terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Paulo Roberto Cunha




LUA BREVE 

Lua linda, desenhando as montanhas, 
Calma, solidária com nossos pensamentos, 
Virtuosa e paciente a nos ouvir. 

Quem nunca sob a luz da lua, 
Revelou um desejo, fez um desabafo, 
entregou uma lágrima...? 

Divina encantadora, 
A pratear nossos cabelos prateados, 
Ilustre, imponente e nostálgica... 

Quem jamais ao vê-la, 
Sentiu-se menino, sonhou acordado, 
Relembrou o passado...? 

Lua cheia: 
Cheia de vida, 
Cheia de luz, 
Repleta de amor. 

Lua branca, plena de paz, 
Mãe de toda calmaria... 
Lua infinita e de tantos alentos, 
Detentora de todos os segredos... 

Minha linda lua breve, 
Tu que és bálsamo e carinho, 
Permita-me olhar-te outra vez. 



Asilo 

Andar lento, ombros caídos, 
O mundo repousa sobre eles ... 
Por entre as flores tênues de um bosque tranquilo 
Aroma de saudade a recordar os tempos idos. 

Passos lentos, tarde fria... 
Sol que brilha, sem aquecer um coração 
Vida vazia, 
Quanto tempo inda te resta? 

Corpo caído, céu sem brilho 
Tarde fria à receber a multidão. 
Gente vazia, 
Não compreendem, 
O que o matou... 
...Foi 
A solidão. 



Mulher 

Tu, 
Sublime criatura, 
Instrumento divinal 
A conceber nossa existência... 

Em teu ventre, 
Este oceano acolhedor que nutri e gera o mundo, 
A própria vida se renova... 

Ao te deixarmos 
Todos os sons, todas as cores nos assustam, 
Então, tua impressão em nosso olfato nos acalma... 

Mulher: 
Esplendor escultural, 
Cândida e bela. 
Convicção inexorável que és puro amor... 

Em teu percurso, 
Suas escolhas são tão nossas... 
Em tuas mãos os seus afagos... Nosso norte! 
A orientar-nos por caminhos ignorados... (tantas vezes) 

Mulher, tu que em teu carinho se agiganta, 
Abraça o mundo que é tão teu por teu valor 
E cuida que a vida em tua vida se renove, posto que, 
Em teu ventre-oceano, vive em plenitude o nobre amor. 


Procura 

Teu cheiro 
Fica em mim mais do que tudo... 
E é a tua voz 
O som que me acalma... 
Mas se te deixo 
Por força das circunstâncias 
Me arrependo 
E a saudade me devora 
Vejo-te em quase tudo... 
Só não, 
No que desagrada o coração... 
Mas sigo em frente 
Nesta vida conturbada 
Desenfreada à procura de você. 


Copacabana 

És tu Copacabana a mais atraente das nobrezas 
Teu mosaico em pedras portuguesas 
Acolhem intermináveis passos 
(libertos daquela pressa constante...) 
E o tempo, tão cruel noutros lugares, aqui 
Impregnado de teu sal, eterniza cada instante. 

Princesinha de um mar apaixonado 
Que a cada encontro, compõe nova melodia... 
Envolve-nos num clima de magia 
Tanto quanto, nos remonta ao passado. 

Em ti, Copacabana, nós nos perdemos 
E nos encontramos em tua poesia... 
Sob os traços dourados de um sol que é só teu, vivemos... 
E nossas vidas anônimas, são tomadas por tua maresia. 

Teu expansivo mar em branca espuma, 
Perfuma nossas almas que se alimentam de ilusões... 
Porém, é tua carícia sobre a areia tal qual a pluma, 
Que faz de ti Copacabana, lugar querido de todas as paixões.

Um comentário:

Marcos Cunha disse...

Estou muito orgulhoso pelo pai poeta que tenho! Esse cara escreve muuuuito!!! :D

beijos Pai!!

Marcos Paulo.