Hoje, no entardecer do Natal, uma chuva caiu sobre Petrópolis fazendo com que entrasse por minha janela um cheiro forte de terra molhada. Na hora eu fui transportada às chuvas de minha infância e aos medos do barulho causado por elas, sempre acalmados por minha mãe numa repetida explicação. Virou poesia!
Depois dos comentários dos amigos confrades, fiz um convite geral. E agora a Confraria faz poemas COM CHEIRO DE INFÂNCIA.Um viva para nossas memórias!
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Cheiro de terra, cheiro de vida
A chuva que anuncia o verão...
Quando eu era pequenina
Olhava pro céu desabando
E não entendia
de onde caia
Tanta água para o chão.
Minha mãe, com calma, explicava
Que São Pedro lavava
Os quintais do céu
E eu acreditava...
Via até sabão na chuva que avistava
Do lado de fora da janela
Chuva bonita, missão tão bela
De tornar mais perfumado
O endereço dos anjinhos...
Esses eu também via
Saltitantes, brincando na lavação
Via a mangueira do céu
Em plena atividade,
junto da esfregação.
Imaginava São Pedro
Muito autoritário
Dando ordens pra equipe da faxina:
- Quero esse canto sem lodo, menino!
- Quero essa nuvem branquinha, menina!
E quando a chuva cessava
Com uma sensação tão boa eu ficava
Sentia a libertação.
O cheiro de terra molhada
Pela chuva entornada
da arrumação do céu
era para mim ORAÇÃO!
(Catarina Maul)
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A Chácara
...e aquela Menina vivia num mundo à parte do mundo em partes...
Criava e recriava em cima do seu recreio.Viver para Ela era um absurdo qualquer entre uma realidade que Ela não acreditava e a fantasia que era seu mundo real.
A chácara ... Seu parque de diversão onde insetos, árvores, frutas e bichos se transformavam na mais enlouquecida estória de conto de fadas ...E Ela era soberana que a tudo transformava e fazia com que entrasse em seu mundo de partes .
Cantava e encantava ..
Sem mensuras, sem limites o seu próprio mundo em partes lhe particionava...
Era cantora, atriz, rainha...nunca vassala.
Quando cantora o palco era enorme e a plateia a aplaudia de pé
Quando atriz, se fazia uma fazendeira que sorvia da Terra sua seiva, sua vida...
Quando Rainha não se abalava com nada...inatingível.
E nesse seu mundo ela vivia repartindo o que colhia...
Na sua mais etérea imaginação...
...e aquela Menina vivia num mundo à parte do mundo em partes...
Criava e recriava em cima do seu recreio.Viver para Ela era um absurdo qualquer entre uma realidade que Ela não acreditava e a fantasia que era seu mundo real.
A chácara ... Seu parque de diversão onde insetos, árvores, frutas e bichos se transformavam na mais enlouquecida estória de conto de fadas ...E Ela era soberana que a tudo transformava e fazia com que entrasse em seu mundo de partes .
Cantava e encantava ..
Sem mensuras, sem limites o seu próprio mundo em partes lhe particionava...
Era cantora, atriz, rainha...nunca vassala.
Quando cantora o palco era enorme e a plateia a aplaudia de pé
Quando atriz, se fazia uma fazendeira que sorvia da Terra sua seiva, sua vida...
Quando Rainha não se abalava com nada...inatingível.
E nesse seu mundo ela vivia repartindo o que colhia...
Na sua mais etérea imaginação...
(Ana Lucia Cruz)
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O quintal da minha infância
tinha balanço e gangorra,
tinha a Nica e o Biguá,
bananeira, goiaba no pé,
goiabeira, flamboyant, figueiras,
nos domingos, churrasqueira
um cágado, que sempre
sumia por meses,
e muito cocô de cachorro.
(Renato de Mattos Motta)
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Lembranças...
Virando as páginas da vida,
revivendo a minha infância.
Alegrias, tristezas, molecagens,
doenças , cenários variados.
Ar livre, pés no chão e brincadeiras,
corridas de marimbondos
e manhãs de pescarias.
Longas jornadas pra escola,
calça curta e tamanquinhos.
Saudades da amiga professora
Dona Aristotelina Aguiar.
Caçadas de passarinhos,
farofa feita na mata
e quanta frieira nos pés.
Vida sem nenhum conforto
porém quanto amor de mãe.
Gilson Faustino Maia
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(Felipe Quirino)
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Cheiro quase inodoro
Menino moleque de pé no chão
curtia um bodoque, pulava fogueira
era feliz a sua maneira
vivia alegre buscando a vida.
Brincadeiras inventava
do nada às criava
sorrindo da dor
bobo da corte.
Corria na rua,
pulava muro
não sonhava só vivia
sentindo o presente.
Um dia sem espera
o menino calou,
sua luz se apagou
e o mundo chorou.
Não poderia ser assim
tanta alegria ter fim
em um jaz
num simples passar.
O moleque voltou
como o sol que sempre vem
sem sonhos como sempre
sendo feliz no minuto presente.
(Rodolfo Andrade)
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Que Saudade
Cheiro de infância,
Perfume de Pitanga,
Pé de carambola,
Pés descalços atrás da bola,
Sangue pelo chão...
Arranquei o tampão...
Do dedão...
Num chute forte sem precisão...
Curativo da titia,
Bolo de Fubá da vovó Maria...
Pique esconde, pique bandeira,
Queimado...
Xixi na cama por brincar de fogueira...
Normal naquela idade,
Travessuras por toda a parte,
Quem nunca caiu de bicicleta?
Quem nunca tirou meleca?
Eca... Mas a criança nunca peca...
E não tá nem aí pros dizeres da ciência...
Aí que saudade...
De uma infância sem maldade...
Que saudade da minha inocência...
(Felipe Quirino)
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Os cheiros tristes da Infância
Devia ter uns cinco anos
Quando uma questão passou a me intrigar:
Onde estaria Maria Izabel
Por que não voltou pra brincar?
Todos as manhãs ela chegava
Acompanhada por sua tia Terezinha
E das bonecas a gente cuidava
Panelas, talheres, comidinha.
Apesar de não sabermos ver as horas
Elas não significavam nenhuma preocupação
Tínhamos tempo de sobra
A fome determinava a interrupção.
Mas um dia ela não veio...
Olhei da janela e caía um temporal
Mesmo assim minha família saia, cabisbaixa,
Olhares de tristeza, um pesar sem igual.
Mas cadê Maria Izabel? Eu perguntava.
Por que ela não veio para brincar?
Cada um, do seu jeito, desconversava
E ninguém parava para me explicar.
Fui costurando comentários e tirando conclusões
Embora não entendesse de cemitérios e caixões
E desconhecesse esse parque, essa pracinha
Que guardou para sempre aos sete anos
Sem nenhuma despedida, nem um plano
Os vestígios de minha primeira amiguinha.
(Catarina Maul)
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Cheiro quase inodoro
Menino moleque de pé no chão
curtia um bodoque, pulava fogueira
era feliz a sua maneira
vivia alegre buscando a vida.
Brincadeiras inventava
do nada às criava
sorrindo da dor
bobo da corte.
Corria na rua,
pulava muro
não sonhava só vivia
sentindo o presente.
Um dia sem espera
o menino calou,
sua luz se apagou
e o mundo chorou.
Não poderia ser assim
tanta alegria ter fim
em um jaz
num simples passar.
O moleque voltou
como o sol que sempre vem
sem sonhos como sempre
sendo feliz no minuto presente.
(Rodolfo Andrade)
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TEMPOS ATRÁSHá tempos me perco em sonhos de um passado
São mais lembranças do que sonhos... Mas são tão distantes.
... Não consolam, não fazem feliz
Apertam meu peito e me partem sem dó
São sorrisos de uns tempos de pureza
São os escritos no caderno, os rabiscos na mesa
As broncas, as tias, os beijos, bochechas, caretas
As horas pra voltar!
As brincadeiras, correrias, tapetes
Os copos de vidro e pedidos de cuidado para não quebrar.
Até as brigas sem motivação
Hoje são presentes em forma de lembrança, recordação
De sentimento que bate; e é tão...
Tão forte não poder viver... De novo.
Tão forte a impotencia de não ser... Como era antes.
Há tempos, fazem-me falta os sorrisos
Momentos ingênuos sem atritos, os carinhos sem motivo
Os olhares, a inocência, as músicas e os apelidos
E em tempo me vejo agora...
Soluçando, chorando baixinho, jogando essa falta fora
Pra lembrar, dos tempos que eu fui mais feliz
Pra lembrar, que todo fruto ruim algum dia já foi raiz...
Foi puro... foi só sonhos... foi orgulho.
São mais lembranças do que sonhos... Mas são tão distantes.
... Não consolam, não fazem feliz
Apertam meu peito e me partem sem dó
São sorrisos de uns tempos de pureza
São os escritos no caderno, os rabiscos na mesa
As broncas, as tias, os beijos, bochechas, caretas
As horas pra voltar!
As brincadeiras, correrias, tapetes
Os copos de vidro e pedidos de cuidado para não quebrar.
Até as brigas sem motivação
Hoje são presentes em forma de lembrança, recordação
De sentimento que bate; e é tão...
Tão forte não poder viver... De novo.
Tão forte a impotencia de não ser... Como era antes.
Há tempos, fazem-me falta os sorrisos
Momentos ingênuos sem atritos, os carinhos sem motivo
Os olhares, a inocência, as músicas e os apelidos
E em tempo me vejo agora...
Soluçando, chorando baixinho, jogando essa falta fora
Pra lembrar, dos tempos que eu fui mais feliz
Pra lembrar, que todo fruto ruim algum dia já foi raiz...
Foi puro... foi só sonhos... foi orgulho.
(Henrique Fernandes)
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Doces Lembranças
Na Rua João Caetano
Existia uma vila encantada...
Onde o tempo pra mim parava
Não pensava mais em nada.
Mãeeee! Que dia é hoje?
É sexta-feira Paulinho!
Então amanhã vou pra tia Leda?
Só se ficar bonzinho!
No sofá quietinho pensava:
Será que vai fazer sol?
Quero amanhã jogar bola
Cortar pipas com cerol.
Brincar de pique - esconde,
Andar de bicicleta com Marcelo, Marco e Tôzinho
Montar o autorama, jogar ludo na varanda,
E também brincar de carrinho.
À noite: Forte Apache no chão
Comida farta,
Sobremesa e colchão.
Silêncio quebrado...
Boa noite tia Leda! – Boa noite Paulinho!
Boa noite tio Heitor! – Boa noite Paulinho!
Gargalhadas... Guerra de travesseiros.
Na Rua João Caetano
Existia uma vila encantada!
(Paulo Roberto Cunha)
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INFÂNCIA
AH, QUE SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA
AH QUE SAUDADES DO ENCANTO, QUE ERA MINHA VIDA
TEMPOS QUE SE FORAM, SONHOS QUE NÃO VOLTARÃO
TEMPOS LONGÍNQUOS, PARECE TUDO EM VÃO.
AINDA SINTO... O FORTE CHEIRO ÁRDUO,
MELANCÓLICO, TÃO VERDADEIRO.
AH QUE SAUDADES DO AFETO DO FAMILIA, DOS SORRISOS INESGOTAVÉIS.
DO AMOR DE MÃE INSACIÁVEL.
AH, QUE SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA
AH QUE SAUDADES DO ENCANTO, QUE ERA MINHA VIDA
TEMPOS QUE SE FORAM, SONHOS QUE NÃO VOLTARÃO
TEMPOS LONGÍNQUOS, PARECE TUDO EM VÃO.
AINDA SINTO... O FORTE CHEIRO ÁRDUO,
MELANCÓLICO, TÃO VERDADEIRO.
AH QUE SAUDADES DO AFETO DO FAMILIA, DOS SORRISOS INESGOTAVÉIS.
DO AMOR DE MÃE INSACIÁVEL.
AH QUE SAUDADES DAS BRINCADEIRAS, DAS FANTASIAS, DA INTENSA MAGIA
SAUDADES DA INOCÊNCIA... E DE TU, OH RARA, HARMONIA.
DOS MOMENTOS DE ABANDONO, SAUDADES DA MINHA GRATIDÃO.
SAUDADES DA IDEOLOGIA,
DOS MALES QUE NÃO VIA
DA AUSÊNCIA DO PATERNO CORAÇÃO.
LEMBRANÇAS INFANTIS...
QUE JAMAIS SE APAGARÃO!
SAUDADES DA INOCÊNCIA... E DE TU, OH RARA, HARMONIA.
DOS MOMENTOS DE ABANDONO, SAUDADES DA MINHA GRATIDÃO.
SAUDADES DA IDEOLOGIA,
DOS MALES QUE NÃO VIA
DA AUSÊNCIA DO PATERNO CORAÇÃO.
LEMBRANÇAS INFANTIS...
QUE JAMAIS SE APAGARÃO!
(MANUELA GASTARDELLI)
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Seja doce
Não responda
Abaixe a cabeça
Coma tudo
Não arrote depois de comer
Não destrate as visitas
Não brigue com seu irmão
Não fale palavrão
Faça o que eu digo
Mas não faça o que eu faço
Seja um boneco
Para me adorar
Nunca duvide do que passa na teve
Nem das embalagens
Seja magra
Seja bonita
Fique a vontade
Namore
Case
Tenha filhos
E morra
Siga o ciclo desta masmorra universal
Não discorde
Não se oponha
Seja o que querem que você seja
Nunca diga não
Pro que já te controla a tanto tempo
Seja o que querem
Não deixe sua marca
Morra feliz
Como manda o padrão
Seja igual a todos
Beleza padronizada
Nessa masmorra universal
Não se oponha
Obedeça
Não se esqueça
Essas são as regras da masmorra universal
Seja somente mais um chacal
Nesse purgatório universal
Não responda
Abaixe a cabeça
Coma tudo
Não arrote depois de comer
Não destrate as visitas
Não brigue com seu irmão
Não fale palavrão
Faça o que eu digo
Mas não faça o que eu faço
Seja um boneco
Para me adorar
Nunca duvide do que passa na teve
Nem das embalagens
Seja magra
Seja bonita
Fique a vontade
Namore
Case
Tenha filhos
E morra
Siga o ciclo desta masmorra universal
Não discorde
Não se oponha
Seja o que querem que você seja
Nunca diga não
Pro que já te controla a tanto tempo
Seja o que querem
Não deixe sua marca
Morra feliz
Como manda o padrão
Seja igual a todos
Beleza padronizada
Nessa masmorra universal
Não se oponha
Obedeça
Não se esqueça
Essas são as regras da masmorra universal
Seja somente mais um chacal
Nesse purgatório universal
(Esther da Silva Santos)
Que tempo bom!!!
Que saudade tenho da minha infância
quando vivo a lembrança,
a lembrança dos amigos!
Que tempo bom! Não volta mais!
Naquele tempo não havia maldade na cabeça
e nem no coração.
Podiamos brincar de tudo:
Três cortes, pique bandeira, pique cola,
pular corda, salada mista e de casinha.
Brincávamos de tudo,
sem preconceito de nada.
O mais importante era estar na companhia dos amigos.
O tempo bom não volta.
A única coisa que ficou foi a lembrança boa
do meu tempo de criança.
Alan bastos
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