terça-feira, 24 de janeiro de 2012

OS VAGALUMES



Apesar de ser da Nina Barroso o primeiro poemeto publicado na Confraria a respeito dos vagalumes, dedico essa postagem ao Alexandre Tavares, que como ele mesmo diz, mora no paraíso, e deve ter mais chance do que cada um de nós de conversar com essas criaturas raras, que trazem em si só, a luz natural, e para alumiar as nossas visões não nos cobram nada.

CADA POETA É UM VAGALUME BRINCANDO DE ESPARRAMAR A LUZ NA MULTIDÃO!


Buscando amor
Noite afora brilha
O vagalume

(Nina Barroso)
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Seria a iluminação
Natalina dos pinheiros
Uma mera imitação
Desses insetos arteiros?

Numa sincronia brilhante
Esses amantes piscando
Adornam de luz o amor
Voando, voando!

Em seus rastros esplendorosos
De lusco-fuscos numerosos
Buscam o prazer da reprodução.

E como num céu lascivo estrelado
Consomem-se no fulgor raiado
Tão intrínseco da paixão.
Alexandre Tavares
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Jorge Ricardo Dias

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Verde é a sua cor
Enfeitando a noite escura
Magia tão bem usada
Brilhando para quem o procura
Dizendo EU estou aqui
Pra iluminar sua noite obscura
Assim amam os pirilampos
E o resto é literatura.

Nina Barroso

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Quando penso em vagalumes, sempre me lembro de uns dos lugares mais interessantes que conheço, onde vou sempre que posso.... e onde quero sempre voltar: LUMIAR.
É um distrito da cidade de Nova Friburgo - RJ, onde as noites são sempre mais escuras e as criaturas da noite  nos visitam. Beto Guedes compôs uma canção para Lumiar que traduz bem seus encantos.

                                                                                           Catarina Maul

ASSISTAM:



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Via Láctea

Vagalume,
Vaidoso,
Viu a Lua
... E voltou
Envergonhado.

Edweine Loureiro

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vagalume vagabundo
iluminabundo
dúbio chiaroscuro
tremeluzindo
faca de dois gumes
Renato de Mattos Mota

Porto Alegre - RS
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Vaga – lua – lume

Lua clara
Fonte rara
De uma mansidão
Azula
ilumina
No relento
Busca o firmamento
direção.
Criatura
Noite escura
Como lar anil
Vaga lume
Vaga sempre
Vaga livre
Varonil.

Lua clara
Lua que merece
Prece em fé
Luz lume que é.

Vaga louco
Vaga pouco
Vaga muito
Luz sem fim
Vaga lume
Brilha para mim.

Catarina Maul


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Vida vaga
Me traga um whisky
Preu combater essa praga

Guilherme Sant'Anna

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Vaga-lume

De brilho noturno
sereno caminha
em busca de vida
... alegre e sofrida.

Seu brilho tem força
deveras sentida
pelo ser que agita
a dor é sofrida.

Ziguezagueando
somente pureza
piscando vai só
mostrando beleza.

No alto é rei
espera o cume
humilde vai lá
belo vaga-lume.

Rodolfo Andrade
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Vaga o lume cadente...

Do alto do cume...
... Vagalume é lume...
Vagando perfume...
Perfeito luminar...

Exala esperança...
Cricrilos de grilos, criança...
Na mata noite de festança...
E sorri o céu irreverente...

Vaga o lume de um vagalume...
E disso se presume...
Que debaixo daquele tapume, do cume...
Existe uma paz de costume... a fitar!

No matagal, o negrume...
Pisca, cricrila e vaga, o lume...
O piscado que assume,
o bichinho ao grilo iluminar...

Sim, ele se jogou do céu sorridente,
para a mata fosforescente...
Pisca-pisca de alegria, contente...
Do céu veio a se jogar...

A verdade, ninguém conta pra gente...
Na mata o inseto irreverente: pisca e vaga...
Do cume é o lume... é a felicidade!
A verdade!?:
Todo vaga-lume é uma estrela cadente com asas!

Luana Lagreca

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Em uma enorme escuridão ouço sapos conversar
Em uma enorme diversão vejos mosquitos a bailar...
E lá no fundo vejo algo a piscar...seria algo de minha mente ou existe algo realmente
Forço mais os olhos e vejo realmente luzes a piscar....
São vaga ...lumes...vagalumes ...vaaa ..ga..lumes a dançar!
Simone Rosa
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Um comentário:

Janaina Barroso disse...

Lindos todos, é incrivel como um simples mote, tema, haikai que seja traz inspiração que encanta, que ilumina, que vai do vaga-lume a lua.

beijo em todos.