segunda-feira, 28 de maio de 2012

VENHA VER O SOL

(capa do CD "Venha ver o Sol", da Tribo de Gonzaga)


A Confraria da Poesia Informal, pela primeira vez, está sendo veículo de divulgação de um outro projeto, através de um oportuno tema que guarda o título do CD em questão: Venha ver o Sol, da Tribo de Gonzaga. Fiz a proposta do tema e a CPI abraçou... Mas disso eu não tinha dúvida. Assim como a Tribo de Gonzaga, os poetas do nosso grupo trazem um SOL interior na alma, às vezes maior que o avistado no céu.




Venha ver o sol...


Jamais opte pelo medo
Tristeza, não pode existir
Nunca deixe de acreditar
Aproveite enquanto é cedo
Vista-se com um lindo sorrir
Leve paz e luz por onde passar

Venha ver o sol...

Tudo está proposto
As cartas da vida na mesa
O tempo não pode parar
Escolha viver disposto
Caminhe com certeza
Aqueça e se permita brilhar

Venha ver o sol...

Alex Avena
Petrópolis - RJ


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De onde vem?


És raio em dia que nasce
que me tira o sossego
que brinca, escorrega, que me faz cafuné
e foge sem ao menos dizer quem é.

Sem marcas, marcada,
se prende por nada,
sentindo-se podada,
esquecendo de viver.

De onde vem você?
calma e serena,
linda mecenas
que me enche de amor.

Podendo sem temer
correr campos sem fim
com a beleza que em ti perdura
e vai pra bem longe...

Mas de onde vem você?
que busca sem medo o medo
que foge da vida, do agora,
que se contradiz sem demora.

Respostas são sem razão
fique quieta
venha ver o sol 
a razão do poeta.


Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ


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Entendimento


Vem ver o sol
Olha fixo 
supondo a sua imensidão
Sente o calor
Ardor como o da paixão
Define o sol
e entenderás o amor
Luz demais pode cegar.

malmal®
São Paulo - SP


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No fim do mar


Ver o sol se pôr no fim do mar
Luz que flui na cor da flor mais sã
diz por si que a dor não é tão vã
Já nos traz um triz a mais de ar

Trai sem dó a tal da lei do cão
Dói pois rói o ser no grau mais vil
Só que tem na dor do que já riu
mais que o som do sim por trás do não

Ver o show do sol que sai do céu
é tal qual não ter mais voz num véu
mas de um som que vem de lá dos rins

Cai o sol de mais de cem mil graus
Um que traz a luz pra nós, pras naus
que se vão do cais que há em mim

Jorge Ricardo Dias
Rio de Janeiro - RJ


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DONO DO DIA


"Venha ver o Sol!"
Chega um convite pela manhã 
E ele, surgiu feito um farol,
a morada do grande deus Tupã.

Astro-rei que a todos governa,
e garante a existência da vida
Sua influência será eterna
seu calor é na exata medida

Seu brilho a todos fascina
a estrela que a Terra aquece
Durante o dia, só ele domina
E à noite, dele não se esquece

Pois seu brilho ilumina a Lua
que sem ele tão bela não seria 
Movimentação poética e perpétua:
Sai Lua, vem o Sol: novo dia!

Elciana Goedert
Curitiba - PR 


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Venha ver o sol
entre meus vales
penetre minha escuridão
Venha ver o sol
entre deleites
em devassidão
Venha ver o sol
tirar meus enfeites
perder a razão.

Poema: Michelle Hernandes
São Paulo - SP
Imagem: Renato De Mattos Motta
Porto Alegre -RS


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Fogo


Língua vermelha, labareda
Me lambe o sol
Me olha oblíquo
E eu “borboléto”

Ana Lucia Souza Cruz
Rio de Janeiro - RJ


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Solar do Girassol


O sol que racha esse chão, esse solo
Que mesmo sozinho, esse solzinho que brilha mudo
Brilha mais que todos
Mais que tudo

O sol velho que está sempre novo
O solteiro, o solstício
Que como um solo de introdução ou uma nota final
Determina o fim e o início

O sol solúvel para a ciência
Insolúvel para os cavaleiros maçônicos
Tão ausente na mente hostil 
Tão presente no desenho infantil

É ele o rei solidário
Que aquece a vida nesse mundão
Que entra pela fresta da minha janela
De graça e na contramão

Neco Alvarenga
Petrópolis - RJ


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Cai atrás dos montes
querendo só descansar
a vida faz pontes

Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ


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O sol deste maio
me deu as costas.
Deixou-me cinza e triste.

E o entardecer 
não tardou a tingir meu céu
de um negro chuva

E, eu sem cor e guarda-chuva
corri ao deserto
da parede de meu quarto
azul

Rosana Banharoli
São Paulo - SP


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Venha ver o sol!
A sinfonia orgânica de luz
Atravessa-me os carbonos
E no vinil de minha existência
Mais uma vez incide e toca
O dia em rotação

Sou dança de raio e vida
Sol dístico:

Na música sou corpo de nota e clave composto em brilho
Na matéria sou alma tecida.

Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro - RJ


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Faça chuva ,
Faça sol.
permaneço 
esperando
a alegria
de um dia
de paz.

Faça chuva,
Faça sol.
Novos ares,
sentimentos
melhores
virão.

Faça chuva,
águas
do céu 
trazendo
uma fonte.

Faça sol,
luz
divina
clareando.

Vania Barreiro
Rio de Janeiro - RJ


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A noite é valsa, a noite é dança


O sol já se põe nos limites do horizonte
Os cais noturnos brindam o novo agora
Um rastro de luz fugidia beija a fronte
Da esperança que renasce a cada aurora

A imensidão do adeus se dá no poente
A cascata cristalina espelha a luz do luar
A canção dos pássaros é silvo que pressente 
A quimera real das estrelas refletidas no mar

A certeza de um novo amanhã é verdadeira
É chama que aquece o nascer do novo dia
É gritar na escuridão e enxergar a clareira
Numa eterna, profunda e amiga sinestesia

Lá vem o sol novamente com raios de esperança
Já se vai a noite com sua esmera sinceridade
O homem sabe que a noite é valsa, é dança
Por isso entrega sua vida ao sol e à claridade.

Filipe Medon
Petrópolis - RJ


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nuvens no horizonte:
o sol brincando
de esconde-esconde

Germana Zanettini
Porto Alegre - RS


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Vida em Movimento


Com folhas úmidas
De uma noite já deitada
O dia vinga a entoar
:pássaros orvalhos gatos desejos

A natureza 
cumprindo seu movimento
chega até a sesta
nos devaneios da tarde
: preguiça
Que inspira sonhos 
Levados pelo crepúsculo

E peregrina além da noite
Para aurora
Amanhecer o tempo
E trazer tudo como antes
:um dia que ri e outro que chora

Rosana Banharoli
Santo André - SP


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Pro SOL brilhar melhor,
A LUA o deixa só...
Manhãs quentes ou frias,
Tudo ele irradia,
Mesmo através das nuvens,
Ele ilumina...
Depois vai-se...
É cordial,
Deixando a LUA num pedestal...
Grande raínha,
A noite ela brilha,
Com sua princesas...
As estrelas!

Felipe Quirino
Rio de Janeiro - RJ


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Sombrio


Andando...
Andando...
Paro nessa imensa névoa 
Que esconde meus mistérios.

Despareço...
Sou escondido na neblina,
Sou atraído por sons firmes
De violoncelos.

Corro...
Corro...
Corro.
Sou inundado pela escuridão,

Não sinto;
Não falo;
Não me movo.
Sou coberto por casulos
Preso, quase ao fim do túnel.

Lá dentro me despedaço;
Sou quebrado por inteiro.
Aos poucos abro o casulo e 
Saio.

Deparo-me com um lindo sol,
Novo tempo.
Não sei se fiquei meses,
Dias,
Ou semanas;

Mas hoje sou tomado 
Por tua energia,
Que banha minha alma.

Sol forte que sem dizer nada,
Simplesmente me penetra;
Aquecendo meus sentimentos,
Que circulam alimentando
Todo meu corpo.

Sou raios...
Liberdade...
Sou asas...
Vida.

JG Poeta da Alma
São Paulo - SP

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