Fogueiras
Façamos lenha do anseio
a despeito do receio
e o roer surdo da agitação no caminho escuro
Fogueiras da clareira
já aquecida em algum lugar
sem circunstância
Terno fogo avança
Terno fogo avança
Acendeu-me um calmo rosto inteiro
Calma ânsia na chance da consumação
Repousa o seu amor onde deitou nossa inquieta brasa de medo
Meu olhar, um afeto que olha e acolhe,.. por vezes de relance.
Nós,..desatados,..segredos.
Você e meus portos
Meu amor sem amarras tem baços salgados e firmes mãos de
sisal em embarcações com nomes gastos num mar mais profundo sem marcas.
Ficou no relento de melancolias renovadas.
Ficou no relento de melancolias renovadas.
Aporta na ilusão,..à tua espera..à tua espera..era você e
não era.
Meu medo foi.. me perder,.. onde sou..de você..
Onde sou pra valer..é você.
Na saudade, partida e
retorno,..no espaço de meu amor vadio, o mais leal e cuidadoso,..por onde me
guio.
CAMINHO
O coração se faz com a obra dos passos
De encontros..reencontros
O que esta do outro lado
O peito é um gentil desconhecido..do conforto
Cresce com dores misteriosas..e alívios
Parece ter um espaço infinito
Podem afetar,.. o seu respeito e sinceridade
Guarda..se abre..inflama,..quieto e ao mesmo tempo..a
despeito
das perdas..é coração..e ama o que esta no caminho.
'Vamp vapor'
“Marcha interna
cigana sinuosa. Const-atado.. nome vago
das Brumas vadias.. até ganharem nomes somente manhãs frias e nuas.. e metas
com estanques amores derem nomes aos homens na boca escovada das ruas.
A bruma no homem faz
emendas de humores.. ruma.. Encontro de amor na provisória costura.
O homem apalpa o veludo com resquícios da bruma que pousa no escuro
e corre pros bolsos.
Dissipa.. retida, a bruma com o homem, corre no terno por
toda Avenida.
Querida..quer..ida..e voltas. Brumas vermelhas, o
rio..as veias.
O barco adivinho se pôs à deriva,.. permeia. Quer do rio, .. a bruma, a veia”.
O barco adivinho se pôs à deriva,.. permeia. Quer do rio, .. a bruma, a veia”.
"Surdina"
(Para Duke Ellington)
Um fôlego épico e raro narrou a finesse, da elegância ao desamparo.
Jungles & Gymnopedies conjugam-se,..quando o plano chega a um beco.
Blues..transportando um discreto peso humano com restos da cintilância do Anjo azul,..balbuciando a calada da noite..vai como pode..retorna melancolizado. Saem..em "surdina".. dos fundos dos "Clubs" - um gueto em depressão até a esquina - vultos do amor ou da solidão. Caroços da "Maçã", arremessados pelas almas dos amaciados.
Sórdidas máfias anônimas com sombras covardes na fronte, e alguém procurando o amanhecer em um trago..depois de atravessada a ponte.
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