vida eu confio
e o resto é desafio..


Veronica de Mello
Petrópolis - RJ
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Pode vir 


Qualquer desafio é uma afronta nua,
Provocação, despudor e noite sem lua,
Um convite instigante que insinua,
Incompetência em proteger o orgulho.

Ego posto a prova sem demora,
Que traz de prumo no corpo e ancora,
Uma vontade urgente de transpor agora,
Qualquer descrença da crença de si.

É como estar despido e se vestir,
De todas as vestes que se permitir,
O que for necessário usar e exibir,
Seja força, coragem paixão ou calma.

Avalanche em polvorosa de si mesmo,
Objetivo, determinação e esmo,
Que transforma êxito em obrigação.

Que venha qualquer fera enfurecida,
Com perigo de sangue e mordida,
Com riscos e chances de dilacerar,
Não importa,
Estarei parado e esperando na porta, 
A postos e pronto pra te superar.

Vini Rodrigues


Vinícius Rodrigues
Petrópolis - RJ

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Inverno

O inverno inspira os poetas da CPI depois de se tornar o novo desafio


Rumo ao sol
pra aquecer 
o frio
que por hora
me corta a pena

sentí-lo 
em mim
como fogo 
que forja
ideias

calor
que me fará
transpirar
o medo
desse inverno

que sopra
assustadoramente
sobre minha
frágil e efêmera
inspiração

Alex Avena
Petrópolis - RJ
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Miniconto

Caminhando pelas ruas ‘’brumicas’’ da cidade, ia... 
Condensando sonhos e paixões no pulsar do ventre, ardia...

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes - RJ
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Tempo Frio 

O vento frio que me sopra a face quis que eu me desesperasse. 
A gota de gelo mais paralítica faz-me escorrer nas bochechas, a verdade que o frio me traz.
Trazendo-me coisas que o vento soprou pra longe, o carregado tempo que corre pra quem ainda se esconde. 
Tempo, tempo, tempo. O tempo é frio. O tempo não tem pena de te congelar. 
Perdem-se aqueles que não conseguem se aquecer. 
E pra não me perder, vou abraçar-te e do tempo frio esquecer.

Bia Lima
Petrópolis - RJ
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Meu frio

O frio chega – assovia
Espia pela janela
Inverno congela
Longe dos braços dela
Pinhão na panela
Amor que espera
Longe de sua quimera

Esperança – não esfria
Mesmo sem os olhos dela
Mesmo que o inverno apele
Mesmo que a quimera voe
E que o pinhão 
Queime na panela
Sonho com os braços dela

Carlos Eugenio Vilarinho Fortes
Palmeira das Missões - RS
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Miniconto

Ela gargalhava do inverno lá fora, enquanto, sob seu edredom, 
acompanhada, morria em vulcão.

Catarina Maul 
Petrópolis - RJ
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Nas Noites de inverno

Deitado, no escuro
Escuto a chuva cair.
O vento cantar.
Noite de inverno,
Sob a luz dançante das velas
Meus pensamentos põem-se a voar.
Deitado no escuro,
Meu corpo repousa.
Mas não estou no mesmo lugar.
Navego num mar profundo.
Um Timoneiro sem rumo
No oceano do pensar.

Daniel Kleiz
Petrópolis - RJ 
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Dias de hibernar

Inverno: frio... Chuva...
Hora de resgatar cachecol, luva
Botas, casacos... Pura elegância!
E neste quesito, já tenho vivência.
Bom seria não ter que sair.
Ficar em casa, me divertir
Com ar condicionado ou aquecedor
Chazinho quente ao meu dispor.
Acabar com a caixa de trufas,
Só andar com minhas pantufas,
Ver televisão comendo pipoca,
Quentinha, sem sair "da toca".
Retomar aquela leitura
Ah, que vida dura...
Confortável enrolada numa manta,
Sopa quentinha na janta.
E pro dia terminar com primor:
Dormir aninhada, depois de fazer amor...

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba - PR
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Uma chuva fina caía insistente através da vidraça, ela esperava o portão 
se abrir, para abrir também seu coração.

Fernanda Forster
Petrópolis - RJ
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Invernada

O inverno...

Essa temporada
Que dá férias ao calor
E que nos faz buscar
O aconchego do cobertor!

Um café ou chá quentes
O escalda-pé ou aspirina
O inverno nos deixa dormentes
Apegados à cama, é sina.

Ainda que o frio lá fora
Embace o vidro e a alma
O sereno fino cai e chora
A solidão da noite calma.

No termômetro: grau negativo
O nevoeiro lá fora anuncia:
Não há nada mais convidativo
Que vinho em boa companhia.

Giancarlo Kind Schmid
Petrópolis - RJ
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Ausência de calor

Choram meus ossos, triste é este inverno
e a ausência do calor dos braços teus.
Aquele olhar tristonho e aquele adeus
transformaram meu mundo em grande inferno.

Eu tento disfarçar, mas lá interno,
no fundo, bem no fundo, aos sonhos meus
é difícil viver, fugir dos breus
que invadiram meu peito humilde e terno. 

Assim é a vida, as sombras do caminho
procurando impedir o caminhar
do poeta que, mesmo em desalinho,

busca forças, procura acrescentar
uma dose maior do seu carinho
nos versos que consegue recitar. 


Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Miséria

Onde estará meu irmão,
dormindo sobre a calçada?
Com a alma congelada
e eu aqui no meu colchão!

Qual seria a solução? 
Ou, talvez, não tenha nada,
nenhuma ideia formada,
que resolva essa questão!

A vida, assim, não tem graça...
Enche a cara de cachaça
para suportar o inverno.

A amargura no semblante
e o mundo passa distante
pra não ver aquele inferno.


Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Doce pretensão

O torpor na embriaguez
Tira o sono,
Mata os sonhos,
Rouba a alma
E a leva para o inferno de si mesma...
Inferno, onde o inverno se faz presente
Premente, congelando o coração...
Ah! Pudesse eu, com meu carinho
Derreter esse coração entorpecido
E trazer de volta
A sanidade e a serenidade
Para o seu caminho
Doce pretensão a minha, pois não?


Jane Marques
Petrópolis - RJ
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Inverno

Não é o frio que congela os ossos.
Inverno não é prisão,
Medo,
Fuga.
Inverno...
Inverno é o inverso,
Calor,
Quebra,
Imagem.
Inverno, transformação que
Renova a alma.
Inverno tão quente
Como o frio que toca o corpo.
Magia louca,
Elegância,
Tudo belo.
Inverno...
Neblina
Que acende
Seus olhos.
Sede,
Caminho
Novo.


JG Poeta da Alma
São Paulo - SP
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Miniconto

A companheira morreu de frio, eu, de paixão, e a rosa, de amor, pura ilusão!

Jorge Guimarães
Campos dos Goytacazes - RJ
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Pétalas de pedra

Depois de tanto riso e derramadas juras
Na última e febril borrasca de verão
Um vento traz enfim o outono e a solidão
E sopra penetrante a lança da amargura

Veneno que corrói sem dó nem piedade
Um cálice, não mais, é o justo fel que basta
E o campo mais florido o vento então devasta
Degreda o coração pr’uma prisão sem grades

O inverno cobrirá por ordem do deus Crono
de gelo glacial as flores do abandono
que crescem no jardim sem dono do meu peito

E fósseis que serão, em milenar futuro,
as pétalas de pedra, num buquê tão duro
talvez ainda lembrem um amor-perfeito


Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro - RJ
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Luciana Cunha
Petrópolis - RJ
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O inverno revela meu lado lobo!

Sou animal de hábitos noturnos, posso ser predador e presa.
O inverno aguça minha visão e olfato, a cada passo me deparo com uma surpresa.

Alimento e sobrevivência, à noite saio para minha caça.
Uma presa fácil do tipo conveniência, vinho degustado em taça.

Lidero minha matilha, lobo de traços fortes e pujantes.
Não me prendo em armadilha, sou caçador de olhos vibrantes.

Nas noites frias de inverno, saio pelo mato, guiado pelo instinto.
Sou um caçador moderno, vaguear noite a dentro me deixa faminto.

Ser caçador ou caça, alvo fácil de mulher fatal.
Dualidade que me embaraça, posso ser vítima contrariando meu ser animal.


Luís Antônio Santos 
São João del Rei - MG
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Miniconto

Na noite fria de inverno eles se amaram por toda a madrugada e, ao amanhecer, 
exauridos, se entregaram ao sono...

Luiz Santos 
Rio de Janeiro - RJ
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Primeiros dias de inverno


São os primeiros dias nesse inverno
que chegam para aquecer corações
de fazer estoques de doces e ilusões
e fazer desse mundo algo eterno

ao encontrar aqueles velhos amigos
nós revivemos em nossas emoções 
retidas nos outros repetidos verões
hora de pegar os agasalhos antigos

num clima que todos adoram
ficamos assim a tarde inteira
deitados em frente a uma lareira
são tantas paixões que afloram

fugindo das confusões do mundo moderno
reunidos com um bom vinho e boa mesa
nós teremos luz apagada e vela acesa
como fica tão gostoso esse inicio de inverno


Luizão Bernardo & Silvana Gomes
Seropédica - RJ / Campos - RJ
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Neves Outonais
-Um encontro impossível-

A paisagem é branca e úmida,
pois há flocos de neve lá fora.
Raras flores e folhas secas caídas 
enfeitam o inverno
que, aos poucos, se anuncia.
Estou agasalhada e o calor do vagão me aquece
nesta viagem em busca de mim mesma.
Penetro num mundo até então desconhecido.
Onde está o mistério: lá fora ou aqui dentro comigo?
Que barulho é este que me tira do abandono
de estar somente com meus sentimentos?
Curva após curva, sinto o vento gélido, que vem da porta aberta.
Surpresa, vejo você sentado à minha frente.
Tento falar, mas somos estrangeiros com idiomas diferentes.
Nossos olhares então se comunicam,
nos observamos curiosos, levados pelo desejo do encontro.
Você me serve um drink colocado em nossa mesa.
Sorrimos e brindamos em silêncio.
E, extasiada por essa imagem delirante,
volto a adormecer, sozinha, acariciada pelo balanço
serpenteante da Transiberiana.


Maria Do Carmo Bomfim
Rio de Janeiro - RJ
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Garoa fina a cair sobre os paralelos,
Densa névoa fecha as ruas
Por onde passo, a passos largos
Com medo da escuridão.
Caminho com rumo certo,
Mas na incerteza do que
Busco ali, logo à frente
Sigo sem olhar para trás.
Não vale a pena buscar seu
Olhar frio e indeciso
De quem não sabe o que quer.
Prefiro enfrentar o frio do inverno
Do que sofrer com sua indecisão.

Mary_Mariana de Oliveira
Petrópolis /RJ
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Os olhos
Capturam bela imagem
E na friagem que o toma,
Inverno invade...

Paulo Roberto Cunha
Petrópolis - RJ
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Inverno

O tempo lá fora é frio, em meu peito é tão quente.
O vento tem som gelado que esvoaçam os cabelos.
Galhos dançam e se encostam de forma dormente,
E todas as blusas em lãs outrora já foram novelos!

O edredom possui um calor invisível que conforta.
Há uma lareira em meu corpo que o seu só chama.
E quase ouço uma batida delicada em minha porta,
Estação de imaginação que meu eu pelo seu clama.

E lá fora o sol brilha, e a temperatura é carrancuda.
O meu coração, com um ar bobo distante desse frio,
Induz-me a pensamentos tão bons que até arrepio!

Só o tempo lá fora é frio, a minha estação é brasa.
A fumaça expelida pela boca representa um desejo
Do seu corpo, do seu cheiro, seu toque e do beijo!


Raquel Ordones
Uberlândia - MG
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Estação de nós

Da fresta da porta do meu ser,
Senti o raio de sol do teu verão 
Em ardente desejo a me adentrar;
Veio aquecer o inverno de saudades 
Que em mim habitava.
Teci lãs da tua carícia para cobri-me
Com flores da primavera que floriu em nós.

Raquel Ordones 
Uberlândia - MG
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Avesso 

Se na mão 
o frio é intenso
viajo na contramão
você decola...

O sentido é mais forte, 
tem pressão de fervor
desfaz-se o medo 
buscando o ápice 

do gosto sem fim
que torna o início
feroz é propício
a noite de amor

o inverno é magia 
segue seu rumo
a dor docemente
machuca sem doer.


Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Inverno

Seja do norte boreal ou do sul, inverno austral, 
solstício, equinócio de primavera.
Na verdade, uma mudança de estação tão natural,
em que vidas se aquecem à beira de uma fogueira.

Lindos flocos como cristais formam a geada,
manto alvo que se queda sobre a relva abundante.
Nas folhagens, mini esculturas lembram lágrimas congeladas
que ao sol se liquefazem, em um lance, em um só instante.

Pássaros migram, sentimentos se afloram
as noites tornam-se mais longas do que o dia.
Frio, café quente, amantes que se aconchegam.
Inverno, uma estação regada à fondue e poesia. 


Rogéria Reis 
Rio de Janeiro - RJ
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Porque sinto frio

Entre as três estações destas posses,
Ele abusa e ocupa logo duas.
Tempo que se sente e arde nos ossos, 
Que recolhe e encolhe a gente. 

Não passaria sã por mais um destes
Sem a imagem solar de tua carne,
Sem conhecer a luz dos teus dentes...

Talvez também por isso tremo 
Ao traçar sem luvas estas mal trovadas linhas,
A ti, 
Meu doce amor de inverno.


Sandra Vissotto
Petrópolis - RJ
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Numa noite de inverno

Me- deu uma vontade de
Beber chocolate quente
Como tinha acabado fui
à padaria para comprar.
Quando estava voltando
Encontrei no meio do
Caminho uma moça que
Estava tremendo de frio.
Imediatamente tirei o
Meu paletó e coloquei
No ombro dela e começamos
A dialogar e o papo foi
Ficando tão bom que
Até a convidei para
Tomar uma xícara de
Chocolate quente na
Minha casa.
Como estava numa
Noite de inverno então
Ela aceitou o meu convide
Para tomar uma xícara
De chocolate comigo.
Desse clima de inverno
Saiu um beijo que uniu
Os nossos corações.
De tal forma que posso
Dizer que foi a melhor
Noite de inverno que já
Passei na minha vida toda.

Alan Bastos Lima
Petrópolis-RJ
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...Ela caminhava... Sentia todo o frio cortar-lhe a alma. Catava pelo 
caminho o que a neblina lhe permitia ver.

Ana Lucia Souza Cruz
Campos dos Goytacazes - RJ
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A geada nos meus olhos

O meu olhar acolhe esta pintura,
O vasto choro seco da geada.
E a moldura dos olhos tão cansados
Protege a paisagem congelada.

Como não sei pintar a paisagem,
Pintar o choro seco da geada,
Eu deixo que ela esfrie o coração,
Fotografando a vida congelada.

Deixando-a congelada nesta vista,
No vasto choro seco da geada,
Pois sei que, embaixo dela, ainda está
Não a morte, mas a vida congelada.

Baron André De Castro de Sealand
Viamão - RS
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Haicai

No varal, cobertas,
Como senhoras, acenam
Ao menino inverno.

Baron André De Castro de Sealand
Viamão - RS
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Fortes e imponentes!

Colho as flores da primavera
No ar gélido do inverno
Quando as hastes rígidas
Parecem quebrar-se
Ao serem fustigadas, ferozmente,
Pelos ventos galopantes

Elas vergam-se, mas é só!

Demonstram sua imponência
Erguendo-se altaneiras
Sobrepondo-se as intempéries

Da terra sugam a vitalidade
E do ar, por mais frio que seja,
Alimentam-se e aquietam-se majestosas

Cleide Jean
Rio de Janeiro - RJ
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O que era puro fogo,
De repente, abrandou.
Já não há o diálogo... 
Tanto amor apagou?

Relação desgastada...
Sem o combustível,
Final da temporada...
Foi imperceptível?

De súbito escureceu... 
Um gélido silêncio...
E no meio do breu,
Só um olhar frio.

Corpos distantes...
Chorar é em vão...
Rumos dissonantes.
Inverno no coração!

Elciana Goedert (Ciça)
Curitiba - PR
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Sangue frio

Apesar do sol a pino
O olhar era gélido
Da rainha do inverno

Caminhava sem paixão
Até surgir em seu destino
Um encantador menino

Desejou-o tanto que o matou!
A fim de continuar gélida
Sem o calor do amor.

Leila Maria
Cruz Das Almas - BA
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Perdas do Inverno

Tenho reparado que é no Inverno
que passo mais "frio"
e que de alguma forma
minha vida fica mais seca.

Sempre no Inverno,
eu fico sem algum abraço.
Sempre perco algum amor
e a boca fica resseca sem beijos.

Talvez, a minha vida 
seja regida pelas estações do ano.
Se for isso...
Eu não vejo a hora da Primavera chegar,
porque todo esse frio está doendo demais.

Helô Strega
Petrópolis - RJ
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Inverno em Petrópolis

Nesse inverno rigoroso
em plena madrugada
me encontrei rimando
numa estória enrolada

Esse poeta Rodolfo Andrade
dormiu e estava a sonhar
foi encontrado sonâmbulo
escrevendo num frio bar

Silvana Gomes passou por perto
com um caderno na mão
Alex Avena parou pra olhar
Gilson Maia levou um violão

Rodolfo mesmo dormindo
escreveu uma canção
Elciana Goedert batucava rindo
Giancarlo Kind Schmid na percussão

Raquel Ordones a mineirinha
estava cantando o refrão
-Para tudo confraria!!!
Onde está o Luizão?

eu estava ali pertinho
com uma Bohemia na mão
escrevendo estes versos
e rindo da confusão

Luizão Bernardo
Seropédica - RJ
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Na última vez, meu amigo
Que misturamos nossos olhares sombrios
Fez a pele gritar em arrepio
A alegria da carne com o frio.

Nos sons dos teus últimos uivos
Que caminharam pelos ventos
Senti, preso em invólucros,
a decrepitude do tempo

Nos murmúrios do teu retorno
E na inexorável beleza do teu corpo
Orvalham labirintos de cristais
Banhados nas luzes elementais.

Na volúpia da tua audácia
Adentra o salão com total empáfia
Estufa o peito, congela o inferno
Cores que pintam o inverno.

Otávio Palmeira
Petrópolis - RJ
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Entardecer

No frio da tarde... 
os pensamentos viajam
entrelaçados a imagem da beleza,
marcando o gosto do sentimento pulsante,
que preso se faz solto no delírio
conjecturas da vida,
profanas que são latentes,
sofridas na mente carente
buscando somente a vida.

Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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