Durante esta semana, estamos comemorando o Dia do Meio
Ambiente, data instituída pela Assembleia Geral da ONU - Organização das
Nações Unidas, em 1972.
Naquela época, o
pretendido era promover uma maior visibilidade aos problemas ambientais que
ainda não tinham atingido proporções catastróficas, mas já revelavam seus
perigos em potencial. Não se imaginava que, quatro décadas depois, um caos
ambiental estivesse assolando o planeta, promovendo grandes tragédias, algumas irreversíveis.
Hoje a nossa ideia de meio ambiente não é a mesma que tinham as antigas
gerações. Termos como poluição do ar e da água, efeito estufa, aquecimento
global, mudança climática, desmatamentos, desertificação, pertencem a qualquer
criança de pré escola.
Infelizmente, por
metade da Confraria morar em Petrópolis - RJ, berço de tantas tragédias oriundas das chuvas, não há
como falar de Meio Ambiente sem pensar que essa irresponsabilidade total com a
terra hoje é a causa de morte de vários cidadãos.
Através da poesia, vamos refletir!
Poema de quase um século.
A Voz da Árvore
Não me maltrates, porque Deus castiga,
aquele que me fere é ingrato e impuro;
Sou a macia sombra que te abriga
e o ar que tu respiras, leve e puro.
Sou o albergue do pária nos caminhos,
e como tu, padeço, sonho e penso,
e sou também jardim – jardim suspenso –
onde se orquestram as canções dos ninhos.
Homem, ao céu levanta a tua prece
e agradece ao Senhor, clemente e eterno;
Nas longas noites úmidas de inverno,
sou o calor em que o teu lar se aquece.
Fazer o bem me empolga e me consome,
ser o teu teto, ser a tua rede,
ser a linfa que te mitiga a sede,
e ser o fruto que te mata a fome.
Na minha fronde cantam esperanças,
como os pássaros trêfegos, contentes;
Feliz, eu sou a cama em que descansas,
e em que dormem teus filhos inocentes.
Se dos meus frutos ricos te alimentas,
e respiras o odor das minhas flores,
tantas vezes acalmo as tuas dores
sendo o braço das tuas ferramentas.
Procuro distrair-te da tristeza
e defender-te do tufão que arrasa;
Não te esqueças que sou a tua mesa
e que também sustento a tua casa.
Sou o bordão em que, velho, tu te amparas,
sou o berço dos teus primeiros dias,
e a viola que soluça, em noites claras,
o rimário das tuas fantasias.
Sou o papel, a nobre e eterna ponte,
que liga o ocaso ao fúlgido arrebol;
Jornal, eu levo a vida ao vale e ao monte,
Livro, sou a arte, a ciência, o pão, o sol.
Dei-te do cerne rude do meu peito
os barcos com que tu singraste os mares;
Sou a imagem do teu ideal perfeito,
entalhada na cruz dos teus altares.
Se morres, como é igual a nossa sorte;
Eu sou a tua verdadeira amante,
Eu sou o teu caixão, e, fiel, constante,
Parto contigo para a própria morte.
Salomão Jorge – Nascido em Petrópolis a 6/7/1902. Poeta e médico. Foi deputado estadual. Pertenceu à Academia Petropolitana de Letras.
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A água
A água, elixir santo,
virou morte, virou pranto
apagou todo o encanto,
a paisagem destruiu.
Mas a paisagem, nem tanto
tem a dor de ver o quanto
de morte o povo sentiu
ao ver matarem seus filhos
a água e seus rompantes
que, em segundos, instantes,
tudo acabou e ruiu.
Água que é fonte de vida
vira a fonte da morte,
nem pra beber leva a sorte
de cumprir sua missão.
Mergulhado na imensidão
da água feita de lama
da água feita de lixo
tem sede o cidadão.
- Por que isso, Meu Deus,
um eco em oração?
Catarina Maul
Petrópolis - RJ
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Rota Gota
Oh, lágrima densa...
condensas
a beleza
e a convalescença
desta Mãe Natureza,
fraturada em Sua essência.
Edweine Loureiro
Saitama - Japão
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Rio – de vida e de morte!
(para as enchentes de Petrópolis – Teresópolis – o rio que passa no Vale do Cuiabá)
Rio, lugar de peixe
Aqui também foi assim
Tinha margem com gardênia
Tinha chorão pelo leito
Mas agora quando chove
O medo aperta no peito
Pois o rio traz a morte,
Logo ele...
que de vida é feito.
A natureza, revolta,
Briga com a humanidade
Faz do rio seu aviso
Mas no aviso, enlouquecida
Perde a sua sanidade.
Traz água, traz margem, tudo
Traz muro na correnteza,
Traz a mesa do jantar
E não tem porta e tramela
Que a impeça de entrar.
Traz o fogão e a panela,
Traz a fome, traz tristeza
O gás, o garfo, a cadeira
Comprada à prestação
Traz as parcelas, o carnê
Traz até o cidadão.
Ela traz sonhos e vida
Leva a vida, leva gente
Sai carregando tudo
gritos, corpos, não são nada
Perto da natureza
Que vai seguindo no rio
torpe, tão revoltada
Que não escuta nada...
Nem o choro das crianças
Nem das mães sofrido apelo
Nem dos idosos o medo
Nem dos animais, piedade
A natureza no leito
do rio, enfurecida
grita para todos:
eu sou a fonte da vida!
Mas essa vida eu tiro
se não me entendem o recado,
levo tudo novamente
isso aqui é meu legado.
Sofrem uns filhos por outros
Sempre assim, na Humanidade
Os que concedem licenças
Ou mantém olhos cerrados
Estes dificilmente
Pela natureza são cobrados
Vivem em suas coberturas
Em seus edredons de seda
Esperando passar a chuva
que para alguns é poesia
para outros é pavor.
Tanto tempo de descaso
E de irresponsabilidade
Que não sei se existe ainda
Solução...
Sei que se chove a cidade
Se coloca em oração
E pede a Deus, de verdade,
Que nos conceda o perdão
Que acalme a Natureza
Mesmo que ela tenha razão.
E ela tem mesmo razão!
Catarina Maul
Petrópolis - RJ
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Itaipava 2011
Luz
sentimentos
verdades
momentos
força
água
natureza
constrói
doce
minuto
tudo
vive
triste
padece
deságua
espera
sorriso
some
tristeza
consome
perdido
grito
latente
rito
perdeu
sabor
natureza
pavor
povo
valente
começa
novamente.
Rodolfo Andrade
Petrópolis - RJ
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Solo ressequido
O olhar transborda tristeza
Lágrimas secas
Não alimentam a terra
Rosana Banharoli
Santo André - SP
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Mãe Natureza
Desperta Mãe!
Chama teus filhos
índios, negros, brancos, mulatos
todos já andam fartos...
Mostra poderosa Senhora...
Outros caminhos
Desvia-nos dos espinhos
E da fúria mortal dos mesquinhos.
Perdoa Mãe!
Teus filhos não se suportam
se matam e já nem se importam
com a dor que podem causar...
Livrai-os Mãe!
Desta cegueira nociva
Pois, o mundo que é de todos espera
Por tua paz...
Por tua
p a z
p r i m a v e r a !!!
Paulo Roberto Cunha
Petrópolis - RJ
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Gritos da Mãe Natureza
Ouve-me Filhos!
Sempre fui bela,
Dei-lhe o meu melhor.
Meu ar;
Minha cor;
Minha vida;
Meu alimento...
Hoje por onde passo,
Meu rosto,
Minha imagem,
Correm lágrimas de dores.
Fiz-te tão formoso,
No que te tornastes?
Homem bruto!
Cego!
Não vês que me destrói?
Sofro quando vejo
Tamanho egoísmo,
Tirando minha vida aos poucos.
Não faço mal a você,
Apenas estou voltando ao que é meu.
Cada tragédia,
Vidas,
Secas.
Ai! Que dor...
Lamento!
Ando correndo...
Pois já não sei
Se eu estarei contigo amanhã,
Se não cuidares de mim.
Mas nunca se esqueça
Que eu sempre fui à genitora,
Tua força luz.
JG Poeta da Alma
São Paulo - SP
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Meu desabafo - SOS Urgente!
Estou doente e tão carente
Minha condição é deprimente
Meu verde cheira queimado
O meu galho foi cortado
E não dá mais pra quebrar o galho
O pássaro no chão caído
O celeste azul destruído
O imenso mar poluído
O extinto animal ferido
Meu ar está asfixiado
O clima muito abafado
Quase tudo está acabado
O homem está demente
Não há mais selva, nem serpente
O mundo está tão diferente
Acabaram com o ser vivente
Trocaram tudo por cimento
Agora restou apenas o lamento
Pelo mau comportamento
Pra que tanto experimento
Sem nenhum comprometimento
E sem o menor sentimento?
O homem chegou sorrateiro
Pensou só em ganhar dinheiro
E está destruindo-me por inteiro
Eu sou a Natureza!
E estou agonizando
A fumaça me sufocando
O lixo me enterrando
De piedade estou precisando
Ou será que é a Humanidade
que de mim está necessitando?
Eu estou morrendo
E o Homem sofrendo
Com seu ato horrendo
Ele foi me vencendo
E eu desconhecendo
Sua falta de pudor
Agora peço com clamor
Ajuda-me, por favor!
Antes que seja tarde
Não seja covarde
E tente entender
A Vida precisa viver!
Jussára C Godinho
Caxias do Sul - RS
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Como Resolver?
Futebol dentro do peito
No Brasil do Sul ao Norte.
Muita falta de respeito,
Provocando o caos, a morte.
Até rio sai do leito
Por lixo de toda sorte.
Gilson Faustino Maia
Petrópolis - RJ
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Palavras Inúteis
Hoje não dá pra escrever.
Por quê? Pra quê?
A natureza já é poesia.
Nesta manhã quente de outono,
céu límpido,o verde das folhas
combinando com o vermelho das flores...
Nós, humanos,
somos apenas seres ínfimos
diante desta beleza
diante de tanta grandeza.
Como ousamos destruí-la?
Maria do Carmo Bomfim
Rio de Janeiro - RJ
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Trovas Literárias integrantes do livro Alma TROVAdora
Jussára C Godinho
Jussára C Godinho
A terra pede socorro:
"Venha logo me ajudar
Preserve, se não eu morro
não dá mais para esperar".
É urgente construir
Um mundo bem diferente
Então vamos nos unir
Preservar o meio ambiente
Consumir, sim, mas pensar
Em nosso meio ambiente
Separar e reciclar
Consumir conscientemente
Um mundo melhor do que este
Vamos a todos deixar
Norte, sul, leste, nordeste
Nós devemos preservar
Todos juntos de mãos dadas
Busquemos um mundo novo
Cabeças iluminadas
Trabalhando pelo povo!
Jussára C Godinho
Caxias do Sul - RS
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Sem
O que será dos desabrigados
sem as suas lembranças,
porta-retratos e álbuns perdidos?
Esperanças são para o futuro
e o passado está destruído.
O batismo das crianças
aquele choro gravado
de água e sal
na pia bastimal.
A primeira comunhão, as festas de aniversário,
os bolos, e agora o desconsolo.
Resta a memória afetiva
que não poderá ser rediviva
sem as imagens clicadas.
O que será dos desabrigados
sem terra, sem casa,
senão mais uma luta,
um sopro de indignação,
para mantê-los de pé
e construir outro chão.
Maria do Carmo Bomfim
Rio de Janeiro - RJ
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Um dia... TUDO TERMINA
Um dia...
Tudo termina
Fechamos os olhos
A vida nos acena sentidos
Amados no fundo, nem sonhados
As vidas que vivíamos ficam sorrindo
Em nosso lugar uma névoa
Indistinta ainda sorri
Gotas de palidez
Despencam
Tristes
Sobre a pele
Dos personagens
Até um Amor empedra
E tudo termina um dia é certo
Algumas coisas nem deviam começar
Se o futuro fosse bem alçado a frente do olhar
A casinha pequenina e o morro alí...
Sob vinte metros de lama.
Junto a tantos sonhos
E ninguém sabe
Lembra mais
Serra
Ceifou
900 vidas,
Nem uma flor
Nem uma oração feita
Sobre essa sepultura enorme
De novo é Rio... São estradas e lares
A repetir o consumado e triste fado...
Todos querem... É se esquecer
Vou à montanha e esqueço
Até quem devo ser
É o progresso
Dizem
E, chorando
O morro se desmancha
Novamente, mesmo sem pensar,
A lágrima seca no olhar...
Walter de Arruda
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Quem matou os peixes ?
Quem arrancou árvores?
Quem plantou espinhos?
Quem esburacou caminhos?
Pergunto a mim mesma,
o que eu sei disso tudo?
Como percorro o caminho?
Quando aponto um dedo,
quatro apontam para mim.
Querida mãe terra,
Perdoa, se não zelo por ti.
O que faço é pouco,
Diante do que recebo.
Sei que o outro te machuca
Mas eu quero buscar em mim
fazer o que me cabe
Sinto, que é melhor assim.
O dia vai nascer
O sol vai brilhar
O homem despertar.
Nesse dia então,
a vida viverá !
Quem plantar flores,
Vem colher flores ...
Vania Barreiro
Rio de Janeiro - RJ
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Tempestade
Tempestade
Tempo como peste
Que despenca sua maldade sobre
O homem e suas cidades devastadas
Homem com peste
De vaidade, por que constrói
Sem respeitar a terra? Por que
Desrespeita a liberdade das serras?
Tempestade
Que o homem
Planta pelas cidades,
Têmpera de desigualdade
E o tempo
É o próprio coração
Que destrói sem piedade
Enquanto a chuva olha, molha, colhe triste,
VIVE ESSA VERDADE e, acusa a conduta inculta!
A tempestade é toda sua
Mas à humanidade denuncia e assusta...
A Tempestade, de alguma forma de justiça, tem pressa, e nos alerta!
Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro - RJ
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No meio de nós tem o ambiente.
E aqui plantado no planeta
Está o corpo humano,
Corpo este com células,organizadas.
No mundo nosso tem gentes diferentes,
Cada um carrega no bolso
Cédulas para gastar com Habitação e alimentação,
O que é tóxico, nos expelimos para fossa,
Mais grave, médicos e planos de sáude.
Por que não fazemos o mesmo
Com nosso lixo?
Fernando Sousa Andrade
Rio de Janeiro - RJ
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Meia árvore
Cortada
Jogada
No meio do mato
Ao lado do rio
Meio poluído
Decorado
Com aquele
Pneu meia vida
Descartado
Daquele ônibus
Meio quebrado
(como queima óleo o coitado).
Tudo meio esquisito
Acabo de ver boiando
Uma geladeira
Um fogão
Alguns sonhos
E um armário
Que dizem custar
Meio salário
Do dono
Daquela meia água
Que no verão
Vira um aquário.
Desliza
Inunda
Soterra
Afunda.
Paisagem morta
Gente morta
Sobreviventes
No imaginário
Dos viventes
Deprimidos
Neste cenário
Lapidado
Por omissão
E descaso.
Tragédia
Não é apenas
Obra do acaso...
Alex Avena
Petrópolis - RJ
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Rio seco...
No veio seco do rio
Onde antes as águas vagavam
Vejo agora somente o chão frio
Onde outrora barcos velejavam
Da terra não se cuidou
A natureza cobrou seu preço
No tempo tudo mudou
Pelo homem não se tem apreço
Onde ele toca, tudo definha
A mata desnuda e morre
Os animais em seus ninhos
Do predador foge e corre
Nada devia assim ser
Fazemos parte de todo um todo
A corrente para ser perfeita
Não deve ter elo quebrado
Minha mão segura a tua
Meus braços teu ombro abraça
Teu corpo cola no meu
E vamos fazendo o laço
E assim quando voltarmos
Onde tudo começou
Quem sabe as águas dos rios
Nos devolva o seu sabor
Nos levando na leveza
Das ondas no ir e vir
Embalando nossos sonhos
No desejo do porvir
Cleide Jean
Rio de Janeiro - RJ
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Meio
Planeta...
Mistério de milhões de anos;
Raça humana...
Tantos estudos e não sabemos
O que somos na real.
Buscam-se tantas coisas,
Mas o homem não percebe...
O que queres afinal?
Perdeu sua referência,
Pois deixou seus sentidos,
Tua direção;
Muitas vezes a resposta
Está em suas mãos.
Hoje é o dia do meio ambiente,
Mas antes de falar do belo,
Das diferentes criações;
Faço uma passagem ao meio
Mais doido que existe:
O ambiente homem...
Tens tudo, mas em segundos,
Não mais...
Chora;
Grita;
Destrói;
Contempla;
Corrói;
Sufoca;
Ama;
Odeia;
Constrói...
O homem é o meio,
Ou o meio faz o homem?
Mais do que admirar o esplêndido,
E pensar no ambiente interno.
Como posso pensar em salvar o planeta,
Se nem mesmo eu sei como me salvar?
Momento de silêncio...
Respeito.
Chegou o tempo de voltar
Ao simples,
As origens;
E ver que tenho tudo,
Quando simplesmente penso
Que não tenho nada.
Se perguntarem o que sou?
Responderei:
Sou a Biosfera psíquica
Sem fim...
Alimento-me de transformações...
Sou natureza...
Água: quando sou sede de mudança;
Fogo: quando lhe dou meu calor;
Ar: quando eu respiro vida e dou
Possibilidades de direções.
Terra: quando sou caminho e pegadas;
Amor: quando ofereço
Meus sentimentos e emoções;
Sou morte: quando morro para meus desejos;
E por fim, Sou vida quando sinto tua existência.
JG Poeta da Alma
São Paulo - SP
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CHUÁ
Uma cachoeira, como o desejo, pode se lançar extenuante ao seu final
Ou, como o amor, pode necessitar de três tombos antes de magoar
De longe, aquelas águas, são coisas belas,
E, juntando com o canto dos pássaros, ruídos silvestres, pequenos animais,
Submete-se, em lágrimas, a alma ao que não se sentirá jamais!
É no silêncio que o amor se desfaz.
Silencio dos rios sem o arrepio de seu braços
Raios de sol despencando e querendo reluzir
Com a mesma aflição das águas querendo seu corpo seduzir
E pedras se amontoando, banhando seus risos inteiriços a rolar...
E a cada queda que se ouça o canto
A primeira dor demonstra a insegurança que há naquele olhar...
Águas ainda fracas,ao cair, arrastam olhos atrevidos que por ali ficavam.
A segunda queda do amor despenca por encostas,
Arrasta consigo a dor do medo, a proteção, o respeito
Até parar na superfície de um lago onde se confundem
Amor e desejo no artificio entre seus beijos,
A terceira queda repõe o silêncio
Mágoa e dor ...Areia, fundo macio e branco para tocar teus segredos
Destino que esconde o amor, rio que retoma o curso...
No amor, as lágrimas que choro entendem as cachoeiras.
Para não dizer o como vivo quando te deixo, elas seguem o teu rumo
Caem em pequenos tombos, levando o que de nós ainda insiste por lembrar...
Canto triste das matas, rios e de uma cachoeira abraçando seu final: Até a dor do adeus é superficial..
Carmem Teresa Elias e De Magela
Rio de Janeiro - RJ
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MEIO
Parto das palavras
Que o olhar dela, isento de silêncio, me confidencia.
Como diante de uma verdade nua, fico perdido,
Em meio a tanto que sinto, mas não consigo contar.
É assim que fico contraindo dores por esse parto
No meio termo, na meia boca.
Meio torto...
Com uma vontade louca de poder gritar de amor.
Perto da evidente vontade dela
Sigo meio desajeitado...
Meio calado...no meio do mundo,
E meio carente de tudo.
Dou meia volta...Tento arrancar à força
Minha meio tímida insensatez. Fico meio contente.
Meio sem água e sem sede
No meio da estrada.
Ela é meio desalinhada.
Eu sou meio descrente:
Ser a vida é uma questão de meio termo,
O que dizer para o meio ambiente?
De Magela e Carmem Teresa Elias
Rio de Janeiro - RJ
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Verde Esperança
Vamos preservar
O Meio Ambiente,
Abrace essa idéia,
Plante essa semente...
Vamos educar
As nossas crianças,
Por um mundo melhor
De verde esperança...
Felipe Quirino.
Rio de Janeiro - RJ
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Evolutionem
Ôh mãe natureza
Que dos campos, fez-se bela
E das ruelas, destacou-nos à vida.
Óh mãe da pureza,
Que, complexa, nos exemplifica
Ante a maravilha da incógnita, expressa-nos o humor.
Há de ser uma dádiva minha,
Humano imaturo que sou
Apreciar-te como deves ser apreciada.
Que, de uma orquídea programou,
À um ciclo desse globo
E, postergou, o sentido de um louco...
"Sobre a luz da Evolução.".
Rafael Nicolay
Petrópolis - RJ
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Grito de lamento
O povo da floresta chora os seus mortos
E grita
Grita que tá na hora
É agora
-O homem deve parar de maltratar o meio ambiente
Esse grito ecoa por todos os cantos da terra
E expressa a dor na alma do cidadão
Que sofre as consequências de acidentes climáticos
Sonhos que são interompidos
E vidas que se perdem
É um grito de lamento
É um grito de basta
Basta de desmatamentos
Basta de poluição de fontes, rios, mares e cachoeiras
Basta de hipocrisia das autoridades
Fauna e flora
Seres elementais da natureza
Gnomos, duendes e fadas
Querem sua floresta de volta
Querem nascentes de água pura
Querem cultivar plantas que curam e árvores que protegem a terra
E harmonia para viver!!!
Jane Marques
Petrópolis - RJ
Um comentário:
Conforme vimos, o Brasil, o
estado, o município podem contar com a poesia, com a Confraria da Poesia Informal. Espero que a "recíproca seja verdadeira." Parabéns a todos.
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