segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Independência do Brasil


Com a responsabilidade de sempre, a Confraria da Poesia Informal não deixou passar em branco a comemoração da Independência do Brasil, sendo verdadeira essa liberdade ou não.
Opiniões, sentimentos, reações, tudo veio à tona para mostrar que não estamos de olhos vendados ante ao que nos é imposto e nem sempre acreditamos piamente em tudo o que nos é dito, vendido ou "ensinado".
Aqui a Independência vista pelos  confrades.


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Independência e Morte 

Onde está, deste Brasil, a independência?
Quem assume sobre nós todo o controle?
O povo segue batendo continência
Absurdamente ignorante
De seus direitos, seus domínios, no semblante
A idiotizada gratidão aos seus feitores.

Onde está, desse Brasil, a liberdade?
Quem livre é nesse teatro ilusório
Que traz texto tão senil quanto contraditório
Utilizando na montagem personagens tão reais?

Onde está a nossa Ordem e o Progresso?
Onde está nosso caminho, nosso acesso
Ao que seria uma conquista da História?
Não pertencemos mais, é fato, a Portugal
Mas prisioneiros de um covil eleitoral
Vendemos por tostão o que seria nossa glória.

Onde está, desse Brasil, a independência?
O que mesmo comemoramos nessa data?
Na bandeira nossas cores são chacotas
E no hino as promessas são lorotas
O que mesmo o cidadão hoje idolatra?

Eu só sei que outro 7 de setembro passa
E a Independência segue desaparecida
Camuflada, anônima e obstruída. 
Morre nossa esperança
Ou morre a nossa própria vida?

Catarina Maul -  Petrópolis / RJ

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Desgracendência ou morte! 

Que país...
Que país nós vemos?
Será que entendemos,
e com que olhos vemos?

Pelo que assistimos,
pelo que ouvimos,
pelo que optamos...

Eis o nosso olho
em foco fechado
visto o resultado
de um país
estuprado.

Paulo Roberto Cunha – Petrópolis / RJ

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Num país de pouco trato
onde estudar é chato
e bagunça não pode faltar.

Venho nesta data importante
lembrar a todo brasileiro errante
que ainda há tempo para mudar!!

Olhando os seus horizontes,
montanhas, mares e fontes
tudo fora do lugar!! 

Percebo que há um caminho
é só este, sem espinho
Sem EDUCAÇÃO não dá pra ficar!!!

Fernanda Forster – Petrópolis / RJ

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Nosso Brasil...

Brasil, 
Terra amada
ensolarada
encantada.
Brasil,
seu povo canta
encanta 
se espanta.
Brasil,
quando você vai mudar?
E vai encarar
vai levantar
vai tirar das bancadas
vai expulsar...
gente safada 
mal intencionada.
Brasil,
da terra 
do céu 
do mar,
do branco 
do negro
do índio 
mulato.
Brasil,
de todas as cores
raças
amores.
Brasil,
teu povo te ama
teu povo te clama
meu BRASIL !!!

Claudia Marinho – Petrópolis / RJ

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Depois dessa cagada em Belo Monte
Desviam toda a atenção do meu povo
Que se deixa manipular de novo
E não se dá conta de tal afronte

Manipulados, apraz que lhes conte
Apenas o que não lhes causa estorvo
Deixando a verdade em estado turvo
Pois povo burro não planta a Semente

Assim não nasce o pensamento crítico
Daqueles que têm o real poder
Porque são felizes num mundo mítico

Induzidos a querer sem querer
Acham um saco esse mundo político
E vivem na miséria, sem viver.

Eduardo Carvalho – Petrópolis / RJ

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GRITOS NA ESQUINA DA IPIRANGA

Sete de Setembro?
Ah, lembro...
Uma outra versão
(ou seria a extensão?)
do Primeiro de Abril...

Pois, passados tantos anos,
e outros tantos desenganos,
ainda gritamos:
“Viva o Brasil!”

(E, agora, perdoem-me,
mas vou indo,
fumar um cachimbo
com um índio...)

Edweine Loureiro - Japão

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Desordem e Regresso

A dependência do povo independe
Do pêndulo que só pende para um lado
Independência ou morte é só mote
Da malandragem perdura o mal, laborado
Inclemência de um país inconquistado
As complexas pensões incontestadas
Da infidelidade do ego inflado, sufocado
A indocilidade da juventude rebelada
Incriminada e extinta, assassinada
Pela preguiça aparente hoje é inexistente
Era da internet dos jovens idosos cansados
Das baladas embaladas por goles e balas
Insolência das noites insones e insossas
Brasil varonil eu lhe amo...e clamo
Não a ditadura, não a incultura
Pois de gota em gota foram feitos os oceanos
De azuis, amarelos, verdes e brancos...

Janaina Barroso – São Bernardo do Campo / SP

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Corrupção

O Brasil nunca foi descoberto,
Já era habitado...
Quando assim se apossaram...
Na mão grande... Por aqueles
Que julgavam-se mais espertos...

Avançados na tecnologia,
Rumo à supremacia,
Destruindo culturas,
Desfazendo ideologias,
Devastando todo um verde
Que sempre foi unido ao amarelo...

E erguendo assim o seu castelo...
De areia... Movediça...
Que afunda... Esperneia...
Mas atiça...

A raça mestiça,
Sujeita a desigualdade,
Descriminação...

Como pode um grito de independência
Ter surgido antes do grito de liberdade?
Como puderam ser hipócritas? Insensatos...
Colecionando e negociando escravos??

Revolta... Indignação...
É esse o grito preso na garganta,
De toda uma nação...

E mesmo após a independência,
Continuamos entregues a morte,
Pois a nossa cultura é qual afinal?
Num país tão desigual...

Que mesmo após a Lei Aurea,
Nos rouba a alma,
Em pactos sem contratos,
E tamanha corrupção...

Até hoje somos explorados,
Escravizados...
Desvalorizados...
No país do mensalão...

E tudo que eu preferia,
Era um terreno,
Pequeno...
Diante do mundo intenso...
Com minha tribo reverenciando o nascer do sol...
E aplaudindo sempre que ele se pôr...
Com palmas iluminadas,
Anunciando a chegada...
Da nossa Deusa...
Em lua...
Enluarada...

Felipe Quirino – Rio de Janeiro / RJ

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A nossa verdadeira independência

Uma cavalaria saúda o imperador
E este empunha sua espada
E no brado do Ipiranga, sonhador
A independência estava consolidada

Cena linda, quadro digno de museu
E de estátua no centro da cidade
O problema é que o povo se esqueceu
Que essa nunca foi a história de verdade!

Depois de passar mal de uma viagem
O imperador defecava à beira do riacho
Quando chegou a tal mensagem: 
“Meu marido, proclame e seja macho”

A imperatriz Leopoldina disse ao Rei
Que a independência já fora feita
E pelo muito pouco que sei
Pelas mãos de uma antiga seita

A Maçonaria seduziu Guatimozim,
O nosso Dom Pedro primeiro
E dos Andradas veio o sim:
“Pedro, limpe a bunda e se torne brasileiro.”

Filipe Medon – Petrópolis / RJ



Conversa  no grupo da Confraria da Poesia Informal acerca do poema de Filipe Medon:

Gilson Faustino Maia: - Você tocou no ponto. Esse caso eu vi num seriado na TV. Como TV enfeita, fiquei na dúvida. Depois li em algum lugar que falta uma(s) folha(s) nos documentos que ele carregava na época (certamente o que ele usou). Outro fato que vi na internet, também ligado à independência, lá no começo. Diz o tal artigo que Tiradentes não foi enforcado, foi trocado por um pilantra que já estava condenado à morte e levado para a Europa, onde foi visto por um pesquisador. Mais tarde teria voltado ao Brasil. Agora você imagine quantos alunos tiraram nota baixa em história, alguém talvez até reprovado. Vale um processo? Outro fato interessante, já que estamos falando em interpretação da história: dizem que o cabra macho Zumbi dos Palmares era gay. E aí?

‎Filipe Medon: - Gilson, minha mãe fez faculdade de História... E eu tenho uma mania de dizer que me formei junto, porque todo trabalho dela passou pelas minhas mãos (ela não se mete com computador)... Eu também fui em muitas palestras com ela e até sem ela.... Já fui num debate sobre D. Pedro I com dois dos maiores autores sobre a vida dele... E as notícias são surpreendentes... Esse fato da proclamação é MAIS do que verídico... Quanto ao do Tiradentes, já escutei um monte, mas parece que a mais real é que ele realmente foi morto, mas não esquartejado... Há quem diga que esquartejaram outro morto e guardaram o corpo dele... Outra coisa importante, tema da monografia da minha mãe, foi que a nossa Independência está diretamente ligada com a Maçonaria... Outras coisas: Zumbi tinha escravos em Palmares... Dom Pedro II TINHA AMANTES!!!!!!! Dom João VI tinha escravos para fazer sexo oral nele durante trovoadas.... Enfim, nossa História esconde MUITOS segredos... Essa história é tão verdade, que Dom Pedro assinava algumas cartas como Guatimozim e até usava símbolos maçônicos... Minha mãe pegou algumas dessas cartas no museu... Vou ver se acho aqui...

Catarina Maul: -  Eu sabia disso... bom poema... a nossa Historia já começou de forma errada, ne?

‎Filipe Medon: - Catarina Maul, o grande problema do nosso povo é que ele mal tem acesso à História, e quando tem, ainda é uma História bajuladora e irreal... Aquele quadro tão famoso do grito do Ipiranga que fica na casa anexa do Museu, foi feito muitos anos depois da do evento... Foi encomendado para exaltar um evento que já estava sem prestígio... O grito do Ipiranga foi dado depois de Dom Pedro I estar com problemas intestinais por causa da comida que comeu junto com a tropa vindo de Santos... E ele estava MUITO mal vestido... Eu tenho um livro com o diálogo real... É cômico... O mensageiro todo sem graça, diante do imperador sem calças, oficializando uma "ordem" de sua mulher... Quer saber outra? O que pouca gente sabe é que as mulheres quase governavam o Brasil no lugar dos Reis... Domitila de Castro, amante de DPI, mandava nele de tal forma que tiveram que afastá-la do Rio... E a Condessa de Barral fazia o mesmo com DOM PEDRO II, em menor intensidade!!! Sim, D. Pedro II tinha amantes, e discutia política com elas!!!!!!!!

Gilson Faustino Maia: -  Depois, quando o brasileiro põe nariz de palhaço, ninguém sabe por quê. Imagine daqui há 100 anos alguém fazer um trabalho de história sobre o mensalão. Aqui na Baixada tinha uma fazenda com 60 garanhões 2000 escravas matrizes para gerarem escravos. As nossas origens são as melhores possíveis. Lá em Angra dos Reis, quando eu era criança, tinha um velho que dizia que o Duque de Caxias vendia armas para o Paraguai. Pela idade dele, ele não viveu nessa época, mas podia ter ouvido isso do pai ou do avô.

Ana Lucia Souza Cruz: -  Palmas e mais palmas!!!!!!! Inclusive pra aula de história real dada. B R A V O !!!!!

Filipe Medon: -  ‎Gilson, Mensalão é pinto perto do que já aconteceu na nossa História... hahahaha. ‎Ana, muito obrigado!!!

Janaina Barroso: certas coisas nunca mudam :)

Luiz Santos: -  A Confraria é mesmo tudo de bom! Além do excelente poema, o confrade Filipe Medon prestigia-nos com essa parte da história  que não é contada nas escolas. Faço coro ao “BRAVO “ da Ana Lucia!

Gilson Faustino Maia: -  Mas o mensalão, Filipe Medon, é uma salada legal, daquelas que não engordam, só emagrecem o povo. Rapaz, essa piada chamada de Brasil é bacana. Eu já vi as coisas acontecerem e ainda não me explicaram. Antes estava uma bagunça o país, aí fizeram a revolução. Uma turma assumiu e a outra turma sumiu. Nesse meio morreram alguns que até nem tinham nada com isso. Pois bem os que tinham assumido cederam a vez para os que tinham sumido. Esses apareceram e ainda levaram uma grana por terem sumido. Aí a turma do meio bateu palmas, depois reclamou. E vai continuar reclamando enquanto ficar servindo de escada para a turma A e para a turma B. Esse ano teremos eleição. Quem será o prefeito em Petrópolis nos próximos 4 anos? Os perdedores farão tudo para atrapalhar o eleito, de olho nas eleições de 2016. E o povo engole. (Povo, a turma do meio). Sempre foi assim. No dia da parada foi um festival de bandeiras de políticos nas ruas. A maioria mercenários que depois irão reclamar quando nada der certo.

Catarina Maul: -  ‎Luana Lagreca, tens uma missão especial. Arrume esse diálogo no blog junto, pois os comentários valem muito nesse caso.

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Para mostrar a alienação do povo
Que não tem culpa, não tem nada
Fica feliz em comer arroz com ovo
E em ter sua dentadura consertada

Gritaram: Independência ou morte
Então foi morte, o que se instaurou
Sinto no meu peito, profundo corte
Que o incessante tempo não curou

E eu, poeta ainda esperançoso
Recebo do povo gritos indignados
E sinto na alma verdadeiro gozo

Mas constato então, desgostoso
Que do povo só saem tais brados
Quando o gol adversário é duvidoso

Alexandre Tavares – Petrópolis / RJ

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O sentido da Independência

Meu sangue fala português;
Minha alma, a língua brasileira.
E é quando digo-me a vocês,
Que vejo que Ela é verdadeira.

Em português, digo o sentido
Dessas palavras que compreendem,
Mas, quando, de alma a alma, o ouvido
E a boca a ponte a nós nos erguem,

Vejo o porquê da Independência:
É a alma pátria que é ouvida
Dentro do sangue e da consciência,
E é nesta língua que a vida,

Envolta em veste portuguesa,
Nos mostra toda a sua emoção,
Exprime toda a sua beleza
E brasileira o coração!

André De Castro – Porto Alegre / RS

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Exército Brasileiro 

Entidade de elite
firme com sua beleza
deslumbra o país em Setembro
a todos mostra sua beleza

Sua farda verde oliva
seu bornal e seu fuzil
vê-se pelos campos afora
pelas matas do Brasil

Com lealdade segue em frente
dando confiança ao brasileiro
contra o mal sempre em conflito
segue seu destino guerreiro

Alegria do jovem da terra
que vai em paz com vibração
lutar contra a guerra
só alegra o coração

Quem não nasce aqui
vive em decepção
não entrar no exército brasileiro
da vida, para ele, maior frustração.

Bela carreira 
da vida 
de curta 
ou longa duração

Contudo deve-se seguir
ter alma de guerreiro
gritar para o mundo ouvir
pertenço ao exército brasileiro.

Rodolfo Andrade – Petrópolis / RJ


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